VEJAM QUE O CORTEJO DO DIVINO ERA COMPOSTO SÓ POR CRIANÇAS - Uma atrocidade

DESTA FORMA REINFORMAMOS OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS-Foi esquecimento mesmo?
Ao chegarmos ao 5º Departamento de Polícia do Anjo da Guarda para audiência previamente marcada e confirmada pelo Pai Lindomar Saraiva, a vítima, foi revoltante. Fomos informados que das quatro audiências agendadas a única em que a intimação não foi entregue foi a do nosso casso. Ao exigirmos uma explicação através da nossa assessoria jurídica Dr. Nonato Masson tentaram sinicamente justificar que foi uma falha operacional por falta de viaturas. Entretanto a distância entre a residência do destinatário agressor e é de apenas 300 metros da delegacia. Daí companheiros está claro que a idéia de laicidade do Estado brasileiro é ignorada pela maioria dos órgãos públicos, bem como a reprodução do preconceito e discriminação.
Ao enchermos a delegacia com um grupo de religiosos afro-brasileiros, devidamente paramentados com trajes rituais, exercendo ali o direito de profissão de fé, após ritual na porta da delegacia, provocou um verdadeiro “frisson” não só pela quantidade, mas também pela organização e discurso fundamentado no que tange direitos dos povos de terreiro.
Imediatamente a intimação seguiu seu destino e recomendada pelo Delegado, marcando nova audiência para o dia 28 de outubro as 9h 30 da manhã. Agora fica nítida a necessidade de uma mobilização em nível nacional.
Nossa assessoria jurídica estará oferecendo denúncia ao ministério público para início de inquérito de crime de racismo por estes “arautos de Deus” da Igreja Assembléia. Aqui faço minhas as palavras do Coordenador Nacional do CEN Ogan Marcio Gualberto “O fato da intolerância religiosa caminhar de mãos dadas com o racismo provoca, por muitas vezes, nos órgãos responsáveis por fiscalizar e punir, certa leniência, não porque a intolerância não deve ser combatida, mas porque estes órgãos ainda não são capazes de lidar de maneira eficaz com temas ligados ao racismo.” (Mapa da intolerância religiosa – 2011, violação de direito de culto no Brasil. Ogan Marcio Alexandre M. Gualberto).
Neste sentido o Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (FERMA) e o Coletivo de Entidades Negras do Maranhão (CEN-MA)reiteram o convite a toda população negra do estado para passeata por justiça e salvaguarda dos direitos do povo de terreiro.
Local: Anjo da Guarda.
Concentração: Praça do Canhão
Tema - CHEGA DE INTOLERÂNCIA, não toquem em nossos terreiros
Dia: 03 de novembro
Hora: 8h da manhã
Hora da audiência: 9h 30
Lembramos ainda que neste mesmo dia, na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente DPCA (Praça Maria Aragão) ás 15h tem a audiência sobre a agressão que a filha do Pai Lindomar sofreu destes fanáticos (possuídos) em nome da fé deles e do “deus” deles.
Companheiros omissão também é crime.
Não sei o q falar sobre essas pessoas... É triste! Em uma época em os lideres religiosos estão se reunindo para debater sobre as doutrinas em pról de um mundo melhor, me aparece esses "Fanáticos"... Com certeza esses atos não pode ficar impune ( indenpendente de religião), tem q ser levado a frente e os responsáveis por esse ato, tem q ser punidos.
ResponderExcluirComo ateu (graças a deus...rsrsrs), manifesto aqui minha "não-surpresa" com este fato...surpresa mesmo se fosse diferente...se não houvesse discriminação, se a polícia fosse imparcial (coisa difícil...), etc e tal.
ResponderExcluirCreio (eu creio!!!) que deus não existe, e quero ter a liberdade de expressar isso, assim como tenho que garantir a liberdade de quem acredita que ele existe, ou que exista qualquer outra divindade, figura mitológica, ser espiritual ou o que quer que valha...
Mas o problema não é simplesmente religioso, é étnico também. Se repararem bem, tudo o que vem do Negro é tido como atrasado, feio, coisa do diabo, etc. O cabelo é tido como 'ruim', o nariz "de batata" (e olha que batata é uma coisa boa, heim???), a música é "anti-cultura" (hoje o Funk sofre a mesma discriminação que o samba sofreu em época passada), e por aí vai.
Até me confortaria pensar que estes agressores iriam todos para o inferno, mas como sou ateu e não acredito que o inferno exista, o jeito é mandá-los para a cadeia mesmo, processá-los criminalmente e civilmente, e arrancar uma indenização na justiça (como se a criança traumatizada fosse, um dia, esquecer a agressão).
O que ocorreu não é "triste", é "criminoso".
Abraços,
Marcos.