sábado, 31 de dezembro de 2011

À sua maneira, as religiões celebram a chegada de 2012 com missas, cultos ou homenagens a entidades


Ano novo, vida nova. A conhecida frase representa uma aspiração a que a situação de cada um melhore no período de doze meses que se inicia. Em São Luís, os diferentes grupos religiosos, de acordo com as convicções particulares em relação à passagem de ano, organizam programações para que os adeptos reflitam a transição e celebrem os novos tempos.
Nos grupos cristãos, cada igreja costuma ter uma programação em sua comunidade. Representantes católicos e evangélicos informaram que não é previsto um evento geral que concentre os diferentes segmentos de cada uma das religiões.

O coordenador da Catedral da Sé, Manoel Viana, disse que a última missa do ano vai ocorrer na tarde de sábado, depois da adoração do Santíssimo. Segundo ele, essa é uma celebração tradicional, que chega a ser tão popular quanto a Missa do Galo, na noite de Natal. Manoel explica que a não ocorrem celebrações mais tarde, próximas da meia-noite, até por uma questão de segurança dos fieis, que estariam expostos a assaltos na região central da cidade. Às 10h do dia 1º, ocorrerá a primeira celebração católica naquele templo.

Reunindo cerca de 1.200 membros, a Primeira Igreja Batista de São Luís programa um culto especial nas últimas horas de 2011, antes da confraternização dos participantes, depois da virada. De acordo com o pastor da congregação, Eliezer Lourenço, a comunidade avaliou o ano que se encerra durante os encontros de dezembro, e o último culto pretende ser o momento em que as pastorais da igreja vão apresentar os desafios para 2012. As pastorais envolvem as atividades de evangelização, juventude, ensino e pregação. Um dos desafios que o pastor destacou foi relacionado ao coral da igreja, atualmente composto por 102 vozes, e que pretende ser ampliado para pelo menos 200 integrantes.

Nas comunidades religiosas de origem africana, os diferentes segmentos cultuam divindades específicas, a quem são voltadas as homenagens de fim de ano. De acordo com o coordenador de política institucional do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana (Ferma), Neto de Azile, os terreiros ligados ao Tambor de Mina, prestam homenagem ao Vodun Lissá, no dia 30 de dezembro, e ao orixá Oxum, em 1º de janeiro. No último dia do ano, os grupos de umbanda reverenciam Yemanjá, e a tradição do candomblé homenageia Oxalá.


Segundo a presidente da Federação Espírita do Maranhão, Ana Luiza Nazareno Ferreira, a virada do ano não tem um significado especial para os grupos espíritas. "É um dia como outro", disse ela, justificando porque a data não costuma ter uma programação de palestras ou distribuição de cestas às famílias carentes, como ocorre nas festividades natalinas. Ana Luiza destacou que, no último Natal, um centro espírita do bairro Alemanha chegou a distribuir mais de 300 cestas a famílias da região. Como único evento fora das atividades de rotina, no dia 1º, está programado um almoço voltado aos idosos e trabalhadores da casa onde funcionam três centros, no Centro.
Fonte: Jornal O Imparcial - caderno urbano - 30/12/2011.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Povo de Terreiro no Encontro de Gestores Municipais no Maranhão



A Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial do Estado do Maranhão realizou no dia 15 de dezembro de 2011, no Auditório do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, o Encontro com Gestores Municipais da Igualdade Racial, com o tema Combate ao Racismo o objetivo de fortalecer a Política de Promoção da Igualdade Racial no Estado do Maranhão.
A Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial do Estado do Maranhão, conservando o modelo de gestão compartilhada convidou os movimentos sociais afro religiosos para Roda de Saberes Racismo: Um olhar a partir das comunidades tradicionais de terreiro. O Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão – FERMA foi representado pelo seu coordenador geral professor Neto de Azile e a Rede Nacional de Religiões afro-brasileiras e Saúde representada pelo seu coordenador no Maranhão Pai Lindomar Saraiva de Xangô.
Na ocasião os gestores municipais de igualdade racial do Maranhão tiveram a oportunidade de conhecer a dinâmica dos terreiros maranhenses, sua função social e papel de pólo irradiador de políticas públicas para as comunidades de entorno. Segundo pai Lindomar racismo e intolerância fazem mal a saúde e é nos terreiros o primeiro atendimento da parcela menos abastada da população, isto é “O Terreiro é o primeiro SUS do povo pobre” comentou. O professor Neto de Azile abordou estratégias para gestão das políticas públicas para promoção da igualdade racial na visão do povo de santo a partir de suas demandas: “É fundamental que o gestor freqüente os terreiros para primeiro conhecer a realidade destes, além disso antes de qualquer ação é necessário saber quantos são e como vivem estes povos, aí é imperativo o inventariamento e mapeamento como subsídios de planejamento.
Para a Secretária de Estado da SEIR, professora Claudete Ribeiro, a parceria com os segmentos alvos da política de promoção da igualdade racial, denota uma gestão mais focada, mais eficiente com resultados significativos. “Nosso objetivo foi permitir ao gestor ter a idéia do que os povos tradicionais de terreiro esperam deles”, afirmou.

LANÇADO O MAPA DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA 2011 NO MARANHÃO


Com o objetivo de discutir a intolerância religiosa na contemporaneidade, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania (Sedihc) realizou, esta semana, a segunda edição da Galeria de Direitos Humanos. Este ano, com o tema: "Intolerância religiosa: Eu respeito a sua religião e você?", o evento ocorreu no Auditório do Centro de Cultura Popular Domingos Viera Filho (Praia Grande, em São Luís).
Durante os ciclos de discussões, representantes de vários segmentos religiosos, intelectuais, gestores públicos, militantes e ativistas debataram e refletiram práticas que efetivem as políticas públicas de respeito ao livre exercício damanifestação religiosa.


Segundo a Secretária de Estado de Direitos Humanos e Cidadania, Luiza de Fátima Oliveira, debater temáticas de intolerância no sécu lo XXI ainda representa um desafio. "Falar de temas da intolerância religiosa, escravidão ou ainda de assuntos que violam os direitos humanos é um tabu a ser superado. Precisamos viver com liberdade e autonomia e criar uma sociedade que garanta todos os Direitos Humanos", enfatizou.
Ainda durante o evento, diversas lideranças religiosas expuseram situações nas quais foram vítimas de intolerância religiosa.



União de Esforços

Para fortalecer as ações voltadas para a promoção dos Direitos Humanos foi assinado o Termo de Cooperação Técnica entre a Sedihc e a Secretaria de Estado Extraordinária da Igualdade Racial (Seir). Segundo a Professora Claudete Ribeiro, Secretária de Estado da Seir, o intuito do acordo é articular, construir e executar um plano integrado de ações. "Estamos unindo esforços para que juntos possamos consolidar uma prática que já vem sendo desenvolvida no Maranhão, o objetivo é tornar essas ações de promoção dos direitos humanos uma Política de Estado", comentou.
A senhora Ana Amáelia Mafra, Diretora do Escritório da Fundação Cultural Palmares São Luis/ Piauí reafirmou compromissos de envidar esforços para o empoderamento das Comunidades Tradicionais de Terreiro no combate a Intolerância Religiosa.

Lançamento
Um estudo voltado para mostrar o quadro da intolerância religiosa no Brasil no ano de 2011 foi lançado durante a Galeria. Intitulado "O Mapa da Intolerância Religiosa -2011. Violação ao Direito de Culto no Brasil" de autoria do Jornalista Márcio Alexandre Gualberto, o estudo mostra entre diversos pontos, a afrotheofobia, que segundo o organizador do estudo, é disseminada por denominações religiosas intolerantes. Essas práticas, segundo o organizador do estudo são traduzidas em violências das mais variadas naturezas.
O lançamento do Mapa foi uma iniciariva do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão - FERMA em perceria com a SEDIHC e SEIR. "o mapa da Intolerância Religiosa é mais do que um apanhado de denúncias, expõe fundamentos motivadores das posturas intolerntes de cunho religioso e principalmente, indica dispositivos legais do ordenamento político brasileiro para reagir ao problema", disse o professor Neto de Azile coordenador geral do FERMA e coordenador estadual de religiosidade do CEN no Maranhão, após apresentar uma síntese do trabalho.

domingo, 4 de dezembro de 2011

LANÇAMENTO DO MAPA DA INTOLERANCIA RELIGIOSA NO BRASIL




GALERIA DE DIREITOS: Eu respeito sua Religião, e você?

Realização: SEDIHC, FERMA
A intolerância religiosa não vem crescendo ao longo dos anos, o que, de fato vem aumentando é o nível de conscientização daqueles que são atingidos por ela para ir à busca de seus direitos e denunciar a intolerância que sofrem. Tem sido assim no país inteiro e, à medida que novas ferramentas de proteção e coerção à intolerância religiosa são colocadas à disposição daqueles que são discriminados, maiores se tornam os casos de denúncias.
Por outro lado, percebemos que há avanços significativos. Tanto no âmbito da sociedade civil, quanto no âmbito do Estado brasileiro. São ainda tímidos, é verdade, mas são importantes uma vez que se tornem paradigmáticos. No âmbito da sociedade civil, percebe-se um replicar de iniciativas exitosas que vão de nordeste a sudeste, cruzando também pelo sul e pelo norte. Essas iniciativas, muitas das vezes encabeçadas por uma ou outra organização, imediatamente passam a ser de caráter coletivo,É importante que seja resgatado, se é que um dia houve, o respeito que cada ser humano tem pela liberdade de escolha do outro; um espaço que tem a missão de divulgar as afrontas e atrocidades vividos por religiosos de diversas culturas e credos, assegurando o livre arbítrio que a nós foi concedido pelas leis da natureza.
É imprescindível não ficar calados e sim ir à luta contra a intolerância religiosa e exigir respeito e, juntos, cada um deve levantar a bandeira de sua crença, de sua fé independente de preconceitos, credo e pigmentação de pele. Lutar pelos seus cultos, suas histórias, preservando a memória de seus antepassados acumulada no universo de suas religiões.
Nesta perspectiva a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania do Maranhão - SEDIHC em parceria com o Fórum de Religiões de Matriz Africana do Maranhão – FERMA realizarão a Galeria de Direitos 2011: Eu respeito sua religião e você? O objetivo é proporcionar um espaço de reflexão e discussão entre vários segmentos religiosos para assegurar garantia do livre exercício da religiosidade e dos direitos humanos.

Dia: 15 de dezembro 2011
Local: Auditório do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho. Rua do Giz – Centro Histórico,São Luis – Maranhão.
HORÁRIO: 16h

terça-feira, 22 de novembro de 2011

II Caminhada pela Liberdade Religiosa é realizada em São Luís

SÃO LUÍS - Representantes do movimento negro e afro-religioso participaram da II Caminhada pela Liberdade Religiosa, na tarde desta sexta-feira (18), pelas ruas do centro de São Luís, iniciativa que contou com o apoio da Secretaria de Estado de Igualdade Racial (Seir). O evento foi realizado em parceria com o Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão, Coletivo de Entidades Negras do Maranhão e outras organizações.

Os participantes ... Leia mais em:
http://imirante.globo.com/noticias/2011/11/19/pagina291327.shtml

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Religiosos dos Cultos Afro-brasileiros realizam II Caminhada pela Liberdade Religiosa em São Luis.













Religiosos dos Cultos Afro-brasileiros realizam II Caminhada pela Liberdade Religiosa em São Luis.
Na última sexta-feira, dia 18 de novembro de 2011, religiosos dos cultos afro-brasileiros deram ofereceram ao povo do Maranhão um grande exemplo de cidadania pelas principais ruas do centro de São Luis com a segunda edição da Caminhada pela Liberdade Religiosa Quem é de Axé diz que É com o tema Chega de Intolerância, Não Toquem em nossos Terreiros.

A caminhada foi organizada pelo Fórum de Religiões de Matriz Africana do Maranhão – FERMA, em parceira com a Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial do Maranhão – SEIR, o Conselho Estadual Étnico-Racial de Igualdade Racial – CEIR, Conselho Municipal dos Afro-descendentes - COMAFRO e demais Secretarias de Estado e organizações da Sociedade Civil do Movimento Negro e Afro-religioso e teve como finalidade fortalecer a identidade desse segmento religioso, sensibilizar e informar a sociedade em geral sobre direitos fundamentais e cidadania e instrumentalizar as comunidades de terreiro de matriz africana com embasamento político-ideológico na luta contra a Intolerância Religiosa, além de dar visibilidade ao “Povo de Axé” e reafirmar o direito do livre exercício religioso.
O evento se dividiu em dois grandes momentos. Pela manhã ocorreu a ALVORADA DOS OJÁS, ritual de louvação a natureza com toque dos tambores sagrados na praça central da cidade (Praça Deodoro) em reverencia ao Vodun Lissá e ao Orixá Oxalá pedindo paz entre os homens. Durante o ritual foi amarrado um ojá branco (laço sagrado) de mais de 5 metros de comprimento em árvore ancestral sob cânticos litúrgicos do Tambor de Mina do Maranhão tendo expressiva participação da população comum que assistia. No encerramento foi realizada grande homenagem as saudosas Mãe Celeste de Averekete da Casa das Minas e Mãe Marta do Terreiro de Mamãe Oxum e Pai Oxalá em clima de emoção e religiosidade. A alvorada dos ojás foi dirigida pelo Tohunjí Miguel de Vondereji do terreiro de Yemenjá auxiliado pelos demais lideres religiosos presentes: Pai João da Vila Nova, Pai Itabajara do Ilê axé Akorô D’Ogun, Mãe Zezé de Yemanjá Ekedy da Casa Fanti Ashanti, Pai Lindomar de Xangô do terreiro Terreiro Kwebe Se To Vodun Bade So, Pai Neto de Azile do Danbiraxé Mina Vodun, Pai Solon e participação especial de Mãe Angêla do Terreiro de Folha Seca do município de Bacabal – MA. Além dos cultos de matriz africana, o evento contou com a presença de Abdul representante da comunidade islâmica de São Luis, da Secretária Adjunta de Igualdade Racial senhora Benígna Regina. Durante todo o dia a Secretaria Municipal de Saúde realizou ações de prevenção de saúde nos stands ali montados.
Já pela tarde ocorreu a II Caminhada pela Liberdade Religiosa. Com ritual de agradecimento a Elegbara Vodun e de licença a Ogun, religiosos de terreiro caminharam pelas ruas de São Luis, cantando e dançando num misto de religiosidade e reivindicação do respeito a liberdade de culto assegurados no ordenamento jurídico brasileiro baseado na laicidade do Estado.
Uma multidão acompanhou esse movimento afro-religioso pela cidadania. Blocos afros, bandas afros, organizações da sociedade civil organizada e a população comum comungaram com a prova de força do povo do axé.
A caminhada encerrou no Projeto Reviver, no canto da cultura, com toque e dança para as divindades e um grande show dos blocos, bandas e grupos de capoeira.
"A caminhada já faz parte do calendário estadual e atingiu os objetivos propostos que é levar a reflexão. Os povos e comunidades tradicionais de terreiros de matriz africana no Maranhão hoje, reconhecem seus direitos e sabem os mecanismos de assegurá-los. A Caminhada é uma festa sim, não profana, mas religiosa pela cidadania. Fomos para as ruas para dizer chega e que saímos da passividade”. (Neto de Azile é coordenador executivo do FERMA que tem como linha de atuação a formação política em direitos humanos dos povos de terreiro). Foi anunciado a caminhada de 2012 que terá como tema “São Luis ILHA DA ENCANTARIA, 400 anos de Axé.
ABGRADECIMENTOS:
Casa Grande das Minas, Terreiro Kwegbe Se To Vodun Bade So, Ilê Axé Akoro D'Ogun, Casa Fanti Ashanti, Terreiro de Mamãe Oxum Pai Oxalá, Terreiro de Mãe Canuta, Terreiro de Mãe Mariinha, Terreiro de Mãe Raimunda, Centro Cultura e Religioso Danbiraxe.
Secretaria de Estado de Igualdade Racial, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Secretaria de Estado da Cultura, Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária, Secretaria de Estado de Cunicação.
COMAFRO, CEIR, Rede Nacional de Religiões Afrobrasileiras e Saúde, Bloco Afro Abibiman, Grupo de dança Afro Malungos - GDAM, SINDSEP, Grupo de dança Deusas do Olorun, Banda Afro AJAYO, Movimento Negro do Partido da República - PR Negro, Comitê de Gestores de Igualdade Racial do Maranhão, Fórum Estadual de Juventude de Terreiro,Fórum Estadual de Huventude Negra do Maranhão, Fundação Cultural Palmares no Maranhão,Vereador Ivaldo Rodrigues.
EM ESPECIAL:
Prof. Claudete Ribeiro, Prof. Benigna Regina, Josanira Luz, Jairon, Patrícia, Soraia, Rosamildes, Liliane, Pai Lindomar, Pai Itabajara, Pai Miguel, Ekedy Zezé de Yemanjá, Lilian Amorim, Moisés, André Carvalho, Ariane Carvalho, Cláudia Correia, Anne, Ivaneide Serra, Kely, Godan Oliveira , Mestre Bamba, Regina Avelar, Prof Luizão e todos (as) aqueles (as) que direta ou indiretamente não pouparam esforços em nome da religiosidade afromaranhense.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Justiça Militar condena sargento evangélico por constrangimento a soldado candomblecista



Brasília - O Superior Tribunal Militar (STM) manteve, dia 3 último, por unanimidade, a condenação do sargento do Exército J.R.M a dois meses de prisão pelo crime de constrangimento ilegal, capitulado no artigo 222, parágrafo primeiro, do Código Penal Militar (CPM). O sargento, pastor de uma igreja evangélica, teria apontado uma pistola carregada na cabeça de um soldado, praticante do candomblé, para "testar" a convicção religiosa do subordinado.

Segundo a denúncia do Ministério Público Militar (MPM), em 8 de abril de 2010, no interior da reserva de armamento do 1º Depósito de Suprimento, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o terceiro-sargento J.R.M dirigiu-se, com uma pistola em punho, até a bancada do soldado que fazia a manutenção de fuzis. O graduado municiou e carregou a arma e depois a apontou para a cabeça do soldado. Em seguida mandou a vítima realizar uma contagem, de um a três, indagando se ele teria mesmo o "corpo fechado".

Em depoimento, o réu afirmou que o ofendido é praticante de candomblé, tendo inclusive várias marcas no corpo que indicavam que ele estaria protegido por divindades.

Com a arma apontada, o sargento teria perguntado à vítima se ela tinha certeza daquilo que estava afirmando. O soldado, então, respondeu "sim", sem esboçar qualquer manifestação de temor. Segundo os autos, a munição usada pelo réu era de manejo, utilizada para treinamento, sem potencial ofensivo (sem pólvora ou projétil). Porém, a vítima não tinha conhecimento do detalhe.

Segundo o MPM, o soldado foi constrangido a fazer o que a lei não manda, pois viu-se obrigado a manifestar-se sobre sua convicção religiosa e sob a mira de uma arma, o que "consistiu num verdadeiro teste de fé religiosa".

Ainda segundo a promotoria, os depoimentos das testemunhas confirmam as versões dos fatos. "Todos os elementos do tipo penal estão presentes. O réu, mediante grave ameaça, compeliu o ofendido a colocar em prova a sua fé", afirmou a acusação.

De acordo com a promotoria, a liberdade de consciência e de crença é um dos direitos fundamentais esculpidos na Constituição Federal, ficando evidente ?que a motivação foi a intolerância religiosa?.

O acusado afirmou ter baixado a arma porque percebeu que não tinha procedido corretamente. Afirmou que, posteriormente, chamou a vítima e se retratou com ela dizendo estar arrependido e relatado que a munição era de manejo. O sargento também informou que se retratou perante o padrasto do ofendido e que ele mesmo comunicou o fato ao seu comandante. O réu arguiu, em sua defesa, que trabalha há 22 anos com armamento, tendo perfeito conhecimento das normas de segurança. E como utilizou arma de manejo, considerava que a sua conduta não tinha sido incompatível com as normas de segurança.

O advogado do acusado afirmou que a conduta do réu teve o intuito de admoestar (censurar) e não o de constranger o soldado e requereu a sua absolvição por "não constituir o fato infração penal", com base no artigo 439, alínea b, do Código de Processo Penal Militar (CPPM).

Em seu voto, o relator da apelação, ministro Francisco José da Silva Fernandes, negou provimento ao apelou e manteve íntegra a sentença de primeiro grau. "O fato se reveste da maior gravidade, pois o acusado é graduado, tem mais de vinte anos de serviço e teve uma conduta altamente reprovável", afirmou.

Para o magistrado, o acusado deixou claro o seu inconformismo em razão de sua crença religiosa, dizendo que era inadmissível alguém se considerar com o "corpo fechado" e resolveu testar a fé do ofendido.

Ainda segundo o relator não procede a alegação da defesa de que a confissão espontânea, nesse caso, resulte na atenuação da pena, prevista na alínea d, do inciso 3º, do artigo 72, do Código Penal Militar (CPM). "A minorante só é aplicada quando a autoria do crime é ignorada ou imputada a outro, realidade diversa do caso em concreto".

Fonte: Superior Tribunal Militar

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

II Caminhada Maranhense pela Liberdade Religiosa


DIA: 18 de novembro (sexta-feira)
8h 30 - Alvorada dos Ojás - Quem é de Axé diz que É
Ritual de Louvação a Natureza e ao Vodun Lissá e Orixá Oxalá
Local: Praça Deodoro

15h 00 – 2ª Caminhada Pela Liberdade Religiosa
Chega de Intolerância, Não Toquem em nossos Terreiros
Local: Praça Deodoro até o Reviver
18h 00 – Encerramento: Apoteose de blocos afros

VISTA-SE DE BRANCO, USE SUAS GUIAS E CAMINHE CONOSCO EM DEFESA DA NOSSA RELIGIÃO
INFORMAÇÕES - Neto de Azile 8814 9696

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Caminhada vai protestar contra Intolerância Religiosa


Representantes do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma), Rede de Religiões Afro e Saúde, Fórum de Mulheres de Axé (Fema), Conselho Municipal Afrodescendente (Comafro), Fórum de Juventude Negra (Fojune), Bloco Afro Abibimã e Escola de Capoeira Mandingueiros do Amanhã estiveram reunidos para definir ações para a 2ª Caminhada Maranhense pela Liberdade Religiosa, que tem o apoio da Secretaria de Estado de Igualdade Racial (Seir). O encontro com os organizadores do evento aconteceu, na segunda-feira (7), no auditório da Seir.

Na oportunidade, o Ferma e as outras entidades que integram a comissão organizadora fizeram os últimos ajustes na programação do evento. Este ano, a Caminhada apresenta o tema "Chega de intolerância! Não toquem em nossos terreiros", com o intuito de sensibilizar e informar a sociedade em geral sobre cidadania e direitos fundamentais na luta contra a intolerância religiosa no Maranhão. O objetivo da Caminhada é fortalecer a identidade dos segmentos religiosos de matriz africana, promovendo uma atividade festiva e ao mesmo tempo politizada.

Para o coordenador executivo do Ferma, Neto de Azile, a 2ª Caminhada Maranhense pela Liberdade Religiosa é uma forma pacífica do Povo de Axé protestar contra a intolerância sofrida pelas religiões de matriz africana. "Vamos levantar a bandeira do respeito mútuo e provocar a reflexão da sociedade com o lema: Eu respeito a sua religião. E você?".

A Caminhada será realizada, na manhã do dia 18 de novembro, com concentração na Praça Deodoro, no Centro de São Luís. O roteiro vai cortar toda a Rua Grande até chegar à Praça Nauro Machado, com a condução de blocos afros, músicos de terreiros e grupos de capoeira animando todo o cortejo. É livre a participação de todos, mas a comissão organizadora recomenda ao público o uso de roupas brancas ou claras para abrilhantar.

sábado, 29 de outubro de 2011

2ª Caminhada Maranhense pela Liberdade Religiosa


DIA: 18 de novembro (sexta-feira)
8h 30 - Alvorada dos Ojás - Quem é de Axé diz que É
Ritual de Louvação a Natureza e ao Vodun Lissá e Orixá Oxalá
Local: Praça Deodoro

15h 00 – 2ª Caminhada Pela Liberdade Religiosa
Chega de Intolerância, Não Toquem em nossos Terreiros
Local: Praça Deodoro até o Reviver
18h 00 – Encerramento: Apoteose de blocos afros com Presente às Deusas das Águas

VISTA-SE DE BRANCO, USE SUAS GUIAS E CAMINHE CONOSCO EM DEFESA DA NOSSA RELIGIÃO
INFORMAÇÕES - Neto de Azile 8814 9696

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Acordo contra racismo é firmado entre MS e SEPPIR


O ministro da Saúde (MS), Alexandre Padilha e a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR), Luíza Bairros, assinaram um acordo para adesão à campanha “Igualdade Racial é Pra Valer!”.

O acordo visa a produção e divulgação de peças da campanha no SUS; cria estratégias para implementar a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra; implementa o Programa de Enfrentamento ao Racismo Institucional no Ministério e no SUS; e divulga o Estatuto da Igualdade Racial. Também cria a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.

Ilana Paiva / Blog da Saúde

FONTE - http://revistaafricas.com.br/archives/35741?utm_source=Acordo%20contra%20racismo%20é%20firmado%20entre%20MS%20e%20SEPPIR&utm_medium=email&utm_campaign=Acordo%20contra%20racismo%20é%20firmado%20entre%20MS%20e%20SEPPIR

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A FORÇA DO AXÉ - REPRESENTAÇÃO CRIMINAL PROTOCOLADA NO MINISTÉRIO PÚBLICO



A assessoria jurídica do FERMA, Dr. Nonato Masson, protocolzou na última segunda-feira, 24/10/2011 representação criminal no Ministério Público Estadual contra a Igreja Assembléia de Deus pelas agressões a comunidade do Terreiro de Mina do Pai Lindomar Saraiva no Maranhão. O objetivo é a responsabilização desta instituição pelos desatinos de seus fiéis comum nos segmentos petenconstais e neopetencostais deste segmento religioso. "Está na hora de reagir a estes ataques, bem como aos espetáculos sinitros de purificação do demônio, nos shows de TV ditos cultos, através de pantomimas frenéticas direcionadas a deturpação dos cultos afrobrasleiros, realizados pelas Igrejas neopentencostais (midiáticas)", diz o Coordenador Executivo do FERMA.
Segue abaixo a representação:
Exma. Sra. Dra. Procuradora de Justiça do Estado do Maranhão

LINDOMAR SARAIVA BARROS, Pai Lindomar de Xangô, brasileiro, casado, sacerdote, babalorixá do Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So, residente e domiciliado na Rua Bom Jesus, nº 64, Anjo da Guarda, São Luís/MA, vem por meio de seu advogado in fine assinado apresentar

REPRESENTAÇÃO CRIMINAL

em face de membros da Igreja Assembléia de Deus, Área 75, a serem identificados, que congregam na Rua Costa Rica, Quadra 14, casa 16, Anjo da Guarda que com suas condutas praticaram os tipos penais do artigo 20 da Lei de Racismo, c/c art. 129 e 147 do Código Penal, o que faz na forma a seguir:

O Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So cuja responsabilidade do ministério é do Pai Lindomar de Xangô, com título sacerdotal Baba-Vodun Maciledan, foi fundado em 23/03/1993 no bairro do Anjo da Guarda, é um terreiro de Mina e Candomblé, de matriz africana, descendente na tradição Mina do Terreiro do Egito e na tradição do Candomblé é descendente do Ilê Axé Opó Afonjá de Salvador/BA .

No mesmo bairro há um templo da Igreja Assembléia de Deus cuja responsabilidade do ministério é do pastor Antônio Joaquim, que em seus cultos e rituais vem sistematicamente desrespeitando as entidades ancestrais dos cultos de matriz africana (orixás, voduns, inquices, exus, pomba giras, caboclos ...) identificando-as com uma entidade negativa no panteão cristão chamada de diabo ou demônio.

O estopim deste desrespeito se deu no cortejo em homenagem ao Divino Espírito Santo que os membros do Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So realizam todos os anos, desde 1997, no mês de setembro nas ruas do bairro Anjo da Guarda. O cortejo conta com todo o ritual tradicional desta festa profano religiosa que é uma das mais populares do Maranhão num sincretismo de ritos de matriz africana e cristãos .

Neste ano o cortejo do Divino Espírito Santo, ocorreu em 17 de setembro, com cerca de 60 (sessenta) pessoas participando do ritual, e, no momento do “buscamento do mastro” foi tumultuado por um grupo de evangélicos, entre os quais duas senhoras, que apareceram com uma caixa de som e ao microfone bradavam que todos ali “estavam com o demônio”, numa referência a uma entidade negativa, representativa do “mal” na tradição cristã, que não existe na tradição de matriz africana.

As duas senhoras então passaram a distribuir panfletos da Igreja Assembléia de Deus e como ninguém recebia passaram a colocar os panfletos na roupa das pessoas que acompanhavam o cortejo, diziam que era para as pessoas “aceitarem a Jesus” e que iriam “expulsar o demônio que estava ali naquele momento” em atitude de total desrespeito ao culto ancestral de matriz africana.

Em dado momento uma das senhoras, a mais exaltada, avançou em direção à criança que representava a Imperatriz e além de agredi-la fisicamente arrancou-lhe a coroa na frente de sua mãe que a acompanhava. Esta senhora foi identificada apenas pela alcunha de “Irmã Bete” e a criança tem 03 (três) anos de idade, é filha do Pai Lindomar e de Wanderliza do Carmo Loureiro Silva e até o momento está abalada com o que ocorreu.

O fato foi registrado no 5º Distrito Policial do Anjo da Guarda e na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (documentos em anexo).

A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 5º garante a todos o direito à liberdade, incluindo aí as liberdades espirituais entre as quais a liberdade religiosa. O inciso VI dispõe:

“é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e sua liturgia.”

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) promulgado pelo Decreto 678/1992 dispõe:

“Artigo 12-1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e religião. Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individualmente ou coletivamente, tanto em público como em privado.
(...)
Artigo 12-4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm o direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja acorde com suas próprias convicções.
(...)
Artigo 13-5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional e racial ou religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência. ”

O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que as crianças têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, compreendendo o direito à liberdade de crença e culto religioso (artigos 15 e 16, III). Dispõe ainda o mesmo estatuto:

“Artigo 17 – O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Artigo 18 – É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”

O constitucionalista José Afonso da Silva tratando da questão da liberdade de culto leciona :

“A religião não é apenas sentimento sagrado puro. Não se realiza na simples contemplação do ente sagrado, não é simples adoração à Deus. Ao contrário, ao lado de um corpo de doutrina, sua característica básica se exterioriza na prática de ritos, no culto, com suas cerimônias, manifestações, reuniões, fidelidades aos hábitos, às tradições, na forma indicada pela religião escolhida. Na síntese de Pontes de Miranda: “Compreendem-se na liberdade de culto a de orar e praticar os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou em público, bem como a de recebimento de contribuições para isso”. A Constituição do Império não reconhecia a liberdade de culto com essa extensão para todas as religiões, mas somente para a católica, que era a religião oficial do império. As outras eram toleradas apenas 'com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de Templo' (art.5º).
(...)
Diferentemente das constituições anteriores não condiciona o exercício dos cultos à observância da ordem pública e dos costumes. Esses conceitos que importavam em regra de contenção, de limitação dos cultos já não mais o são.
(…)
Enfim, cumpre aos poderes públicos não embaraçar o exercício dos cultos religiosos e protegê-los, impedindo que outros o façam.”

Desta forma, vê-se, que a conduta de alguns membros da Igreja Assembléia de Deus viola princípios constitucionais fundamentais, violando o direito humano à liberdade religiosa, à liberdade de credo e de culto. Ora, um estado democrático de direito em sua expressão de laicidade deve garantir o respeito à todas as religiões, garantindo condições para o pleno exercício de manifestação de fé, por isso nosso ordenamento jurídico criminaliza a conduta que obstrui o exercício deste direito.

Com suas condutas de praticar o preconceito de religião estes membros da Igreja Assembléia de Deus incorreram no crime tipificado no artigo 20 da Lei nº 7.716/89 (Lei de Racismo), devendo portanto serem identificados e exemplarmente punidos, não só no âmbito do Direito Penal, mas também na forma de punição e disciplinamento de seus fiéis estabelecida nos códigos de conduta da Igreja Assembléia de Deus.

Diante de todo o exposto Requeremos:

1) Que V. Exa se digne a requisitar que seja instaurado competente Inquérito Policial para apurar os exatos termos do cometimento do crime de racismo, em que membros da Igreja Assembléia de Deus do bairro Anjo da Guarda vem sistematicamente praticando, induzindo e incitando o preconceito de religião ultrajando as entidades e símbolos de uma religião de matriz africana e da violência contra a criança que representava a Imperatriz no cortejo do Divino Espírito Santo.

2) Que V. Exa. determine a notificação da Igreja Assembléia de Deus, através da autoridade eclesiástica competente, para que, respeitando suas normas internas e seu código de conduta próprio, proceda a sua investigação e ao final a determine a punição dos responsáveis pela prática delituosa.

No sentido de esclarecer como os fatos ocorreram apresentamos rol de testemunhas que poderão ser ouvidos em sede de investigação policial e poderão ser intimados no Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So, na 2ª Travessa Bom Jesus, nº 05, Anjo da Guarda:

1- Pai Lindomar de Xangô;
2- Wanderliza do Carmo Louzeiro Silva;
3- Vodunsi Neto de Azile, coordenador executivo do Fórum Estadual de Religião de Matriz Africana, FERMA, Rua Alberto de Oliveira, 139, Liberdade;
4- Paulo Roberto Dumas, coordenador estadual de gestores de igualdade racial do Maranhão;
5- Euzébia Saraiva Barros;
6- Raimunda Gomes Costa;
7- Lucilângela Alves Viégas;
8- Filhos e filhas do Terreiro de Mina Kwegbe-se Tó Vodun Badé So que participam do cortejo.


Termos em que,
Aguarda providências, onidayô babá .

São Luís/MA, 24 de outubro de 2011


Nonnato Masson
OAB/MA nº 5.356

terça-feira, 25 de outubro de 2011

sábado, 22 de outubro de 2011

1ª CONFERENCIA LIVRE DE QUILOMBOS DE BACABAL E SÃO LUÍS GONZAGA


A 1ª CONSOCIAL LIVRE DE QUILOMBOS DE BACABAL E SÃO LUÍS GONZAGA, será um espaço abertos para a discussão e a articulação entre as Comunidades Quilombolas para analisar o controle social e atividade intermediária necessária à efetiva fiscalização do uso dos recursos públicos.
Por ser a Conferência Livre um espaço público de debates e um mecanismo institucional da democracia participativa, com um momento de construção por meio metodológico especifico é que o CEN/MA e o CIEA/MA e demais parcerias se dispõem a realizar este evento com o objetivo discuti e propor diretrizes para a formulação de políticas públicas de ordem socioeducacional, cultural, ambiental e território sustentável, com intuito à complementar as CONSOCIAIS no âmbito Municipal, Estadual e Nacional.
Dia 12 de Novembro, Bacabal - Maranhão

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Intolerância religiosa contra mãe Jaciara: audiência ouve testemunhas de crime ocorrido em 2006


A mãe-de-santo Jaciara Ribeiro dos Santos, do terreiro Ilê Abassá de Ogum, vítima de intolerância religiosa em março de 2006, deve ficar frente a frente com seus agressores em audiência na 5ª Vara Criminal, no bairro de Sussuarana em Salvador, nesta quinta-feira (20), a partir das 8 horas. Com repercussão no País, o crime, ocorrido na Avenida Sete, centro comercial da capital baiana, resultou na prisão dos dois camelôs evangélicos Valdinei Dias Santos e Walter da Conceição Ribeiro.

Os dois respondem a processo por ofender e tentar agredir a religiosa depois de ouvirem, como resposta à saudação “Jesus lhe ama”, o bordão com referência ao candomblé “Ogum também”. Segundo a testemunha de acusação Raimundo Coutinho, que estará presente na audiência de amanhã, foi o primeiro caso de prisão em flagrante por intolerância religiosa do Brasil. “Presenciei a alteração dos dois ambulantes, de bíblias em punho, a agredir mãe Jaciara”, afirma Coutinho.

Para o presidente da Comissão de Promoção da Igualdade (Cepi) do Legislativo estadual, deputado estadual Bira Corôa (PT-BA), o episódio é emblemático por envolver uma família de religiosas com histórico marcado pelo preconceito. “Jaciara descende de Mãe Gilda, do Abassá de Ogum, que sofreu e teve a saúde agravada a partir de agressões como essas, além de invasões ao seu templo e uso indevido de sua imagem em publicação ofensiva”, lembrou o parlamentar.

Mãe Gilda morreu de infarto no dia 21 de janeiro de 2000. Seus familiares, liderados por Jaciara, conseguiram reparação por danos morais na Justiça baiana, um marco na luta contra a intolerância religiosa. Na audiência de amanhã, o assessor da Cepi, Marcos Rezende, que é um dos coordenadores do Coletivo de Entidades Negras, acompanhará os depoimentos na Vara Criminal.

O que: audiência sobre caso de intolerância religiosa contra mãe.
Onde: 5ª Vara do Fórum Criminal de Salvador, na Av. Ulisses Guimarães, 3º andar.
Quando: dia 20/10 (quinta-feira), a partir das 8 horas.

CRIANÇA QUE FOI AGREDIDA POR FIÉIS FANÁTICOS DA IGREJA ASSMBLÉIA DE DEUS NO MARANHÃO

A CRIANÇA AGREDIDA PELOS FANÁTICOS - Você consegue ficar alheio ao fato?

VEJAM QUE O CORTEJO DO DIVINO ERA COMPOSTO SÓ POR CRIANÇAS - Uma atrocidade

DESTA FORMA REINFORMAMOS OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS-Foi esquecimento mesmo?
Ao chegarmos ao 5º Departamento de Polícia do Anjo da Guarda para audiência previamente marcada e confirmada pelo Pai Lindomar Saraiva, a vítima, foi revoltante. Fomos informados que das quatro audiências agendadas a única em que a intimação não foi entregue foi a do nosso casso. Ao exigirmos uma explicação através da nossa assessoria jurídica Dr. Nonato Masson tentaram sinicamente justificar que foi uma falha operacional por falta de viaturas. Entretanto a distância entre a residência do destinatário agressor e é de apenas 300 metros da delegacia. Daí companheiros está claro que a idéia de laicidade do Estado brasileiro é ignorada pela maioria dos órgãos públicos, bem como a reprodução do preconceito e discriminação.
Ao enchermos a delegacia com um grupo de religiosos afro-brasileiros, devidamente paramentados com trajes rituais, exercendo ali o direito de profissão de fé, após ritual na porta da delegacia, provocou um verdadeiro “frisson” não só pela quantidade, mas também pela organização e discurso fundamentado no que tange direitos dos povos de terreiro.
Imediatamente a intimação seguiu seu destino e recomendada pelo Delegado, marcando nova audiência para o dia 28 de outubro as 9h 30 da manhã. Agora fica nítida a necessidade de uma mobilização em nível nacional.
Nossa assessoria jurídica estará oferecendo denúncia ao ministério público para início de inquérito de crime de racismo por estes “arautos de Deus” da Igreja Assembléia. Aqui faço minhas as palavras do Coordenador Nacional do CEN Ogan Marcio Gualberto “O fato da intolerância religiosa caminhar de mãos dadas com o racismo provoca, por muitas vezes, nos órgãos responsáveis por fiscalizar e punir, certa leniência, não porque a intolerância não deve ser combatida, mas porque estes órgãos ainda não são capazes de lidar de maneira eficaz com temas ligados ao racismo.” (Mapa da intolerância religiosa – 2011, violação de direito de culto no Brasil. Ogan Marcio Alexandre M. Gualberto).
Neste sentido o Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (FERMA) e o Coletivo de Entidades Negras do Maranhão (CEN-MA)reiteram o convite a toda população negra do estado para passeata por justiça e salvaguarda dos direitos do povo de terreiro.
Local: Anjo da Guarda.
Concentração: Praça do Canhão
Tema - CHEGA DE INTOLERÂNCIA, não toquem em nossos terreiros
Dia: 03 de novembro
Hora: 8h da manhã
Hora da audiência: 9h 30
Lembramos ainda que neste mesmo dia, na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente DPCA (Praça Maria Aragão) ás 15h tem a audiência sobre a agressão que a filha do Pai Lindomar sofreu destes fanáticos (possuídos) em nome da fé deles e do “deus” deles.
Companheiros omissão também é crime.

REAFIRMAÇÃO DA INTOLERÂNCIA: A delegacia do 5º DP "ESQUECEU" de entregar a intimação aos evangélicos


Ao chegarmos ao 5º Departamento de Polícia do Anjo da Guarda para audiência previamente marcada e confirmada pelo Pai Lindomar Saraiva, a vítima, foi revoltante. Fomos informados que das quatro audiências agendadas a única em que a intimação não foi entregue foi a do nosso casso. Ao exigirmos uma explicação através da nossa assessoria jurídica Dr. Nonato Masson tentaram sinicamente justificar que foi uma falha operacional por falta de viaturas. Entretanto a distância entre a residência do destinatário agressor e é de apenas 300 metros da delegacia. Daí companheiros está claro que a idéia de laicidade do Estado brasileiro é ignorada pela maioria dos órgãos públicos, bem como a reprodução do preconceito e discriminação.
Ao enchermos a delegacia com um grupo de religiosos afro-brasileiros, devidamente paramentados com trajes rituais, exercendo ali o direito de profissão de fé, após ritual na porta da delegacia, provocou um verdadeiro “frisson” não só pela quantidade, mas também pela organização e discurso fundamentado no que tange direitos dos povos de terreiro.
Imediatamente a intimação seguiu seu destino e recomendada pelo Delegado, marcando nova audiência para o dia 28 de outubro as 9h 30 da manhã. Agora fica nítida a necessidade de uma mobilização em nível nacional.
Nossa assessoria jurídica estará oferecendo denúncia ao ministério público para início de inquérito de crime de racismo por estes “arautos de Deus” da Igreja Assembléia. Aqui faço minhas as palavras do Coordenador Nacional do CEN Ogan Marcio Gualberto “O fato da intolerância religiosa caminhar de mãos dadas com o racismo provoca, por muitas vezes, nos órgãos responsáveis por fiscalizar e punir, certa leniência, não porque a intolerância não deve ser combatida, mas porque estes órgãos ainda não são capazes de lidar de maneira eficaz com temas ligados ao racismo.” (Mapa da intolerância religiosa – 2011, violação de direito de culto no Brasil. Ogan Marcio Alexandre M. Gualberto).
Neste sentido o Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (FERMA) e o Coletivo de Entidades Negras do Maranhão (CEN-MA)reiteram o convite a toda população negra do estado para passeata por justiça e salvaguarda dos direitos do povo de terreiro.
Local: Anjo da Guarda.
Concentração: Praça do Canhão
Tema - CHEGA DE INTOLERÂNCIA, não toquem em nossos terreiros
Dia: 03 de novembro
Hora: 8h da manhã
Hora da audiência: 9h 30
Lembramos ainda que neste mesmo dia, na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente DPCA (Praça Maria Aragão) ás 15h tem a audiência sobre a agressão que a filha do Pai Lindomar sofreu destes fanáticos (possuídos) em nome da fé deles e do “deus” deles.
Companheiros omissão também é crime.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Coletivo de Entidades Negras lança campanha contra Intolerância religiosa


Campanha visa mobilizar a comunidade religiosa a defender seus direitos e esclarecer o restante da população que as religiões de matrizes africanas precisam ter seus ritos respeitados e não podem sofrer perseguição religiosa pelo fato de praticar sua fé.

O Coletivo de Entidades Negras (CEN), organização política do Movimento Negro que se encontra em 17 estados da Federação lança hoje a campanha Chega de Intolerância - Não toquem em nossos terreiros em parceria com a agência de publicidade Multiplike - Tecnologia | Informação | Comunicação e com o apoio da agência de notícias Afropress.

Segundo Marcio Alexandre M. Gualberto, coordenador geral do CEN, esta campanha tem como objetivos fundamentais "mobilizar religiosos e religiosas para saírem da passividade e defenderem seus direitos. Nosso povo tem o hábito de esperar que alguém faça por eles, é importante sair do imobilismo e ir à luta". Para o Coordenador Geral, os casos de intolerância religiosa vêm aumentando em todo o país e têm sido frequentes ataques físicos tanto às casas religiosas, quanto às pessoas. "Enquanto a intolerância religiosa está ligada aos xingamentos ou comportamentos discriminatórios a situação é grave, sem dúvida, mas está num determinado patamar. Quando passa a agressão física, a cusparadas, agressões com a Bíblia, invasão de terreiros, derrubada de muros, queima de santos e mesmo assassinatos como temos visto em Manaus, então é sinal de que estamos mesmo por nossa própria conta e, se não agirmos, seremos sempre as vítimas preferenciais daqueles que querem tornar o Brasil um pais fundamentalista de viés evangélico-pentecostal", afirma Marcio Alexandre.

A campanha, que destaca a expressão "Não toquem em nossos terreiros", inspira-se na campanha Touche pas a mòn pote (não toque em meu amigo), lançada em 1985, em Paris, para combater a crescente onda de racismo naquele país. Marcio Alexandre afirma que a idéia de dizer, não toque em nossos terreiros é um alerta, é um aviso é um sinal de que aquele terreiro (tal como o amigo, na França), não está sozinho, está protegido, há quem zele por ele.

A campanha será lançada hoje em todas as mídias sociais brasileiras e, no dia 20 de novembro, quando ocorre a VI Caminhada Pela Vida e Liberdade Religiosa, em Salvador, haverá o lançamento oficial da campanha que se propõe permanente e em nível nacional.


Contato:
Marcio Alexandre M. Gualberto (Coordenador Geral do CEN)
22 2664 1213

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ATO PÚBLICO PELO DIREITO DE LIVRE EXERCÍCIO RELIGIOSO



DIA: 18 de outubro
HORA: Concentração as 8h
ONDE: Praça do Anjo, bairro Anjo da Guarda
COMO: Passeata atá a 5º Delegacia de Polícia do Anjo da Gurada
POR QUE: Audiência com os agressores da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, da qual ´fiéis fanáticos (e por que não possuídos) invadiram reitual público de terreiro agredindo com palavras a conunidade de terreiro e fisicamente a uma criança de 3 anos de idade.
QUEM: Todos movimentos sociais, terreiros e sociedade em geral
LEMA: Eu respeito sua religião e você?
ORGANIZAÇÃO: Fórumm Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão
CONTATO: 98 8814 9696

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PRECONCEITO NA PROPAGANDA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL


Primeira versão reproduzindo a teoria racista de embranquecimento do Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=10P8fZ5I1Wk
Depois de reivindicação do movimento colocaram a verdadeira cor da Machado de Assis
http://www.youtube.com/watch?v=V3F-S3VF2IY

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vítima de Intolerância Religiosa - Pai Lindomar de Xangô, indignação


Na última segunda-feira, dia 10/10, O Babalorixá, Pai Lindomar Saraiva, sacerdote afro-religioso de Tambor de Mina falou ao blog sobre a agressão sofrida pela sua Casa por evangélicos fanáticos da Assembléia de Deus. Seu depoimento foi colhido na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente - DPCA, após registrar boletim de ocorrência. Visivelmente indignado o Pai Lindomar exige justiça e teme pelo caso não se perder no vazio. "O que está em jogo é o direito do livre exercício religioso assegurado pelo ordenamento jurídico brasileiro. Não é só a minha casa que está sujeita a ações desses loucos que em nome de Deus debocham, difamam, ridicularizam, menosprezam e agora agridem fisicamente o que eles chamam de adoradores do diabo. Minha filha hoje está com medo de sair de casa sozinha pois teme ser agredida novamente pela moça crente (palavras da criança). Estamos até agora esperando as providências da Secretaria de Direitos Humanos do Maranhão e Igualdade Racial ao passo que a primeira audiência ocorrerá dia 18/10 as 10h da manhã no 5º DP no bairro Anjo da Guarda."
"Nós do FERMA estamos cientes que a briga será árdua pois estamos iniciando litígio com uma instituição poderosa, entretanto o que está em jogo é a salvaguarda da cultura e religiosidade afro-descendente, aí é um problema de toda a sociedade." Disse o coordenador executivo do FERMA Neto de Azile.
O pai Lindomar informou que sua casa esta organizando uma passeata no dia da audiência para exigir justiça e assegurar o direito de professar sua fé, e principalmente para reponsabilização ciil e criminal dos agressores. "Sairemos em caminhada até a delegacia. Com nossos cânticos, e ritualisticamente vestidos estaremos na rua, defendendo nossos direitos." concluiu o Pai Lindomar.
Logo esperamos que todos participem.
Concentração as 8h da manhã do dia 18/10 no terreiro do Pai Lindomar

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Intolerância Religiosa

A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição. Sendo definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.
As liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. A religião e a crença de um ser humano não devem constituir barreiras a fraternais e melhores relações humanas. Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa.
O Brasil é um país de Estado Laico, isso significa que não há uma religião oficial brasileira e que o Estado se mantém neutro e imparcial às diferentes religiões. Desta forma, há uma separação entre Estado e Igreja; o que, teoricamente, assegura uma governabilidade imune à influência de dogmas religiosos. Além de separar governo de religião, a Constituição Federal também garante o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças. Dessa maneira, a liberdade religiosa está protegida e não deve, de forma alguma, ser desrespeitada.
É importante salientar que a crítica religiosa não é igual à intolerância religiosa. Os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião são assegurados pelas liberdades de opinião e expressão. Todavia, isso deve ser feito de forma que não haja desrespeito e ódio ao grupo religioso a que é direcionada a crítica. Como há muita influência religiosa na vida político-social brasileira, as críticas às religiões são comuns. Essas críticas são essenciais ao exercício de debate democrático e devem ser respeitadas em seus devidos termos.

Destruição de terreiro de candomblé vai parar na Justiça na Bahia

A construção de um loteamento nas imediações de um terreiro de candomblé do século 19 foi parar na Justiça em Cachoeira (133 km de Salvador). Os ministérios públicos Estadual e Federal acusam o empresário responsável pela obra de “intolerância religiosa” e “violência” contra as religiões de matriz africana.

De acordo com a investigação do Ministério Público, a obra do loteamento destruiu construções tidas como sagradas e uma área do terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde, conhecido como Roça do Ventura. Fundada em 1858, a casa de candomblé de tradição jeje-mahi é considerada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como uma das mais antigas e representativas do Brasil.

Intervenções na área foram objeto de denúncias em setembro de 2010. Os fatos foram relatados ao Iphan, que analisava o tombamento da área desde 2008. Em janeiro deste ano, o órgão publicou o tombamento provisório da área, o que garantiu a proteção do bem até eventual reconhecimento como patrimônio nacional. Em maio, o conselho do órgão que avalia os tombamentos solicitou mais detalhes sobre o terreiro e o processo voltou ao Iphan na Bahia para estudos adicionais.

Se o tombamento for aprovado, será o sétimo terreiro de candomblé protegido pelo Iphan. Hoje há cinco terreiros protegidos na Bahia e um no Maranhão. O terreiro de Cachoeira, segundo o órgão de patrimônio, “tem fundamental importância na conformação da rede de terreiros do Recôncavo Baiano e para a formação histórica do candomblé como uma instituição religiosa”.

O Ministério Público afirma que o empresário e advogado Ademir Oliveira dos Passos “orientou prepostos” a invadir a área do terreiro com um trator, o que causou a destruição de 14 hectares de mata, derrubada de árvores centenárias, aterro de uma lagoa e danos ao barracão da roça, antes usado para práticas religiosas e liturgias.

A ação pede à Justiça que Passos seja condenado a reconstruir o galpão danificado, a indenizar a comunidade em mil salários mínimos e a pagar R$ 455 mil por dano moral coletivo, em razão de “violação da dignidade da pessoa humana e ao patrimônio religioso, material e imaterial”.

A reportagem não conseguiu contato com o empresário Ademir Oliveira dos Passos nesta quinta-feira (29). No número que consta em seu nome na lista telefônica ninguém atendeu às chamadas.

Fonte: Thiago Guimarães, iG Bahia | 29/09/2011 17:50

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Evangélicos agridem Povo de Terreiro no Maranhão


(Neto de Azile, coordenador Executivo do FERMA com B.O.)
Os representantes de entidades que integram o Movimento Negro e Afro-religioso Maranhense se reuniram durante a semana para discutir a denúncia de agressão contra uma criança de apenas 3 anos de idade que participava das celebrações da Festa do Divino no último dia 17, no Anjo da Guarda. O caso foi registrado no16º DP da Vila Embratel pelos familiares da vítima e está sendo acompanhado pelo Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma).
O coordenador de política institucional do Ferma, Neto de Azile, conta que os membros do terreiro "Kwebe-se to Vodun Bade Só", na 2ª Travessa do Bom Jesus, no Anjo da Guarda, realizaram um cortejo para buscar o mastro da Festa do Divino na Rua Costa Rica. Ao passar em frente a um culto evangélico duas senhoras começaram a distribuir panfletos que não foram aceitos. Uma delas teria começado a proferir ofensas como "isso é coisa do demônio" e em determinado momento, bateu na cabeça de uma criança de 3 anos, jogando-a para trás.
Na reunião, as entidades participantes decidiram que o ato representa uma agressão física, psicológica e moral ferindo o direito constitucional do livre exercício da religião. Foi decidido que será aberta uma ação por perda e danos morais pela violência contra a criança e uma ação civil pública devido ao cerceamento da opção religiosa do grupo.
Além das organizações ligadas ao movimento negro como a Ferma, Coletivo de Entidades Negras (CEN) e Rede de Religiões Afro, também estiveram presentes representantes da Secretaria Estadual Extraordinária da Igualdade Racial, Secretaria dos Direitos Humanos e Cidadania do Estado do Maranhão (Sedihc) e Fórum Intergovernamental de Igualdade Racial. Devido à complexidade do caso, a Sedihc sugeriu uma reunião com a assessoria jurídica da pasta para tratar da questão, o encontro deve ser realizado até a próxima semana.
O coordenador de política institucional do Ferma afirma que a criança não foi ferida gravemente, mas que o ato a traumatizou. A garota ficou triste e chegou a desistir de vestir a roupa, relatando que "a moça bateu na coroa, agora eu não quero mais". As possíveis agressoras ainda não foram identificadas, mas Neto de Azile explicou que o caso foi repassado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DPCA) e ao 16º DP para que o líder da congregação onde as duas mulheres estavam possa identificá-las. Neto de Azile considerou a ação das mulheres como um ato de fanatismo que desrespeita o preceito religioso e caracterizou o ato como um retorno à Idade Média. "Somos um estado laico e temos liberdade religiosa assegurada em lei, não podemos deixar isso passar batido.
Não bastasse a desqualificação que sofremos, ainda demonizam o nosso culto", comentou. O representante da Ferma destacou que há três anos as entidades negras realizam passeatas pela liberdade religiosa e que no último ano, houve um compromisso do Ministério Público em salvaguardar o livre exercício religioso.


Fonte: http://imgsapp.oimparcial.com.br/app/noticia_130321921166/2011/09/24/94365/20110924083934432720i.jpg

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Quilombolas são humanos? Tem direitos?



Foi com surpresa e perplexidade que nós do Coletivo de Entidades Negras acompanhamos a ocupação das comunidades remanescentes quilombolas da Baixada Maranhense, em primeiro momento na Praça Pedro II e em seguida na sede estadual do INCRA. De acordo com as lideranças do movimento a idéia era chamar atenção do Governo do estado sobre as condições precárias que vivenciam no campo. Nossa perplexidade se assenta no descaso em relação à reivindicação de maior segurança dessas comunidades que correm risco de morte, já que não observamos o posicionamento da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania do Maranhão.
Devido conhecer o significativo trabalho desta secretaria em 2010 com este seguimento protocolizamos no dia 25 de agosto na SEDICH o ofício de Nº 003/2011 solicitando uma audiência para tratar do assunto e não obtivemos resposta sequer negativa deste órgão.
Enquanto representantes do povo negro entendemos que esta questão é grave e que exige resposta urgente, já que o problema reafirma a iniqüidade social de todo o segmento afrodescendente do Maranhão.
A territorialidade é indispensável para a elevação socioeconômica e política das comunidades tradicionais a exemplo da população dos quilombos. O acesso a terra é fator imprescindível para reprodução cultural, social e econômica destas comunidades. No território estão impressos acontecimentos ou fatos que mantém viva a memória do grupo. O território também faz parte da cosmologia do grupo, referendando um modo de vida e uma visão de homem e de mundo. Além de assegurar a sobrevivência da comunidade constitui a base da produção dos saberes tradicionais.
Acompanhamos então a desocupação da sede do Incra pela promessa do Superintendente do órgão no Maranhão de que representantes do Governo Federal provavelmente estarão em São Luis daqui a 30 dias. Isto é voltam a suas localidades sem nenhum aparato real que lhes forneça seguridade e preservação de suas idoneidades físicas e direito de posse de suas terras.
Indignamos-nos que até agora a Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Cidadania do Maranhão não se pronunciou e certamente daqui até o final do mês os números de ameaças e assassinatos aumentarão.
Fica uma pergunta, será que ainda afrodescendentes não são considerados humanos por alguns órgãos do Governo Estadual? A omissão seria devido a desinteresse ou reafirmação racista secular que “negro não é gente”?b
Essa luta é de toda a sociedade, pois a expansão dos bolsões de miséria e pobreza dos centros urbanos está ligada também as mazelas rurais que levam a migração forçada.

Neto de Azile
Coordenador do Coletivo de Entidades Negras do Maranhão


domingo, 24 de julho de 2011

IBGE DIVULGA RESULTADOS SOBRE COR E RAÇA


O estudo “Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça” (PCERP) coletou informações em 2008, em uma amostra de cerca de 15 mil domicílios, no Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal. Entre os resultados, destaca-se o reconhecimento, por 63,7% dos entrevistados, de que a cor ou raça influencia na vida.
Entre as situações nas quais a cor ou raça tem maior influência, o trabalho aparece em primeiro lugar, seguido pela relação com a polícia/justiça, o convívio social e a escola.
Dos entrevistados, 96% afirmam saber a própria cor ou raça. As cinco categorias de classificação do IBGE (branca, preta, parda, amarela e indígena), além dos termos “morena” e “negra”, foram utilizadas.
Entre as dimensões da própria identificação de cor ou raça, em primeiro lugar vem a “cor da pele”, com 74% de citações, seguida por “origem familiar” (62%), e “traços físicos” (54%). A íntegra do estudo está disponível em:
www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/caracteristicas_raciais/default_raciais.shtm
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/images/1933_3053_145821_900104.gif
Influência da cor ou raça na vida é reconhecida por 63,7% dos entrevistados
Mais da metade dos entrevistados (63,7%) pela PCERP disseram que a cor ou raça influencia a vida das pessoas. Entre as unidades da federação pesquisadas, o maior percentual de resposta afirmativa foi registrado no Distrito Federal (77,0%) e o menor, no Amazonas (54,8%). As mulheres apresentam percentual maior do que os homens: 66,8% delas disseram que a cor ou raça influenciava, contra 60,2% deles. Na divisão por grupos etários, os maiores percentuais de resposta afirmativa ficaram com as pessoas de 25 a 39 anos (67,8%), seguidas pelas pessoas de 15 a 24 anos de idade (67,2%). Os dois grupos se alternam na liderança desse quesito em todos os estados, mas no Distrito Federal o destaque é do grupo de 40 a 59 anos, com 79,5%.
Trabalho é citado como a situação mais influenciada por cor ou raça
Sobre situações em que a cor ou raça influencia a vida das pessoas no Brasil, em primeiro lugar aparece “trabalho”, resposta que foi dada por 71% dos entrevistados. Em segundo lugar aparece a “relação com justiça/polícia”, citada por 68,3% dos entrevistados, seguida por “convívio social” (65%), “escola” (59,3%) e “repartições públicas” (51,3%).
O Distrito Federal se destacou com os maiores percentuais de percepção da influência da cor ou raça em quase todas as situações citadas, tais como “trabalho” (86,2%), “relação com justiça/polícia” (74,1%), “convívio social” (78,1%), “escola” (71,4%) e “repartições públicas” (68,3%). Apenas em “casamento”, a Paraíba ficou com 49,5% contra 48,1% do DF.
96% dos entrevistados afirmam saber a própria cor ou raça
Dos entrevistados, 96% afirmam que saberiam fazer sua autoclassificação no que diz respeito a cor ou raça. Ao ser indagada a cor ou raça (com resposta aberta), 65% dos entrevistados utilizaram uma das cinco categorias de classificação do IBGE: branca (49,0%), preta (1,4%), parda (13,6%), amarela (1,5%) e indígena (0,4%), além dos termos “morena” (21,7%, incluindo variantes “morena clara” e “morena escura”) e “negra” (7,8%). Entre os estados, o Amazonas se destacou com o menor percentual de respostas para cor “branca” (16,2%) e a maior proporção de uso do termo “morena” (49,2%). Já o maior percentual da resposta “negra” foi no Distrito Federal (10,9%), onde as respostas “branca” e “parda” tiveram proporções iguais (29,5%).
Comparando a classificação de cor ou raça do entrevistado feita por ele mesmo (autoclassificação) e a atribuída pelo entrevistador (heteroclassificação), observou-se um nível de consistência significativamente alto, com exceção para o caso da categoria “morena”, mais usada pelo entrevistado (21,7%) do que pelo entrevistador (9,3%). Essa discordância foi maior na Paraíba, onde 45,7% dos entrevistados se autoclassificam como “morenos”, mas o termo só foi usado pelos entrevistadores em 4,3% dos casos.
Cor da pele é dimensão mais citada para definir cor ou raça
Entre as dimensões de identificação oferecidas aos entrevistados, em relação à auto-identificação de cor ou raça, a que mais aparece é a “cor da pele”, citada por 74% dos entrevistados. Seguem “origem familiar” (62%) e “traços físicos” (54%). Já na identificação das “pessoas em geral”, a dimensão mais citada foi a “cor da pele” (82,3% dos entrevistados), seguida de “traços físicos (cabelo, boca, nariz, etc.)” (57,7%) e “origem familiar, antepassados” (47,6%).
Pesquisa abordou diversos elementos de identificação
As entrevistas foram feitas com uma pessoa de 15 anos ou mais de idade por domicílio, selecionada aleatoriamente. A pesquisa abordou a identificação do entrevistado a partir de uma pergunta aberta (autoclassificação), sondando algumas dimensões que compõem a identificação de cor ou raça para “as pessoas em geral” e para o próprio entrevistado (cultura, traços físicos, origem familiar, cor da pele etc.). Também perguntou sobre a origem familiar (africana, européia, do Oriente Médio, entre outras) e se o entrevistado se reconhecia com uma série de alternativas de identificação (afro-descendente, indígena, amarelo, negro, branco, preto e pardo), além de levantar informações sobre educação e inserção ocupacional do pai e da mãe da pessoa entrevistada. Muitas perguntas permitiram respostas múltiplas. Em paralelo à autoclassificação, o entrevistador atribuía uma cor ou raça ao entrevistado com uma pergunta aberta (heteroclassificação). Finalmente, a pesquisa abordou a percepção da influência da cor ou raça em alguns espaços da vida social.
Comunicação Social
22 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

SEMINÁRIO PREPARATÓRIO PARA 8ª PARA DE DIVERSIDADE DO MARANHÃO

PROGRAMAÇÃO DO SEMINARIO da VIII PARADA DO ORGULHO LGBT DE SÃO LUÍS
UNIDO PELA LIBERDADE EM DEFESA DO ESTADO DO ESTADO LAICO
LOCAL: AUDITORIO DO CONVENTO DAS MERCÊS –Centro Historico
Manhã: 08h00min Credenciamento
08h30min: Mesa de Abertura
Representante da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Cidadania
Representante da Secretaria de Estado da Saúde
Representante da Secretaria Municipal de Saúde
Representante do Fórum Estadual de ONGS LGBT
09h00min: Mesa de Dialogo1
Violência, Gênero e Sexualidade sobre a ótica do Racismo, da Homofobia e do Sexismo.
Lucia Regina Azevedo-Representante do Centro de Formação e Cidadania AKONI
Professora Sandra- Universidade Federal do Maranhão
Maria do Socorro Guterres- Centro de Cultura Negra do Maranhão
Maria Teresa Seabra -Diretora da Escola Técnica do SUS
Coordenação d a Mesa: Benedito de Sousa Guilhon Filho Grupo Gayvota/Centro Dreg
10h00min – Debate
10h30min – Mesa de Dialogo2:
A decisão do Supremo Tribunal Federal: Rumos e Perspectiva para a população LGBT.
Representante da Comissão de Direitos Humanos da OBA- MA
Caio Fabio Varela – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais-
ABGLT
Representante do Ministério Publico –
Ana Lorena – Representante da Defensoria Publica – Núcleo Mulher e LGBT
Coordenadora da Mesa: Babalu Rosa – Grupo Solidário Lilás
11h00min- Debate

11h30min – Mesa de Dialogo3:
Juventude, Vulnerabilidade e Políticas Publicas.
Representante do Centro de Formação e Cidadania Akoni
Representante Fórum de Defesa da Criança e do Adolescente – FDCA
Suel Pereira - Representante do Grupo Passo livre
Representante do Fórum Estadual da Juventude
Coordenador d a Mesa: Representante do Centro Dreg
12h30min – Almoço
13h30min - Mesa de Dialogo4
Conversando sobre á Saúde da População LGBT
Representante da Coordenação Estadual de DST/HIV/AIDS
Representante da Coordenação Municipal de DST/HIV/AIDS de São Luís
Representante do Fórum Estadual de ONGS LGBT
Representante do Fórum de ONGS AIDS
Jovanna Baby - Presidente da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais
Benedito de Sousa Guilhon Filho – Representante do Grupo Gayvota e Centro Dreg
14h30min – Debate
Coordenadora da Mesa: Maria de Jesus – Associação das Profissionais do Sexo- Aprosma
15h00min – Mesa de Dialogo5
O Maranhão em Defesa do Estado Laico
Lusa Brandão- Representante da Rede Nacional de Religião Afro e Saúde-Ma
Neto de Azile – Representante do Fórum de Religiões de Matriz Africana – MA / CEN - MA
Caio Fábio Varela – Representante da Associação brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
Coordenadora da Mesa: Celise Azevedo

segunda-feira, 27 de junho de 2011

COITADA DA NORMA

Coitada da Norma, tão culta…
– E a Norma, hein?

– O que é que tem?

– Você não soube? Anda mal falada.

– A Norma? Depois de velha? Mas ela é tão culta!

– Pois é. E com aquela pose toda, a mania de ditar regrinhas de bom comportamento, de corrigir todo mundo…

– Mas o que foi que aconteceu?

– Ora, o que aconteceu é que caiu a máscara da madame, né? Descobriram finalmente como ela é autoritária, elitista e preconceituosa. E pior, arbitrária, totalmente desconectada da realidade.

– Puxa, eu sempre achei a Norma tão correta…

– Correta demais, aí é que está. Era para desconfiar, acho que demorou. Parece que até aqueles amigos que ela se orgulhava de ter no ministério andam virando a cara para ela.

– Ah, coitada. Eu sinto pena.

– Pois eu acho ótimo. Nunca fiquei à vontade na presença da dona, sabia? Muitas vezes aconteceu de eu ter alguma coisa importante para falar e ficar com medo. Preferia nem abrir a boca.

– Isso é verdade, a Norma sempre foi difícil.

– Tá vendo? Nem você, que é meio puxa-saco, está disposto a defender a megera!

– Estou sim, defendo sim. E você? Fica aí esculachando mas até que está se expressando direitinho, do jeito que ela gosta.

– Eu?

– Você.

– Ah, você não viu nada, meu amigo. A gente vamos barbarizar!

Fonte: Revista Veja

terça-feira, 12 de abril de 2011

OAB entra com representação contra Jair Bolsonaro pelos crimes de racismo e homofobia


Deputados de três partidos também entraram com representação contra Bolsonaro. Na internet, defensores dos movimentos negros e LGBT criaram petição para pedir a cassação do mandato do deputado do PP.


Redação ÉPOCA, com Agência Brasil


A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) entrou nesta quarta-feira (30) com um processo contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) após ele ter feito um comentário de teor racista em um programa de televisão. A Ordem apresentou à Mesa Diretora da Câmara uma representação de sete páginas em que acusa o deputado pelos crimes de racismo e homofobia.



Bolsonaro é acusado por ter respondido a uma pergunta feita pela cantora Preta Gil, filha do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, com tom racista. Ao ser questionado sobre como reagiria caso seu filho namorasse uma negra, Bolsonaro respondeu: “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco porque os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu (de Preta Gil)”.



Tentando contornar a gafe, Bolsonaro acabou piorando sua situação ao se justificar dizendo que tinha entendido que Preta Gil lhe perguntara se seu filho namoraria outro homem, o que ele considera impossível. A comunidade LGBT reagiu, e, na tarde de quarta, Bolsonaro voltou a inflamar a discussão ao afirmar, durante o velório do ex-vice-presidente José Alencar, que está se “lixando” para o movimento gay.



"Estou me lixando para o movimento gay. O que eles têm para oferecer? Casamento gay? Adoção de filho por gay? Nada disso acrescenta nada", disse Bolsonaro. O parlamentar afirmou também não ter medo da ação de seus adversários. "Soldado que vai a guerra e tem medo de morrer é covarde".


Já no final da noite de terça, três partidos (P-SOL, PCdoB e PDT) também haviam protocolado outra representação assinada por 20 parlamentares pedindo para que a Corregedoria da Casa investigasse Bolsonaro pelos mesmos crimes - racismo e homofobia. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), deve encaminhar uma solicitação à corregedoria.



A polêmica toda começou após o vídeo em que Bolsonaro fez as declarações ser disponibilizado na internet, o que gerou reação instantânea da sociedade, principalmente pelas redes sociais. Em resposta, internautas defensores e simpatizantes dos movimentos negros e LGBT criaram, online, petição a ser encaminhada ao Congresso pedindo a cassação do mandato de Bolsonaro. O documento, disponível no site Change, já conta com mais de 4.800 assinaturas.



Na Câmara, curiosamente, Jair Bolsonaro é membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, mas, de acordo com a própria presidente, deputada Manuela D’ávila (PCdoB-RS), ele não poderia ter direito de atuar na comissão uma vez que não defende os direitos humanos. Os deputados que assinaram a representação contra Bolsonaro - Manuela é uma delas - pedem que o parlamentar seja destituído, pelo próprio PP, da comissão após o escândalo.



Antes de ser convocado pelo Conselho de Ética para prestar depoimentos, Jair Bolsonaro já se adiantou e afirmou que pediria para ser chamado a fim de esclarecer a polêmica. Em nota divulgada em seu site, o deputado afirma que não tem problemas com negros, afinal, ele próprio tem vários funcionários negros trabalhando para ele.
Fonte: www.nacaoz.com.br