sábado, 29 de outubro de 2011

2ª Caminhada Maranhense pela Liberdade Religiosa


DIA: 18 de novembro (sexta-feira)
8h 30 - Alvorada dos Ojás - Quem é de Axé diz que É
Ritual de Louvação a Natureza e ao Vodun Lissá e Orixá Oxalá
Local: Praça Deodoro

15h 00 – 2ª Caminhada Pela Liberdade Religiosa
Chega de Intolerância, Não Toquem em nossos Terreiros
Local: Praça Deodoro até o Reviver
18h 00 – Encerramento: Apoteose de blocos afros com Presente às Deusas das Águas

VISTA-SE DE BRANCO, USE SUAS GUIAS E CAMINHE CONOSCO EM DEFESA DA NOSSA RELIGIÃO
INFORMAÇÕES - Neto de Azile 8814 9696

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Acordo contra racismo é firmado entre MS e SEPPIR


O ministro da Saúde (MS), Alexandre Padilha e a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR), Luíza Bairros, assinaram um acordo para adesão à campanha “Igualdade Racial é Pra Valer!”.

O acordo visa a produção e divulgação de peças da campanha no SUS; cria estratégias para implementar a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra; implementa o Programa de Enfrentamento ao Racismo Institucional no Ministério e no SUS; e divulga o Estatuto da Igualdade Racial. Também cria a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.

Ilana Paiva / Blog da Saúde

FONTE - http://revistaafricas.com.br/archives/35741?utm_source=Acordo%20contra%20racismo%20é%20firmado%20entre%20MS%20e%20SEPPIR&utm_medium=email&utm_campaign=Acordo%20contra%20racismo%20é%20firmado%20entre%20MS%20e%20SEPPIR

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A FORÇA DO AXÉ - REPRESENTAÇÃO CRIMINAL PROTOCOLADA NO MINISTÉRIO PÚBLICO



A assessoria jurídica do FERMA, Dr. Nonato Masson, protocolzou na última segunda-feira, 24/10/2011 representação criminal no Ministério Público Estadual contra a Igreja Assembléia de Deus pelas agressões a comunidade do Terreiro de Mina do Pai Lindomar Saraiva no Maranhão. O objetivo é a responsabilização desta instituição pelos desatinos de seus fiéis comum nos segmentos petenconstais e neopetencostais deste segmento religioso. "Está na hora de reagir a estes ataques, bem como aos espetáculos sinitros de purificação do demônio, nos shows de TV ditos cultos, através de pantomimas frenéticas direcionadas a deturpação dos cultos afrobrasleiros, realizados pelas Igrejas neopentencostais (midiáticas)", diz o Coordenador Executivo do FERMA.
Segue abaixo a representação:
Exma. Sra. Dra. Procuradora de Justiça do Estado do Maranhão

LINDOMAR SARAIVA BARROS, Pai Lindomar de Xangô, brasileiro, casado, sacerdote, babalorixá do Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So, residente e domiciliado na Rua Bom Jesus, nº 64, Anjo da Guarda, São Luís/MA, vem por meio de seu advogado in fine assinado apresentar

REPRESENTAÇÃO CRIMINAL

em face de membros da Igreja Assembléia de Deus, Área 75, a serem identificados, que congregam na Rua Costa Rica, Quadra 14, casa 16, Anjo da Guarda que com suas condutas praticaram os tipos penais do artigo 20 da Lei de Racismo, c/c art. 129 e 147 do Código Penal, o que faz na forma a seguir:

O Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So cuja responsabilidade do ministério é do Pai Lindomar de Xangô, com título sacerdotal Baba-Vodun Maciledan, foi fundado em 23/03/1993 no bairro do Anjo da Guarda, é um terreiro de Mina e Candomblé, de matriz africana, descendente na tradição Mina do Terreiro do Egito e na tradição do Candomblé é descendente do Ilê Axé Opó Afonjá de Salvador/BA .

No mesmo bairro há um templo da Igreja Assembléia de Deus cuja responsabilidade do ministério é do pastor Antônio Joaquim, que em seus cultos e rituais vem sistematicamente desrespeitando as entidades ancestrais dos cultos de matriz africana (orixás, voduns, inquices, exus, pomba giras, caboclos ...) identificando-as com uma entidade negativa no panteão cristão chamada de diabo ou demônio.

O estopim deste desrespeito se deu no cortejo em homenagem ao Divino Espírito Santo que os membros do Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So realizam todos os anos, desde 1997, no mês de setembro nas ruas do bairro Anjo da Guarda. O cortejo conta com todo o ritual tradicional desta festa profano religiosa que é uma das mais populares do Maranhão num sincretismo de ritos de matriz africana e cristãos .

Neste ano o cortejo do Divino Espírito Santo, ocorreu em 17 de setembro, com cerca de 60 (sessenta) pessoas participando do ritual, e, no momento do “buscamento do mastro” foi tumultuado por um grupo de evangélicos, entre os quais duas senhoras, que apareceram com uma caixa de som e ao microfone bradavam que todos ali “estavam com o demônio”, numa referência a uma entidade negativa, representativa do “mal” na tradição cristã, que não existe na tradição de matriz africana.

As duas senhoras então passaram a distribuir panfletos da Igreja Assembléia de Deus e como ninguém recebia passaram a colocar os panfletos na roupa das pessoas que acompanhavam o cortejo, diziam que era para as pessoas “aceitarem a Jesus” e que iriam “expulsar o demônio que estava ali naquele momento” em atitude de total desrespeito ao culto ancestral de matriz africana.

Em dado momento uma das senhoras, a mais exaltada, avançou em direção à criança que representava a Imperatriz e além de agredi-la fisicamente arrancou-lhe a coroa na frente de sua mãe que a acompanhava. Esta senhora foi identificada apenas pela alcunha de “Irmã Bete” e a criança tem 03 (três) anos de idade, é filha do Pai Lindomar e de Wanderliza do Carmo Loureiro Silva e até o momento está abalada com o que ocorreu.

O fato foi registrado no 5º Distrito Policial do Anjo da Guarda e na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (documentos em anexo).

A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 5º garante a todos o direito à liberdade, incluindo aí as liberdades espirituais entre as quais a liberdade religiosa. O inciso VI dispõe:

“é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e sua liturgia.”

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) promulgado pelo Decreto 678/1992 dispõe:

“Artigo 12-1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e religião. Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individualmente ou coletivamente, tanto em público como em privado.
(...)
Artigo 12-4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm o direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja acorde com suas próprias convicções.
(...)
Artigo 13-5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional e racial ou religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência. ”

O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que as crianças têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, compreendendo o direito à liberdade de crença e culto religioso (artigos 15 e 16, III). Dispõe ainda o mesmo estatuto:

“Artigo 17 – O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Artigo 18 – É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”

O constitucionalista José Afonso da Silva tratando da questão da liberdade de culto leciona :

“A religião não é apenas sentimento sagrado puro. Não se realiza na simples contemplação do ente sagrado, não é simples adoração à Deus. Ao contrário, ao lado de um corpo de doutrina, sua característica básica se exterioriza na prática de ritos, no culto, com suas cerimônias, manifestações, reuniões, fidelidades aos hábitos, às tradições, na forma indicada pela religião escolhida. Na síntese de Pontes de Miranda: “Compreendem-se na liberdade de culto a de orar e praticar os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou em público, bem como a de recebimento de contribuições para isso”. A Constituição do Império não reconhecia a liberdade de culto com essa extensão para todas as religiões, mas somente para a católica, que era a religião oficial do império. As outras eram toleradas apenas 'com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de Templo' (art.5º).
(...)
Diferentemente das constituições anteriores não condiciona o exercício dos cultos à observância da ordem pública e dos costumes. Esses conceitos que importavam em regra de contenção, de limitação dos cultos já não mais o são.
(…)
Enfim, cumpre aos poderes públicos não embaraçar o exercício dos cultos religiosos e protegê-los, impedindo que outros o façam.”

Desta forma, vê-se, que a conduta de alguns membros da Igreja Assembléia de Deus viola princípios constitucionais fundamentais, violando o direito humano à liberdade religiosa, à liberdade de credo e de culto. Ora, um estado democrático de direito em sua expressão de laicidade deve garantir o respeito à todas as religiões, garantindo condições para o pleno exercício de manifestação de fé, por isso nosso ordenamento jurídico criminaliza a conduta que obstrui o exercício deste direito.

Com suas condutas de praticar o preconceito de religião estes membros da Igreja Assembléia de Deus incorreram no crime tipificado no artigo 20 da Lei nº 7.716/89 (Lei de Racismo), devendo portanto serem identificados e exemplarmente punidos, não só no âmbito do Direito Penal, mas também na forma de punição e disciplinamento de seus fiéis estabelecida nos códigos de conduta da Igreja Assembléia de Deus.

Diante de todo o exposto Requeremos:

1) Que V. Exa se digne a requisitar que seja instaurado competente Inquérito Policial para apurar os exatos termos do cometimento do crime de racismo, em que membros da Igreja Assembléia de Deus do bairro Anjo da Guarda vem sistematicamente praticando, induzindo e incitando o preconceito de religião ultrajando as entidades e símbolos de uma religião de matriz africana e da violência contra a criança que representava a Imperatriz no cortejo do Divino Espírito Santo.

2) Que V. Exa. determine a notificação da Igreja Assembléia de Deus, através da autoridade eclesiástica competente, para que, respeitando suas normas internas e seu código de conduta próprio, proceda a sua investigação e ao final a determine a punição dos responsáveis pela prática delituosa.

No sentido de esclarecer como os fatos ocorreram apresentamos rol de testemunhas que poderão ser ouvidos em sede de investigação policial e poderão ser intimados no Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So, na 2ª Travessa Bom Jesus, nº 05, Anjo da Guarda:

1- Pai Lindomar de Xangô;
2- Wanderliza do Carmo Louzeiro Silva;
3- Vodunsi Neto de Azile, coordenador executivo do Fórum Estadual de Religião de Matriz Africana, FERMA, Rua Alberto de Oliveira, 139, Liberdade;
4- Paulo Roberto Dumas, coordenador estadual de gestores de igualdade racial do Maranhão;
5- Euzébia Saraiva Barros;
6- Raimunda Gomes Costa;
7- Lucilângela Alves Viégas;
8- Filhos e filhas do Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So que participam do cortejo.


Termos em que,
Aguarda providências, onidayô babá .

São Luís/MA, 24 de outubro de 2011


Nonnato Masson
OAB/MA nº 5.356

terça-feira, 25 de outubro de 2011

sábado, 22 de outubro de 2011

1ª CONFERENCIA LIVRE DE QUILOMBOS DE BACABAL E SÃO LUÍS GONZAGA


A 1ª CONSOCIAL LIVRE DE QUILOMBOS DE BACABAL E SÃO LUÍS GONZAGA, será um espaço abertos para a discussão e a articulação entre as Comunidades Quilombolas para analisar o controle social e atividade intermediária necessária à efetiva fiscalização do uso dos recursos públicos.
Por ser a Conferência Livre um espaço público de debates e um mecanismo institucional da democracia participativa, com um momento de construção por meio metodológico especifico é que o CEN/MA e o CIEA/MA e demais parcerias se dispõem a realizar este evento com o objetivo discuti e propor diretrizes para a formulação de políticas públicas de ordem socioeducacional, cultural, ambiental e território sustentável, com intuito à complementar as CONSOCIAIS no âmbito Municipal, Estadual e Nacional.
Dia 12 de Novembro, Bacabal - Maranhão

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Intolerância religiosa contra mãe Jaciara: audiência ouve testemunhas de crime ocorrido em 2006


A mãe-de-santo Jaciara Ribeiro dos Santos, do terreiro Ilê Abassá de Ogum, vítima de intolerância religiosa em março de 2006, deve ficar frente a frente com seus agressores em audiência na 5ª Vara Criminal, no bairro de Sussuarana em Salvador, nesta quinta-feira (20), a partir das 8 horas. Com repercussão no País, o crime, ocorrido na Avenida Sete, centro comercial da capital baiana, resultou na prisão dos dois camelôs evangélicos Valdinei Dias Santos e Walter da Conceição Ribeiro.

Os dois respondem a processo por ofender e tentar agredir a religiosa depois de ouvirem, como resposta à saudação “Jesus lhe ama”, o bordão com referência ao candomblé “Ogum também”. Segundo a testemunha de acusação Raimundo Coutinho, que estará presente na audiência de amanhã, foi o primeiro caso de prisão em flagrante por intolerância religiosa do Brasil. “Presenciei a alteração dos dois ambulantes, de bíblias em punho, a agredir mãe Jaciara”, afirma Coutinho.

Para o presidente da Comissão de Promoção da Igualdade (Cepi) do Legislativo estadual, deputado estadual Bira Corôa (PT-BA), o episódio é emblemático por envolver uma família de religiosas com histórico marcado pelo preconceito. “Jaciara descende de Mãe Gilda, do Abassá de Ogum, que sofreu e teve a saúde agravada a partir de agressões como essas, além de invasões ao seu templo e uso indevido de sua imagem em publicação ofensiva”, lembrou o parlamentar.

Mãe Gilda morreu de infarto no dia 21 de janeiro de 2000. Seus familiares, liderados por Jaciara, conseguiram reparação por danos morais na Justiça baiana, um marco na luta contra a intolerância religiosa. Na audiência de amanhã, o assessor da Cepi, Marcos Rezende, que é um dos coordenadores do Coletivo de Entidades Negras, acompanhará os depoimentos na Vara Criminal.

O que: audiência sobre caso de intolerância religiosa contra mãe.
Onde: 5ª Vara do Fórum Criminal de Salvador, na Av. Ulisses Guimarães, 3º andar.
Quando: dia 20/10 (quinta-feira), a partir das 8 horas.

CRIANÇA QUE FOI AGREDIDA POR FIÉIS FANÁTICOS DA IGREJA ASSMBLÉIA DE DEUS NO MARANHÃO

A CRIANÇA AGREDIDA PELOS FANÁTICOS - Você consegue ficar alheio ao fato?

VEJAM QUE O CORTEJO DO DIVINO ERA COMPOSTO SÓ POR CRIANÇAS - Uma atrocidade

DESTA FORMA REINFORMAMOS OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS-Foi esquecimento mesmo?
Ao chegarmos ao 5º Departamento de Polícia do Anjo da Guarda para audiência previamente marcada e confirmada pelo Pai Lindomar Saraiva, a vítima, foi revoltante. Fomos informados que das quatro audiências agendadas a única em que a intimação não foi entregue foi a do nosso casso. Ao exigirmos uma explicação através da nossa assessoria jurídica Dr. Nonato Masson tentaram sinicamente justificar que foi uma falha operacional por falta de viaturas. Entretanto a distância entre a residência do destinatário agressor e é de apenas 300 metros da delegacia. Daí companheiros está claro que a idéia de laicidade do Estado brasileiro é ignorada pela maioria dos órgãos públicos, bem como a reprodução do preconceito e discriminação.
Ao enchermos a delegacia com um grupo de religiosos afro-brasileiros, devidamente paramentados com trajes rituais, exercendo ali o direito de profissão de fé, após ritual na porta da delegacia, provocou um verdadeiro “frisson” não só pela quantidade, mas também pela organização e discurso fundamentado no que tange direitos dos povos de terreiro.
Imediatamente a intimação seguiu seu destino e recomendada pelo Delegado, marcando nova audiência para o dia 28 de outubro as 9h 30 da manhã. Agora fica nítida a necessidade de uma mobilização em nível nacional.
Nossa assessoria jurídica estará oferecendo denúncia ao ministério público para início de inquérito de crime de racismo por estes “arautos de Deus” da Igreja Assembléia. Aqui faço minhas as palavras do Coordenador Nacional do CEN Ogan Marcio Gualberto “O fato da intolerância religiosa caminhar de mãos dadas com o racismo provoca, por muitas vezes, nos órgãos responsáveis por fiscalizar e punir, certa leniência, não porque a intolerância não deve ser combatida, mas porque estes órgãos ainda não são capazes de lidar de maneira eficaz com temas ligados ao racismo.” (Mapa da intolerância religiosa – 2011, violação de direito de culto no Brasil. Ogan Marcio Alexandre M. Gualberto).
Neste sentido o Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (FERMA) e o Coletivo de Entidades Negras do Maranhão (CEN-MA)reiteram o convite a toda população negra do estado para passeata por justiça e salvaguarda dos direitos do povo de terreiro.
Local: Anjo da Guarda.
Concentração: Praça do Canhão
Tema - CHEGA DE INTOLERÂNCIA, não toquem em nossos terreiros
Dia: 03 de novembro
Hora: 8h da manhã
Hora da audiência: 9h 30
Lembramos ainda que neste mesmo dia, na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente DPCA (Praça Maria Aragão) ás 15h tem a audiência sobre a agressão que a filha do Pai Lindomar sofreu destes fanáticos (possuídos) em nome da fé deles e do “deus” deles.
Companheiros omissão também é crime.

REAFIRMAÇÃO DA INTOLERÂNCIA: A delegacia do 5º DP "ESQUECEU" de entregar a intimação aos evangélicos


Ao chegarmos ao 5º Departamento de Polícia do Anjo da Guarda para audiência previamente marcada e confirmada pelo Pai Lindomar Saraiva, a vítima, foi revoltante. Fomos informados que das quatro audiências agendadas a única em que a intimação não foi entregue foi a do nosso casso. Ao exigirmos uma explicação através da nossa assessoria jurídica Dr. Nonato Masson tentaram sinicamente justificar que foi uma falha operacional por falta de viaturas. Entretanto a distância entre a residência do destinatário agressor e é de apenas 300 metros da delegacia. Daí companheiros está claro que a idéia de laicidade do Estado brasileiro é ignorada pela maioria dos órgãos públicos, bem como a reprodução do preconceito e discriminação.
Ao enchermos a delegacia com um grupo de religiosos afro-brasileiros, devidamente paramentados com trajes rituais, exercendo ali o direito de profissão de fé, após ritual na porta da delegacia, provocou um verdadeiro “frisson” não só pela quantidade, mas também pela organização e discurso fundamentado no que tange direitos dos povos de terreiro.
Imediatamente a intimação seguiu seu destino e recomendada pelo Delegado, marcando nova audiência para o dia 28 de outubro as 9h 30 da manhã. Agora fica nítida a necessidade de uma mobilização em nível nacional.
Nossa assessoria jurídica estará oferecendo denúncia ao ministério público para início de inquérito de crime de racismo por estes “arautos de Deus” da Igreja Assembléia. Aqui faço minhas as palavras do Coordenador Nacional do CEN Ogan Marcio Gualberto “O fato da intolerância religiosa caminhar de mãos dadas com o racismo provoca, por muitas vezes, nos órgãos responsáveis por fiscalizar e punir, certa leniência, não porque a intolerância não deve ser combatida, mas porque estes órgãos ainda não são capazes de lidar de maneira eficaz com temas ligados ao racismo.” (Mapa da intolerância religiosa – 2011, violação de direito de culto no Brasil. Ogan Marcio Alexandre M. Gualberto).
Neste sentido o Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (FERMA) e o Coletivo de Entidades Negras do Maranhão (CEN-MA)reiteram o convite a toda população negra do estado para passeata por justiça e salvaguarda dos direitos do povo de terreiro.
Local: Anjo da Guarda.
Concentração: Praça do Canhão
Tema - CHEGA DE INTOLERÂNCIA, não toquem em nossos terreiros
Dia: 03 de novembro
Hora: 8h da manhã
Hora da audiência: 9h 30
Lembramos ainda que neste mesmo dia, na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente DPCA (Praça Maria Aragão) ás 15h tem a audiência sobre a agressão que a filha do Pai Lindomar sofreu destes fanáticos (possuídos) em nome da fé deles e do “deus” deles.
Companheiros omissão também é crime.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Coletivo de Entidades Negras lança campanha contra Intolerância religiosa


Campanha visa mobilizar a comunidade religiosa a defender seus direitos e esclarecer o restante da população que as religiões de matrizes africanas precisam ter seus ritos respeitados e não podem sofrer perseguição religiosa pelo fato de praticar sua fé.

O Coletivo de Entidades Negras (CEN), organização política do Movimento Negro que se encontra em 17 estados da Federação lança hoje a campanha Chega de Intolerância - Não toquem em nossos terreiros em parceria com a agência de publicidade Multiplike - Tecnologia | Informação | Comunicação e com o apoio da agência de notícias Afropress.

Segundo Marcio Alexandre M. Gualberto, coordenador geral do CEN, esta campanha tem como objetivos fundamentais "mobilizar religiosos e religiosas para saírem da passividade e defenderem seus direitos. Nosso povo tem o hábito de esperar que alguém faça por eles, é importante sair do imobilismo e ir à luta". Para o Coordenador Geral, os casos de intolerância religiosa vêm aumentando em todo o país e têm sido frequentes ataques físicos tanto às casas religiosas, quanto às pessoas. "Enquanto a intolerância religiosa está ligada aos xingamentos ou comportamentos discriminatórios a situação é grave, sem dúvida, mas está num determinado patamar. Quando passa a agressão física, a cusparadas, agressões com a Bíblia, invasão de terreiros, derrubada de muros, queima de santos e mesmo assassinatos como temos visto em Manaus, então é sinal de que estamos mesmo por nossa própria conta e, se não agirmos, seremos sempre as vítimas preferenciais daqueles que querem tornar o Brasil um pais fundamentalista de viés evangélico-pentecostal", afirma Marcio Alexandre.

A campanha, que destaca a expressão "Não toquem em nossos terreiros", inspira-se na campanha Touche pas a mòn pote (não toque em meu amigo), lançada em 1985, em Paris, para combater a crescente onda de racismo naquele país. Marcio Alexandre afirma que a idéia de dizer, não toque em nossos terreiros é um alerta, é um aviso é um sinal de que aquele terreiro (tal como o amigo, na França), não está sozinho, está protegido, há quem zele por ele.

A campanha será lançada hoje em todas as mídias sociais brasileiras e, no dia 20 de novembro, quando ocorre a VI Caminhada Pela Vida e Liberdade Religiosa, em Salvador, haverá o lançamento oficial da campanha que se propõe permanente e em nível nacional.


Contato:
Marcio Alexandre M. Gualberto (Coordenador Geral do CEN)
22 2664 1213

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ATO PÚBLICO PELO DIREITO DE LIVRE EXERCÍCIO RELIGIOSO



DIA: 18 de outubro
HORA: Concentração as 8h
ONDE: Praça do Anjo, bairro Anjo da Guarda
COMO: Passeata atá a 5º Delegacia de Polícia do Anjo da Gurada
POR QUE: Audiência com os agressores da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, da qual ´fiéis fanáticos (e por que não possuídos) invadiram reitual público de terreiro agredindo com palavras a conunidade de terreiro e fisicamente a uma criança de 3 anos de idade.
QUEM: Todos movimentos sociais, terreiros e sociedade em geral
LEMA: Eu respeito sua religião e você?
ORGANIZAÇÃO: Fórumm Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão
CONTATO: 98 8814 9696

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PRECONCEITO NA PROPAGANDA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL


Primeira versão reproduzindo a teoria racista de embranquecimento do Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=10P8fZ5I1Wk
Depois de reivindicação do movimento colocaram a verdadeira cor da Machado de Assis
http://www.youtube.com/watch?v=V3F-S3VF2IY

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vítima de Intolerância Religiosa - Pai Lindomar de Xangô, indignação


Na última segunda-feira, dia 10/10, O Babalorixá, Pai Lindomar Saraiva, sacerdote afro-religioso de Tambor de Mina falou ao blog sobre a agressão sofrida pela sua Casa por evangélicos fanáticos da Assembléia de Deus. Seu depoimento foi colhido na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente - DPCA, após registrar boletim de ocorrência. Visivelmente indignado o Pai Lindomar exige justiça e teme pelo caso não se perder no vazio. "O que está em jogo é o direito do livre exercício religioso assegurado pelo ordenamento jurídico brasileiro. Não é só a minha casa que está sujeita a ações desses loucos que em nome de Deus debocham, difamam, ridicularizam, menosprezam e agora agridem fisicamente o que eles chamam de adoradores do diabo. Minha filha hoje está com medo de sair de casa sozinha pois teme ser agredida novamente pela moça crente (palavras da criança). Estamos até agora esperando as providências da Secretaria de Direitos Humanos do Maranhão e Igualdade Racial ao passo que a primeira audiência ocorrerá dia 18/10 as 10h da manhã no 5º DP no bairro Anjo da Guarda."
"Nós do FERMA estamos cientes que a briga será árdua pois estamos iniciando litígio com uma instituição poderosa, entretanto o que está em jogo é a salvaguarda da cultura e religiosidade afro-descendente, aí é um problema de toda a sociedade." Disse o coordenador executivo do FERMA Neto de Azile.
O pai Lindomar informou que sua casa esta organizando uma passeata no dia da audiência para exigir justiça e assegurar o direito de professar sua fé, e principalmente para reponsabilização ciil e criminal dos agressores. "Sairemos em caminhada até a delegacia. Com nossos cânticos, e ritualisticamente vestidos estaremos na rua, defendendo nossos direitos." concluiu o Pai Lindomar.
Logo esperamos que todos participem.
Concentração as 8h da manhã do dia 18/10 no terreiro do Pai Lindomar

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Intolerância Religiosa

A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição. Sendo definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.
As liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. A religião e a crença de um ser humano não devem constituir barreiras a fraternais e melhores relações humanas. Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa.
O Brasil é um país de Estado Laico, isso significa que não há uma religião oficial brasileira e que o Estado se mantém neutro e imparcial às diferentes religiões. Desta forma, há uma separação entre Estado e Igreja; o que, teoricamente, assegura uma governabilidade imune à influência de dogmas religiosos. Além de separar governo de religião, a Constituição Federal também garante o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças. Dessa maneira, a liberdade religiosa está protegida e não deve, de forma alguma, ser desrespeitada.
É importante salientar que a crítica religiosa não é igual à intolerância religiosa. Os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião são assegurados pelas liberdades de opinião e expressão. Todavia, isso deve ser feito de forma que não haja desrespeito e ódio ao grupo religioso a que é direcionada a crítica. Como há muita influência religiosa na vida político-social brasileira, as críticas às religiões são comuns. Essas críticas são essenciais ao exercício de debate democrático e devem ser respeitadas em seus devidos termos.

Destruição de terreiro de candomblé vai parar na Justiça na Bahia

A construção de um loteamento nas imediações de um terreiro de candomblé do século 19 foi parar na Justiça em Cachoeira (133 km de Salvador). Os ministérios públicos Estadual e Federal acusam o empresário responsável pela obra de “intolerância religiosa” e “violência” contra as religiões de matriz africana.

De acordo com a investigação do Ministério Público, a obra do loteamento destruiu construções tidas como sagradas e uma área do terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde, conhecido como Roça do Ventura. Fundada em 1858, a casa de candomblé de tradição jeje-mahi é considerada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como uma das mais antigas e representativas do Brasil.

Intervenções na área foram objeto de denúncias em setembro de 2010. Os fatos foram relatados ao Iphan, que analisava o tombamento da área desde 2008. Em janeiro deste ano, o órgão publicou o tombamento provisório da área, o que garantiu a proteção do bem até eventual reconhecimento como patrimônio nacional. Em maio, o conselho do órgão que avalia os tombamentos solicitou mais detalhes sobre o terreiro e o processo voltou ao Iphan na Bahia para estudos adicionais.

Se o tombamento for aprovado, será o sétimo terreiro de candomblé protegido pelo Iphan. Hoje há cinco terreiros protegidos na Bahia e um no Maranhão. O terreiro de Cachoeira, segundo o órgão de patrimônio, “tem fundamental importância na conformação da rede de terreiros do Recôncavo Baiano e para a formação histórica do candomblé como uma instituição religiosa”.

O Ministério Público afirma que o empresário e advogado Ademir Oliveira dos Passos “orientou prepostos” a invadir a área do terreiro com um trator, o que causou a destruição de 14 hectares de mata, derrubada de árvores centenárias, aterro de uma lagoa e danos ao barracão da roça, antes usado para práticas religiosas e liturgias.

A ação pede à Justiça que Passos seja condenado a reconstruir o galpão danificado, a indenizar a comunidade em mil salários mínimos e a pagar R$ 455 mil por dano moral coletivo, em razão de “violação da dignidade da pessoa humana e ao patrimônio religioso, material e imaterial”.

A reportagem não conseguiu contato com o empresário Ademir Oliveira dos Passos nesta quinta-feira (29). No número que consta em seu nome na lista telefônica ninguém atendeu às chamadas.

Fonte: Thiago Guimarães, iG Bahia | 29/09/2011 17:50

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Evangélicos agridem Povo de Terreiro no Maranhão


(Neto de Azile, coordenador Executivo do FERMA com B.O.)
Os representantes de entidades que integram o Movimento Negro e Afro-religioso Maranhense se reuniram durante a semana para discutir a denúncia de agressão contra uma criança de apenas 3 anos de idade que participava das celebrações da Festa do Divino no último dia 17, no Anjo da Guarda. O caso foi registrado no16º DP da Vila Embratel pelos familiares da vítima e está sendo acompanhado pelo Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma).
O coordenador de política institucional do Ferma, Neto de Azile, conta que os membros do terreiro "Kwebe-se to Vodun Bade Só", na 2ª Travessa do Bom Jesus, no Anjo da Guarda, realizaram um cortejo para buscar o mastro da Festa do Divino na Rua Costa Rica. Ao passar em frente a um culto evangélico duas senhoras começaram a distribuir panfletos que não foram aceitos. Uma delas teria começado a proferir ofensas como "isso é coisa do demônio" e em determinado momento, bateu na cabeça de uma criança de 3 anos, jogando-a para trás.
Na reunião, as entidades participantes decidiram que o ato representa uma agressão física, psicológica e moral ferindo o direito constitucional do livre exercício da religião. Foi decidido que será aberta uma ação por perda e danos morais pela violência contra a criança e uma ação civil pública devido ao cerceamento da opção religiosa do grupo.
Além das organizações ligadas ao movimento negro como a Ferma, Coletivo de Entidades Negras (CEN) e Rede de Religiões Afro, também estiveram presentes representantes da Secretaria Estadual Extraordinária da Igualdade Racial, Secretaria dos Direitos Humanos e Cidadania do Estado do Maranhão (Sedihc) e Fórum Intergovernamental de Igualdade Racial. Devido à complexidade do caso, a Sedihc sugeriu uma reunião com a assessoria jurídica da pasta para tratar da questão, o encontro deve ser realizado até a próxima semana.
O coordenador de política institucional do Ferma afirma que a criança não foi ferida gravemente, mas que o ato a traumatizou. A garota ficou triste e chegou a desistir de vestir a roupa, relatando que "a moça bateu na coroa, agora eu não quero mais". As possíveis agressoras ainda não foram identificadas, mas Neto de Azile explicou que o caso foi repassado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DPCA) e ao 16º DP para que o líder da congregação onde as duas mulheres estavam possa identificá-las. Neto de Azile considerou a ação das mulheres como um ato de fanatismo que desrespeita o preceito religioso e caracterizou o ato como um retorno à Idade Média. "Somos um estado laico e temos liberdade religiosa assegurada em lei, não podemos deixar isso passar batido.
Não bastasse a desqualificação que sofremos, ainda demonizam o nosso culto", comentou. O representante da Ferma destacou que há três anos as entidades negras realizam passeatas pela liberdade religiosa e que no último ano, houve um compromisso do Ministério Público em salvaguardar o livre exercício religioso.


Fonte: http://imgsapp.oimparcial.com.br/app/noticia_130321921166/2011/09/24/94365/20110924083934432720i.jpg