terça-feira, 25 de novembro de 2014

Patrimônio, Memória e Identidade na ótica da salvaguarda do tambor de crioula.




Debater o tema proposto patrimônio, memória e identidade: na ótica da salvaguarda do tambor de crioula do Maranhão e da política nacional de desenvolvimento sustentável dos Povos e comunidades tradicionais de matriz africana configura um momento muito oportuno não só pelo mês da consciência negra, mas principalmente pela proximidade do período de revalidação do título de patrimônio cultural brasileiro outorgado ao Tambor de Crioula do Maranhão. Com o título é institucionalizado o processo de salvaguarda desta expressão que tem como meta a proteção da memória e o fortalecimento da identidade de um povo a partir da promoção e preservação do seu patrimônio cultural de forma garantir a sustentabilidade.

O conceito de cultura, para se debruçar na ideia de patrimônio cultural, é usado geralmente para falar da totalidade dos valores e das práticas humanas. Neste sentido, cultura é tudo que é produzido pelo ser humano.
Por outro lado costuma-se chamar de cultura um tipo de recorte para definir práticas relacionadas artes, entretanto vai muito além disso. O conceito de cultura supera o entendimento de erudição ou produção de arte. Relaciona-se ao modo de vida em sociedade, visões de mundo e a toda ação humana dotada de significado.

A primeira ideia que se tem sobre patrimônio se limita ao produto materializado da história, aos bens tangíveis, ao que foi herdado do passado com valor simbólico de registro social. Mas esse conceito é mais amplo. Nele se inserem experiências e memórias coletivas ou individuais.
Segundo Juliana Santili, “não se pode se desvincular patrimônio material do patrimônio imaterial”.

O patrimônio imaterial não consiste em objetos, mas sim na virtualidade desses objetos: sua concepção, seu plano e o saber sobre eles. Conservar, então o patrimônio imaterial, é, sobretudo conservar objetos já produzidos. Enfim a ideia de patrimônio material esta ligada ao produto e a ideia do patrimônio imaterial está no processo de produção, isto é, nas formas de fazer.

A relação entre patrimônio, memória e identidade está no fato de o patrimônio é a materialidade das lembranças e memórias, sejam individuas ou coletivas que estruturam a identidade através do fortalecimento do sentido de pertencimento. A memória estabelece vínculos entre gerações e eterniza a história na consciência humana.

A construção da identidade está ligada as referencias estabelecidas com a memória registrada e tradição que os indivíduos ou a coletividade estão culturalmente relacionados.

Com o conceito de patrimônio cultural imaterial é estabelecido uma ruptura da visão elitista, monumentalista e sacralizadora de patrimônio cultural. Valoriza a cultura viva enraizada no fazer popular e nos cotidianos da sociedade.

Não é possível compreender os bens culturais sem considerar os valores neles investidos e o que representam. Como foi citado se pode entender a dinâmica do patrimônio imaterial sem o conhecimento da cultura material que lhe dá suporte. Os bens imateriais abrangem todas as formas de saber, fazer e criar.

O patrimônio imaterial é preservado pela tradição. Os conhecimentos tradicionais são produzidos e gerados de forma coletiva, com base na ampla troca e circulação de ideias e informações, transmitidas oralmente de uma geração para outra. Os conhecimentos tradicionais – os saberes – se reportam a uma identidade cultural coletiva e a usos, costumes e tradições coletivamente desenvolvidos, reproduzidos e compartilhados.

Discorrer sobre título do Tambor de Crioula do Maranhão como Patrimônio Cultural Brasileiro e a política de preservação definição é importante lançar mão da definição de CULTURA TRADICIONAL E POPULAR adotada pela Unesco em 1989:

A cultura popular e tradicional é o conjunto de ações que emanam de uma comunidade cultural fundadas na tradição, expressa por um grupo ou por indivíduos e que reconhecidamente respondem por expectativas da comunidade enquanto expressão de sua identidade social e cultural.

O tambor de crioula do Maranhão é uma “forma de expressão de matriz afro-brasileira que envolve dança circular, canto e percussão de tambores. Dela participam as ‘coreiras’, tocadores e cantadores, conduzidos pelo ritmo incessante dos tambores e o influxo das toadas evocadas, culminando na punga (ou umbigada) – movimento coreográfico no qual as dançarinas, num gesto entendido como de saudação e convite, tocam o ventre umas das outras.” E embora se aproxime de outras danças de umbigada existentes na África e no Brasil, somente no Maranhão ela é conhecida com esta denominação.

Esta manifestação da cultura popular maranhense é praticada - originária e predominantemente - por descendentes de escravos africanos pertencentes às classes menos favorecidas dos meios urbanos e rurais, como forma de divertimento ou de pagamento de promessa a São Benedito, santo negro de devoção dessas comunidades no Maranhão, e em todo o Brasil.

Entre as situações que motivam a realização do Tambor de Crioula referimo-nos acima ao pagamento de promessa a São Benedito, mas a celebração pode ocorrer também em louvor a outros santos vinculados ao catolicismo tradicional, bem como a entidades e encantados presentes no universo religioso afro-maranhense. Datas comemorativas santificadas ou profanas são, igualmente, ocasiões propícias para a celebração. Já as apresentações que acontecem durante o carnaval, decorrem mais por demanda do turismo e por incentivo do poder público. O que é preciso distinguir – pois isso pode implicar em diferenças na forma e aspectos da manifestação – é se o Tambor acontece pela vontade e para a fruição de seus praticantes ou, ao contrário, por um contrato - formal ou informal – voltado para apresentações oficiais. Nesta última situação, o grupo deve se propor a seguir as regras inerentes ao evento em questão, e tomar determinadas decisões, como, tipo de roupa a ser usado, o número de brincantes, o tempo de duração da roda, tipo de toada tocada e cantada

Identifica-se atualmente uma tendência à espetacularização dessa forma de expressão, principalmente na capital, São Luís, ocasionada pela demanda turística, por apelo da mídia, e pela perspectiva de uma ‘profissionalização’, como a obtenção das vantagens correspondentes, entre outros fatores. Porém, os elementos ritualísticos e tradicionais vinculados a essa prática ainda se mantêm na grande maioria dos casos, e se fazem presentes com força e destaque nos grupos fixos, nas celebrações espontâneas, tanto no Tambor realizado em louvor a alguma entidade espiritual, quanto naquele que se realiza em pagamento de promessas, ou mesmo por puro entretenimento. Além disso, nos diferentes elementos que estruturam essa manifestação – seja em seus aspectos coreográficos, poético-musicais ou nos fazeres e saberes que lhe são próprios, os elementos rituais se mantêm presentes, conferindo-lhe significado e conteúdo para além da ‘forma’ com que se apresentam, e dos aspectos sensorialmente perceptíveis.

Além dos aspectos materiais e simbólicos acima referidos, esta celebração e este saber-fazer expressam igualmente a resistência cultural dos negros e de seus descendentes no Maranhão. Trata-se de um referencial de extrema importância como afirmação identitária dos grupos que o produzem, além de uma oportunidade de exercitar seus vínculos sociais e comunitários. As festividades agrupam pessoas de mesma origem étnica, geográfica e social, que compartilham um passado comum.

O registro com patrimônio cultural brasileiro foi concedido ao Tambor de Crioula em 2007 e segundo a Política Nacional do Patrimônio Imaterial instituída pelo Decreto federal 3.551/2000 obriga o Estado brasileiro nos seus diversos níveis ao investimento de políticas públicas para salvaguarda dessa expressão cultural.


O Plano de Salvaguarda é o instrumento que norteia e orienta a atuação do Comitê gestor na condução do processo de salvaguarda, bem como promove a reflexão e acerca das ações voltadas para o Tambor de Crioula realizado pelas instâncias públicas locais. O Plano é o resultado do diagnóstico levantado pela auditiva da base social do tambor entre 2008 e 2009.
O plano é divido em 4 eixos:
• Preservação dos modos de fazer o tambor de crioula
• Capacitação de quem faz o tambor de crioula
• Socialização e valorização dos conhecimentos associados ao tambor de crioula
• Registro material


O Comitê Gestor é um colegiado formado por entes públicos, representação de classe, e representantes de áreas de ocorrência do Tambor na região metropolitana da Grande são Luis.

Alguns desafios:

Compreensão e entendimento da política da salvaguarda pelos detentores

Monetarização da produção cultural imposta pela indústria do turismo.


A política de salvaguarda do tambor de crioula reafirma a necessidade de valorização do patrimônio imaterial, da preservação da memória e da elevação da autoestima de uma considerável parcela da sociedade a partir do fortalecimento da identidade cultural, concorrendo assim para garantia de direitos e combate ao racismo e todas as formas de violência correlata.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ministério da Cultura lança edital de apoio à produção audiovisual afro-brasileira



13/11/2014



A ministra da Cultura interina, Ana Cristina Wanzeler, lançou, nesta quinta-feira (13/11), na Fundação Nacional das Artes (Funarte) em São Paulo (SP), o edital "Curta afirmativo 2014: protagonismo de cineastas afro-brasileiros na produção audiovisual". As inscrições estão abertas até 30 de janeiro de 2015.
A ministra Ana Wanzeler ressaltou a importância do edital que abre espaço para a cultura negra e reafirma a força do audiovisual no país. Ela destacou, também, o fato de o edital se preocupar com o equilíbrio na distribuição dos recursos com o objetivo de estimular a produção cultural em todas as regiões do país. "Buscamos dar voz e protagonismo a produtores negros e à cultura negra, tão essenciais à nossa raiz brasileira, tão fundamentais na formação de nossa identidade como país, mas que historicamente ficaram excluídos das políticas públicas", disse a ministra.
João Batista Silva, da SAV, Ana Cristina Wanzeler, ministra interina da Cultura, e Hilton Cobra, da Fundação Palmares, durante lançamento do edital na Funarte em São Paulo. (Foto de Gustavo Serrate)
Com investimento de R$ 3 milhões, a proposta é apoiar a produção de obras nacionais inéditas dirigidas ou produzidas por negros. A iniciativa premiará 34 obras, 21 curtas-metragens com temática livre e 13 média-metragens que abordem a cultura de matriz africana. O apoio financeiro varia de R$ 100 mil a R$ 125 mil respectivamente.
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, destacou as iniciativas do Ministério da Cultura (MinC) voltadas à comunidade negra: "Nunca antes neste país tivemos tantos projetos contemplados, em dois anos tivemos 542 projetos beneficiados pelos editais", destacou. Também participaram do evento o diretor de Gestões de Políticas Audiovisuais da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MiNC), João Batista Silva, o secretário da Promoção e Igualdade Racial da cidade de São Paulo, Antônio Pinto, além de representantes de associações de comunidades negras, produtores e agitadores culturais.
Inscrições - Os interessados podem se candidatar pela internet, ao acessar o sistema SALICWEB. As obras audiovisuais deverão ser inscritas por pessoas físicas autodeclaradas negras (pretos e pardos, de acordo com as categorias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), brasileiros natos ou naturalizados, que se apresentem obrigatoriamente como diretores ou produtores.
Para serem selecionadas, as obras passam por várias etapas de avaliação. Na habilitação, serão checados documentos, itens e informações solicitados em conformidade com exigências do edital. A Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC) constituirá comissão técnica para realizar todos os procedimentos necessários à habilitação. Após essa etapa, as obras habilitadas serão avaliadas pela Comissão de Seleção composta por, no mínimo, 3 integrantes, designados pela secretaria.
O lançamento desse edital faz parte de ações afirmativas do MinC voltadas para a população afrodescendente, como feiras, intercâmbios, prêmios e outros editais. A edição do Curta Afirmativo de 2012 teve investimento de mais de R$ 2 milhões e beneficiou 30 projetos de jovens realizadores e produtores negros.



Assessoria de Comunicação

Ministério da Cultura

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

PROJETO VALORIZA COMUNIDADES DE MATRIZ AFRICANA NO MARANHÃO


Pais e Mães de Santo da área Itaqui Bacanga em São Luis, estiveram reunidos no auditório do Parque Botânico da Vale do Rio Doce para o Lançamento do Projeto de Promoção e Valorização das Comunidades de Matriz Africana – IDIYIELE.
O Projeto é coordenado pela Fundação Josué Montello e tem como objetivo o reconhecimento dessas comunidades tradicionais.
Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana são definidos como grupos que se organizam a partir de valores civilizatórios e da cosmovisão trazidos para o país por africanos transladados durante o sistema escravista, o que possibilitou um contínuo civilizatório no Brasil, constituindo territórios próprios caracterizados pela vivência comunitária, pelo acolhimento e pela prestação de serviços à comunidade. (Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana. (SEPPIR, 2013).

O projeto visa criar condições de melhoria de qualidade de vida (com ênfase na educação e saúde) e com ações de fomento ao empreendedorismo. A meta é envolver diretamente mais de duas mil pessoas.
A proposta é que, através do projeto, se apresente um panorama socioeconômico real dessas comunidades aos gestores de políticas públicas, além de legalizar os coletivos existentes e fomentar o empreendedorismo nesses grupos para a melhoria da qualidade de vida dos mesmos.
Serão desenvolvidas, principalmente, atividades com foco na saúde, educação e geração de renda. Estão planejados o levantamento das condições de infraestrutura das comunidades e ações necessárias à resolução dos problemas a serem apresentados; a realização de diversas oficinas voltadas para a utilização das práticas de saúde; a produção de uma cartilha sobre as práticas tradicionais de saúde desenvolvidas nas comunidades de matriz africana; cursos sobre a língua e cultura Yorubana; oficinas sobre Direitos e Cidadania; cursos de música; e diversos seminários temáticos.

1ª ETAPA – ABAYOMI (Encontro Feliz)

Foi realizada a primeira atividade do Projeto IDYIELE no dia 8 de novembro de 2014 na área Itaqui Bacanga. Estiveram presentes mais de oitenta lideranças dos terreiros de religião afro-brasileira. O objetivo do encontro foi reunir informações sobre a realidade socioeconômica e cultural das comunidades tradicionais de terreiro, na perspectiva da participação popular e das políticas públicas, com vistas a subsidiar as decisões dos gestores públicos.
A atividade contou com a parceria das organizações representativas do movimento negro e afro-religioso do estado: CEN – Coletivo de Entidades Negras, FERMA – Fórum Estadual de Religiões Afro-brasileiras do Maranhão, RENAFRO – Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde e UNEGRO.

Três temas foram trabalhados: Políticas Sociais, Políticas Econômicas e Políticas Culturais. A base metodológica foi a participação dos líderes afro-religiosos indicando a conjuntura de suas cosas nesses três eixos e principalmente propondo suas reivindicações para orientação destas políticas.
O evento contou, no primeiro momento, com representantes da ONG ”Nossa São Luis” que apresentou um diagnóstico socioeconômico da área.

Ao final foi elaborado relatório com propostas apresentadas que servirá de subsídio de gestão dessas políticas na óptica dessas comunidades tradicionais.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

COMUNIDADES DE TERREIROS DE SÃO LUIS AVALIAM PROPOSTA DE PLANO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS DE MATRIZ AFRICANA



No dia 31 de outubro de 2014, povos e comunidades tradicionais de matriz africana da Grande Região Metropolitana de São Luis - MA, estiveram reunidos para avaliar e referendar propostas para o Plano Estadual de Desenvolvimento Sustentável para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana do Maranhão.


Art. 2o A Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais PNPCT tem como principal objetivo promover o desenvolvimento sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e suas instituições.
(Decreto 6.040/2007 – PNPCT)

POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS DE MATRIZ AFRICANA são definidos os grupos que se organizam a partir de valores civilizatórios e da cosmovisão trazidos para o país por africanos transladados durante o sistema escravista, o que possibilitou um contínuo civilizatório no Brasil, constituindo territórios próprios caracterizados pela vivência comunitária, pelo acolhimento e pela prestação de serviços à comunidade. (Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana. (SEPPIR, 2013).

O objetivo do plano é garantir direitos, efetivar a cidadania, combater o racismo e a discriminação sofrida pelos terreiros.
O plano estadual segue o desenho do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana lançado pela Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial da Presidência da Republica - SEPPIR com base no Decreto 6.040/2007 que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos e Comunidades Tradicionais / PNPCT. O objetivo da PNPCT é Promover o desenvolvimento sustentável com ênfase: Reconhecimento, Fortalecimento, Garantia de direitos – territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais com base na identidade, forma de organização e suas instituições

O Plano Estadual de Desenvolvimento Sustentável para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana é uma iniciativa da Secretaria de Estado Extraordinária de Igualdade Racial do Maranhão em parceria com as organização representativas dos Povos de Terreiro do Estado: FERMA - Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão; RENAFRO - Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde e a Federação de Umbanda e Cultos Afros do Maranhão e com Secretarias Estaduais de Educação, Saúde, Cultura, Direitos Humanos, Segurança Pública e Meio Ambiente.
As audiências tem como objeto submeter a proposta do plano para referendo dessas comunidades. Outras audiências serão realizadas: na Região do Médio Mearim, Cocais, Leste Maranhense e Litoral Ocidental.

GRUPO DE TRABALHO DE COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA PESSOAS DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

Nos dias 29 e 30 de outubro de 2014, reuniram-se lideranças religiosas de vários estados brasileiros, representantes de coletivos do movimento negro com recorte religioso para discutirem com a SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA - SENASP, do Ministério da Justiça a situação de vulnerabilidade das comunidades afro-religiosas brasileiras e garantia de direitos ao acesso a justiças e segurança pública.
A proposta apresentada, que foi aceita pela Secretária da SENASP, Regina Mink, foi de construção de um Grupo de Trabalho Permanente de combate a violência contra pessoas das religiões afro-brasileiras.


Foram apresentados os primeiros temas elencados como prioritários para redução imediata dos índices crescentes de violência contra as comunidades tradicionais de terreiro impetrados pelos agentes públicos, segmentos neopentecostais, e meios de comunicação, entre outros:
1. Mídia, racismo e desrespeito religioso;
2. Acesso das Religiões de Matrizes Africanas aos sistemas de justiça;
3. Capacitação dos agentes de justiça para lidar com a intolerância/desrespeito religioso;
4. Demarcação legal relativa a liberdade de expressão e liberdade de crença, deveres de cidadania e enfrentamento à intolerância/desrespeito religioso;
5. Laicidade do estado e expressões religiosas;
6. Difusão de direitos e garantias legais às religiões alvo de desrespeito/intolerância religiosa.

O Grupo de Trabalho tem como finalidade de ser o interlocutor entre os operadores de segurança publica estaduais e o Ministério da Justiça através da Secretaria Nacional de Segurança Pública.


INTEGRANTES
Bahia
1. Iyalorixá Jaciara Ribeiro dos Santos (Coord. Nacional de Religiões de Matrizes Africanas do CEN)

AséAbassá de Ogum - Salvador - Bahia

2. Roberto dos Santos Rodrigues (Ilê Axé Opô Afonjá)

3. Marcos Fábio Rezende Correia (Ilê Axé Oxumarê)

4. Joselito crispim DOS Santos (Terreiro Tumba Junsara)

5. MakotaValdina Pinto
Valdina Oliveira Pinto

6. Jocenilda Barbosa Bispo – Ebomy Nilda (Terreiro de Alaketu)

7. Zaildes Iracema de Mello (Mãe Índia – Terreiro do Bogum)

Rio de Janeiro
8. Rosiane Rodrigues de Almeida, sacerdotisa do Ilé Axé Ominlayo e pesquisadora do INCT/InEAC - UFF

9. Deusimar Corrêa – GaiakuDeusimar

10 - Luiz Fernando Martins da Silva

11.Adailton de Oxóssi (Filho de Mãe Beata do Ilê Axé OjuOmiArô)

Minas Gerais
12. DikotaDjanganga – Jane Maria Silva

Paraná
13. Márcio de Jagum – Márcio Marins


Brasília/DF
14. Fernando José de Sá Garcia
Ilê Axé IdáWurá - Distrito Federal

15. Rafael Moreira (Federação da Umbanda e do Candomblé do DF e Entorno)

16. Alexandre de Oxalá

Maranhão
17. Pai Neto de Azile / CEN Maranhão
Danbiraxé Mina Vodun

São Paulo
18. Silvana Veríssimo

19. Elias Pontes de Cerqueira

Goiás
20. Ogan José Luiz Dias Lima (Presidente da Federação de Candomblé)


Piauí
21. Heraldo Barbosa
CEN Piauí

O TAMBOR DE CRIOULA DO MARANHÃO COMEMORA O MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA

SEMANA DO TAMBOR DE CRIOULA

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com o Comitê Gestor da Salvaguarda do Tambor de Crioula e a União dos Tambores de Crioula do Maranhão (Unita), realizarão nos dias 17 e 18 de novembro a Semana do Tambor de Crioula.
O evento, que acontecerá no Teatro da Cidade, reunirá coreiros e coreiras, além de gestores públicos das esferas federal, estadual e municipal, num amplo debate sobre a prática do Tambor de Crioula no Maranhão e sua interface com as políticas públicas no Estado.

PROGRAMAÇÃO
Dia 17/11 (segunda-feira) - A PARTIR DAS 14h
MESA 01 – Tambor de crioula para quem: a prática do Tambor de Crioula e a Indústria do Turismo em São Luis.
Mediador – Neto de Azile
MESA 02 – Tambor de Crioula: devoção e obrigação.
Mediador: Luis Guerreiro.

Dia 18/11 (terça-feira) A PARTIR DAS 14h
MESA 01 – O projeto de Salvaguarda do Tambor de Crioula: avanços e resultados.
Mediador: Joila Moraes
MESA 02 – Políticas Públicas para o Tambor de Crioula no Maranhão.
Mediador: Ricardo Rocha