domingo, 23 de dezembro de 2012

O MEIO AMBIENTE E COMUNIDADES TRADICIONAIS.

O MEIO AMBIENTE E COMUNIDADES TRADICIONAIS.
Neto de Azile.
Geógrafo e ativista do movimento negro.
Coordenador Geral do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão - FERMA.




A realidade ambiental hoje salienta a discussão em todos os níveis e dimensões da vida humana. O equilíbrio entre o meio ambiente e a sociedade industrial é um ponto convergente entre todos os povos e nações. Consiste o meio ambiente em todo o espaço apreensível por nossos sentidos. O senso comum formula a ideia que o meio ambiente é um espaço remanescente alheio a ação antrópica.
Deparamos hoje à nossa volta com a segunda natureza. Desmatamento, poluição, perda e envenenamento do solo, expansão urbana, enfim, e impressões do ser humano sobre a superfície.
A cada avanço tecnológico o espaço é reelaborado. Como produto dessa humanização os impactos ambientais comprometem a qualidade de vida do planeta diferentemente. Entretanto essa realidade se mostra bem diferente quando a apreensão resulta da interferência dos povos e comunidades tradicionais.
O decreto 6.040/2007 define estas comunidades como grupos que possuem formas próprias de organização social que reproduzem historicamente seu modo de vida com relações sustentáveis com a natureza e neste sentido desempenham papel fundamental para manutenção do equilíbrio ecológico.
Os povos tradicionais apresentam um modelo de ocupação e uso dos recursos naturais com fraca articulação com o mercado, com uso intensivo de mão de obra familiar e tecnologias de baixo impacto derivadas de conhecimentos patrimoniais de base sustentável. Destes saberes dependem a conservação dos recursos, a subsistência e a salvaguarda da tradição.
São comunidades tradicionais os ribeirinhos, quebradeiras de coco, quilombolas, comunidades de terreiro, indígenas e muitos outros. Seus conhecimentos e expressões, antes consideradas artesanais, pré-industriais ou limitadas, a cada dia tem se tornado eficaz na luta contra a degradação ambiental advinda da exploração em larga escala dos recursos naturais.
Considerados muitos vezes, ou comumente, folclóricos, os saberes tradicionais são menosprezados, desconsiderando-se, desta forma, experiências centenárias que vão desde uso da terra, cultivo e manejo, até o convívio equilibrado com os elementos naturais. Esse legado cultural é transmitido ao longo de várias gerações.
Com os avanços tecnológicos, isto é, a modernidade, estes agentes sociais, que vivem numa espécie de simbiose ambiental, sã atingidos por grandes projetos e tratados como primitivos e atrasados.
O território e o meio natural incluso é condição indispensável para a reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Os saberes tradicionais resultam de uma evolução histórica e conjunta entre estes povos e seus territórios. Neste modelo as sociedades modernas podem utilizar essa lógica para amenizar as agressões ao ecossistema.
Os problemas enfrentados pelas comunidades tradicionais é fruto do modelo capitalista de desenvolvimento econômico. Ocupam espaços há um tempo significativo, não tem registro legal e propriedade da terra. O embate advém da visão de ser impossível de se falar em conservação sem falar em retirada da população que habita o local, relação antagônica dos modos de vida tradicionais.
O Estado brasileiro tem imposto as comunidades tradicionais restrições ao seu modo de vida. Isto se dá na observância dos planos de manejo das áreas de proteção e legislação que se chocam com a manifestação cultural destes povos. A proibição do uso de áreas de preservação restringe o exercício de sua cultura. Entretanto essa política ambiental utilizada não é igual para todos. Muitas agressões ao ambiente são frutos das fragilidades desses marcos legais e falta de fiscalização e cabe ressaltar que estas ações criminosas não contam com a participação desses povos.




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

IPHAN PROMOVE TITULAÇÃO DO TAMBOR DE CRIOULA EM 14/12/2012


A Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Maranhão promove, na próxima sexta-feira, dia 14 de dezembro, a solenidade de titulação do Tambor de Crioula, manifestação da cultura popular maranhense registrada em 18 de junho de 2007, no Livro de Registro das Formas de Expressão, como Patrimônio Cultural do Brasil. O evento acontecerá às 16h30min, no auditório Rosa Mochel, do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, com a presença de representantes dos grupos de Tambor de Crioula de São Luís, São José de Ribamar e Paço do Lumiar e das entidades que congregam os grupos, além da superintendente do Iphan no Maranhão, Kátia Bogea; da secretária de Estado da Cultura, Olga Simão; do presidente da Fundação Municipal de Cultura de São Luís, Euclides Moreira; e do presidente da Comissão Maranhense de Folclore, Sérgio Ferretti.
Precedendo a titulação, o Comitê Gestor da Salvaguarda do Tambor de Crioula realizará uma reunião com os representantes dos cerca de 100 grupos de Tambor de Crioula dos municípios da Ilha de São Luís. Na ocasião, o coordenador geral do Comitê Gestor, Neto de Azile, fará uma exposição das ações desenvolvidas pelo Comitê durante o ano de 2012 e do Plano de Trabalho elaborado para o ano de 2013.
A entrega dos títulos e das certidões de registro do Tambor de Crioula como patrimônio cultural brasileiro consolida o registro desse bem cultural como referência para a cultura brasileira a partir do reconhecimento da sociedade brasileira, por intermédio do Governo Federal, da importância do Tambor de Crioula, manifestação cultural de afrodescendentes, para a formação do povo brasileiro.
“Com o título de Patrimônio Cultural brasileiro estamos conseguindo mobilizar recursos públicos dos Governos federal e estadual que serão aplicados na salvaguarda do Tambor de Crioula”, revelou Kátia Bogea, superintendente do Iphan no Maranhão, lembrando que foi assinado um convênio com a Secretaria de Estado da Cultura no qual o Iphan repassou R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para execução das ações do projeto ‘Salvaguarda do Tambor de Crioula, mediante uma contrapartida de R$ 125.000,00 (cento e vinte cinco mil reais) da Secma.
Com esses recursos, serão realizadas oficinas, seminários, encontros e festivais com o objetivo de valorizar e promover a salvaguarda dessa expressão cultural maranhense. As ações terão como público alvo os praticantes do Tambor de Crioula no Maranhão. Está prevista, ainda, a produção de vídeos, gravação de CD’s e compra de equipamentos para o Centro de Referência do Tambor de Crioula sediado na Rua da Estrela, cujas obras estão em andamento, com previsão de entrega da Casa para 2013.
Para o coordenador do Comitê Gestor, Neto de Azile, o título representa a garantia de valorização e preservação da manifestação cultual Tambor de Crioula e, em especial, desencadeia mecanismos públicos e privados para manutenção da tradição dos modos de fazer dos grupos, além de viabilizar a sustentabilidade desse bem cultural, ações estruturantes do processo de salvaguarda.
Serão entregues 100 certificados e 100 certidões emitidos pelo Iphan, atestando que o Tambor de Crioula é Patrimônio Cultural do Brasil. Após a entrega, uma roda de Tambor de Crioula será realizada na Praça Valdelino Cécio para comemorar a titulação do primeiro bem cultural maranhense registrado no Iphan.

(Izaurina Nunes - Iphan/MA)



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

OFICINA DE TAMBOR DE CRIOULA EM RORAIMA



Durante a Semana Tipiti, Arte e Cultura na Amazônia, em Roraima, numa parceria da Universidade Federal de Roraima e a Superintendência Regional do Iphan-RR o Tambor de Crioula do Mestre Leonardo, de São Luis do Maranhão, iniciou oficina de dança, canto e percussão do Tambor de Crioula para os universitários e público em geral. A oficina terá duração de 3 dias dividida em 2 módulos por dia: Abordagem teórica sobre os aspectos culturais, lúdicos e simbólicos do Tambor de Crioula e a Importância do Processo de Salvaguarda como Patrimônio Cultural do Brasil pelo professor Neto de Azile e a parte prática de dança,percussão e canto ministradas pelos mestres e mestras.





II Reunião de Salvaguarda Bens Registrados Patrimônio Cultural do Brasil


Aconteceu em Brasília, de 08 a 10 de novembro a II Reunião de Salvaguarda dos

Bens Culturais registrados como Patrimônio Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Naconal – Iphan. Entende-se por patrimônio imaterial, os modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; festas, rituais e folguedos que marcam as vivências relativas do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e outras práticas de vida social; inscrição de manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; espaços como mercados, feiras, praças e santuários onde se concentram e se reproduzem práticas culturais coletivas.
Com o registro é instituída a obrigação pública de documentar e acompanhar a dinâmica das manifestações culturais inseridas nesta categoria, promove o reconhecimento e a implementação, em parceria com entidades públicas e privadas, ações de promoção e divulgação, bem como favorece a transmissão e continuidade das manifestações registradas.
Reuniram-se então 25 bens registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan para apresentarem a realidade situacional dos seus processos de salvaguarda, ou seja, como estão as ações de proteção desses bens após o registro.
Bens Registrados:
1. Ofício das Paneleiras de Goiabeiras
2. Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi
3. Círio de Nossa Senhora de Nazaré
4. Samba de Roda do Recôncavo Baiano
5. Modo de Fazer Viola-de-Cocho
6. Ofício das Baianas de Acarajé
7. Jongo no Sudeste
8. Cachoeira de Iauaretê – Lugar sagrado dos povos indígenas dos Rios Uaupés e Papuri
9. Feira de Caruaru
10. Frevo
11. Tambor de Crioula do Maranhão
12. Matrizes do Samba no Rio de Janeiro: Partido Alto, Samba de Terreiro e Samba-Enredo
13. Modo artesanal de fazer Queijo de Minas, nas regiões do Serro e das serras da Canastra e do Salitre
14. Roda de Capoeira
15. Ofício dos mestres de capoeira
16. Modo de fazer Renda Irlandesa (Sergipe)
17. O toque dos Sinos em Minas Gerais
18. Ofício de Sineiro
19. Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis (Goiás)
20. Ritual Yaokwa do Povo Indígena Enawene Nawe
21. Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro
22. Festa de Sant' Ana de Caicó
23. Complexo Cultural do Bumba-meu-boi do Maranhão
24. Saberes e Práticas Associados aos Modos de Fazer Bonecas Karajá
25. Rtixòkò: expressão artística e cosmológica do Povo Karajá


Do Maranhão participaram os representantes dos Comitês Gestores do Tambor de Crioula e do Complexo Cultural do Bumba Meu Boi.
O tambor de crioula, registrado em junho de 2007, apresentou sua avaliação focando nos avanços do processo de salvaguarda:
1 – A Constituição de fato e direito do Comitê Gestor;
2 – O projeto de Salvaguarda;
3 – E a Construção do Centro de Referência – A Casa do Tambor.
O resultado do evento foi a maior integração entre os bens culturais presentes e a troca saberes e experiências que muito fortaleceu os processos no Maranhão. Ao final o Maranhão apresentou o Tambor de Crioula para os demais presentes.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Homens receberam atendimento no Dia H na Liberdade


SÃO LUÍS - Homens de diversas faixas etárias deixaram o preconceito de lado e participaram, no sábado (10), do Dia H - Dia da Saúde do Homem, atividade, realizada no Bairro da Liberdade, que ofereceu atendimento preventivo à saúde do homem, em especial aos homens negros, com atenção às doenças crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade e, ainda, câncer de pênis e próstata.



Estavam presentes na atividade a secretária de Estado de Igualdade Racial, Claudett Ribeiro; representantes da Fundação Josué Montello, Ocirema Gomes de Oliveira e Joana Pinheiro; representante do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma), Miguel Santos; a chefe do Departamento de Atenção à Saúde do Adulto e Idoso (SES), Teresa Carvalho; a professora Nair Portela e estudantes do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão (UFMA); a diretora da Escola Municipal Ministro Mário Andreazza, Ana Ruth Barbosa; o presidente do Conselho de Segurança Comunitária da Liberdade, Márcio Crispin; representantes do Coletivo de Entidades Negras (CEN); lideranças comunitárias da Liberdade; e, as médicas Helena Santos e Fauzia, somando mais de 40 voluntários.


Na abertura do Dia H, a secretária de estado de Igualdade Racial, Claudett Ribeiro, deu início às atividades, dando as boas vindas aos homens que já aguardavam o atendimento e agradecendo aos parceiros que aderiram na construção da ação. "A idéia do Dia H está focada no direito à saúde e na busca daqueles homens que precisam aprender a ter cuidados consigo. O empenho de todos os parceiros, inclusive das lideranças do Bairro da Liberdade, nos ensina que a força está na comunidade", disse Claudett Ribeiro.


Também na abertura, a professora do curso de Enfermagem, Nair Portela, destacou o quadro preocupante da saúde do homem e ressaltou a importância de iniciativas como essa. "Nos últimos anos a saúde do homem tem sido mais observada pelos dados alarmantes inclusive no nosso estado. É importante fazermos ações voltadas para esse público para mudar esse sentimento de resistência e preconceito que prevalece", disse a professora Nair Portela.


Em apenas uma manhã, profissionais e estudantes da área da saúde atenderam mais de 120 homens da Liberdade, na Escola Municipal Ministro Mário Andreazza. Antes mesmo do início da atividade os homens já formavam fila no pátio da escola. Ao chegar eles preenchiam uma ficha com informações pessoais e, em seguida, eram encaminhados ao atendimento para aferir a pressão arterial, verificar o índice de glicemia, altura e peso. Durante todo o procedimento eram orientados sobre os cuidados necessários para garantir saúde e qualidade de vida.


Para Miguel Santos, representante do Fórum de Religiões de Matrizes Africanas (Ferma), uma das entidades idealizadoras do evento, a participação masculina superou as expectativas. "Nós ficamos muito felizes de contar com o apoio e participação da comunidade da Liberdade. Nós conseguimos reunir aqui diversas lideranças e até pessoas de outros bairros. Isso é um estímulo para darmos continuidade a esse trabalho de valorização da população masculina, em especial dos negros da nossa cidade", disse Miguel Santos.


Um dos primeiros a chegar, o senhor Luizan Silva Costa, 46 anos, acredita que iniciativas como essa podem estimular uma mudança na forma de pensar dos homens. "Nós sabemos o quanto a saúde do homem vem sendo negligenciada, porque o homem é muito preconceituoso e não busca atendimento. Essa ação do Dia H é uma forma de estimular os homens a se cuidarem mais e evitar que muitos morram por falta de informação e cuidado básico", afirmou Luizan Silva.


Além do atendimento ambulatorial, os homens participaram de oficinas sobre diabetes e câncer de pênis e próstata ministradas por estudantes do 5º período do curso de enfermagem da UFMA, sob a coordenação da professora e enfermeira, Nair Portela. "Para nós que somos estudantes, essas atividades são essenciais para aprendermos a cuidar do paciente por meio do contato direto", disse a estudante de Enfermagem, Kaliny Mendes.


A atividade contou, também, com a apresentação das crianças do Bloco Afro Netos de Nanã, que mostraram a riqueza da cultura afro-brasileira por meio da dança e da música.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

AÇÃO DE SAÚDE PREVENTIVA DO HOMEM NO BAIRRO DA LIBERDADE EM SÃO LUIS - MARANHÃO Dia H – Dia da Saúde do Homem.


AÇÃO DE SAÚDE PREVENTIVA DO HOMEM NO BAIRRO DA LIBERDADE EM SÃO LUIS - MARANHÃO
Dia H – Dia da Saúde do Homem.

Tema: Dia H – Dia da Saúde do Homem.
Local: Bairro da Liberdade
Data/horário: 10 de novembro de 2012, das 8 às 12h.
Proponentes: Fundação Josué Montello, Coletivo de Entidades Negras e FERMA,
Parceiros: Universidade Federal do Maranhão/Centro de Ciências Biológicas, Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial do Estado do Maranhão, Secretaria de Estado da Saúde e Lideranças Comunitárias do bairro da Liberdade.


1. JUSTIFICATIVA:
A maioria dos Homens quando buscam atendimento, já o procuram quando sua condição de saúde está a nível secundário, ou seja, necessitando de especialistas, pois já estão com morbidades instaladas. Desta forma, torna-se importantíssimo serem dadas orientações a essa população, visando à consciência do mesmo, a buscarem atendimento a nível primário, evitando assim transtornos mais sérios, atingindo com isto, uma adequada qualidade de vida.
É necessária uma política de saúde voltada o homem, para desmistificar o estereótipo de masculinidade que compromete o acesso aos serviços de saúde e a adesão ao tratamento, sobretudo devido à crença na invulnerabilidade do homem.
Devido altos índices de mortalidade masculina sobre tudo quando se faz uma comparação com a mortalidade feminina.
A taxa de mortalidade por homicídios entre homens é 12 vezes maior que a feminina, chegando a 15 vezes entre 20 e 29 anos ( dados da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde).
Conforme dados do Ministério da Saúde, em 2007, enquanto as mulheres somaram 16 milhões de consultas ao ginecologista, as consultas com os urologistas somaram 2 milhões, entre homens, mulheres e adolescentes, o que nos leva a perceber o quanto é menor a procura do público masculino a esse especialista.
Em função das doenças crônicas como, diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca, tumores malignos e benignos, infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico, enfisema pulmonar etc., a diferença dos números de atendimento ao serviço de saúde entre homens e mulheres é alarmante.
São somados agravantes como o tabagismo, alcoolismo, ingestão de alimentação baseada em gorduras trans e carnes, vida sedentária, violência, DST, que acometem de maneira mais geral a população masculina.
Em função desta realidade e da sobrecarga do sistema de saúde pública do Estado, e por extensão do município de São Luis, a presente proposta, visa proporcionar as populações socialmente vulneráveis dos bairros mais carentes da cidade acesso a serviços de saúde básicos para homens.

O bairro da Liberdade, área periférica de São Luis, foi escolhido como ponto de partida para início do projeto pois apresenta a maior concentração por área de afrodescendente em condições socioeconômicas precárias, já que no Brasil pobreza tem COR e tem ENDEREÇO.


2. OBJETIVOS:
• Oferecer serviços de saúde preventiva: Obesidade, Doenças Cardiovasculares, Diabetes, Tabagismo testagem de PA, colesterol, hipertensão e câncer de próstata.
• Desenvolver habilidades emocionais (afetividade, interação social, paternidade responsável) com vistas ao fortalecimento dos vínculos familiares.
• Informar sobre prevenção de DST’s / AIDS.

3. PÚBLICO ALVO:
Homens preferencialmente, na faixa etária de 20 a 59 anos, moradores no bairro Liberdade, na cidade de São Luís.

4. METODOLOGIA
1. As pessoas do gênero masculino moradores do bairro Liberdade, em especial, na Vila Maruim e entorno, serão mobilizadas para vivenciarem um espaço coletivo de saúde promovido por agentes sociais do terceiro setor, dos órgãos públicos e organizações comunitárias. O ponto central do processo de sensibilização e mobilização dar-se-á junto aos 800 (oitocentos) alunos da Unidade Integrada Mário Andreazza e junto às lideranças comunitárias. Para disseminar os objetivos da atividade deverá ser produzido um material contendo informações básicas que será distribuído nos mercados, nas quitandas, nos açougues, nas igrejas, nas comunidades de terreiro e em outros espaços públicos.
2. A equipe executora da atividade será constituída por representantes da Fundação Josué Montello, Coletivo de Entidades Negras, FERMA, Universidade Federal do Maranhão/Centro de Ciências Biológicas, Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial, Secretaria de Estado da Saúde e Lideranças Comunitárias do Bairro da Liberdade.
3. Os serviços de saúde oferecidos e os conteúdos das atividades sócio-educativas serão focados no Programa Saúde do Homem/SES/Ministério da Saúde. Para garantir atendimento de qualidade e monitorar os resultados, as estratégias operacionais e as providências administrativas serão definidas pelos integrantes da equipe de trabalho. Para garantir a organização das atividades faz-se necessária a implantação de núcleo de coordenação constituído por:
01 coordenador geral a quem caberá administrar a instalação dos serviços de saúde, ambientação do espaço, a distribuição dos técnicos, médicos e estagiários, a acolhida dos usuários, o registro e monitoramento da participação.
01 coordenador operacional a quem caberá a limpeza, organização do espaço, a guarda dos equipamentos e apoio a equipe de trabalho.
4. A divulgação da presente atividade dar-se-á no processo de mobilização, de execução e de avaliação dos resultados obtidos. Serão utilizados meios de comunicação existentes no bairro e a mídia em geral.
5. O esquema de atendimento aos usuários da atividade prevê:
Atendimento médico (testagem de PA, diabetes, colesterol, hipertensão, primeiros socorros, DST/AIDS em câncer de próstata.)
Oficinas de relações socioemocionais.
Oficinas de terapias alternativas para saúde.
Palestras/Oficinas sobre doenças sexualmente transmissíveis, cardiovasculares e tabagismo.
6. Nos casos em que os usuários necessitarem de atendimentos específicos, os órgão de saúde presentes farão os devidos encaminhamentos.
7. Os recursos materiais e financeiros serão compartilhados com os representantes da Fundação Josué Montello, Coletivo de Entidades Negras, FERMA, Universidade Federal do Maranhão/Centro de Ciências Biológicas, Secretaria Extraordinária de Igualdade Racial, Secretaria de Estado da Saúde e Lideranças Comunitárias do Bairro da Liberdade.

5. RESULTADOS PRETENDIDO

Homens, preferencialmente, na idade de 20 a 59 anos, moradores no bairro Liberdade, com atendimentos realizados no espaço de saúde coletivo.
Homens, preferencialmente, na idade de 20 a 59 anos, moradores no bairro Liberdade com habilidades emocionais nos vínculos familiares vivenciadas.

Grupo de Trabalho:

Profª Claudete Ribeiro – Secretária de Estado de Igualdade Racial do Maranhão
Joana Pinheiro – Fundação Josué Montelo
Karine Ericeira – Fundação Josué Montelo
Teresa Carvalho – Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão
Silvane Ribeiro – Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão
Ana Luisa – Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão
Profª Nair Portela – UFMA
Jairon Sousa – SEIR
Neto de Azile – CEN/FERMA
Wender Louredo – FERMA
Miguel Amaral - FERMA



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Participação de povos de terreiro na SBPC é incentivada

As comunidades de terreiro de São Luís terão espaço para expor produtos e informações sobre a religiosidade e a cultura afro-brasileira durante a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Este ano o evento, que será realizado no período de 22 à 27 de julho, na Universidade Federal do Maranhão (Ufma), terá como tema Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza.

A participação dos povos de terreiro é fruto da articulação entre a Secretaria de Estado da Igualdade Racial (Seir), órgão vinculado à Casa Civil, e a Secretaria de Estado de Trabalho e Economia Solidária, que realizará na SBPC a Feira de Economia Solidária e Agricultura Familiar, onde serão inseridas as atividades das comunidades de terreiro. Para a Gestora de Comunidades Tradicionais da Seir, Josanira Santos da Luz, a participação na feira trará visibilidade à produção das comunidades de terreiro e será uma oportunidade de aproximar a comunidade científica dos saberes tradicionais. "Ao participar da Feira de Economia Solidária e da SBPC, os povos de terreiro terão oportunidade de mostrar a sua produção e expor elementos da cultura afro-brasileira, saberes e fazeres tradicionais dos terreiros. Nós da Seir estaremos presente para contribuir com o apoio logístico e o assessoramento para mobilização e divulgação das atividades", afirmou a gestora Josanira Santos da Luz.

Dentro da feira, os representantes dos terreiros terão quatro espaços para divulgar os saberes e fazeres das comunidades, com sala temática onde irão reproduzir o terreiro de mina, tenda para exposição e venda de produtos, auditório para realização de rodas de conversa e veiculação de vídeos documentários. Haverá uma média de 15 terreiros representados no evento."A presença das comunidades tradicionais no espaço científico é uma forma de reconhecer que o conhecimento tradicional é a base para o conhecimento científico. Vamos mostrar como as comunidades de terreiro desenvolvem ações de enfrentamento à pobreza com foco na sustentabilidade e as alternativas para esse modelo econômico excludente em que vivemos", ressaltou Neto de Azile, coordenador do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma).

Na última sexta-feira (13) foi realizada reunião na sede da Seir com representantes das comunidades de terreiro para construírem juntos a programação e definir que produtos poderiam expor. Durante o evento haverá exposição e comercialização artesanato, guias, bordados, esculturas, camisas com temáticas alusivas à cultura de matriz africana. Para a exibição de vídeos foram escolhidos pelo grupo os documentários "Dança das Cabaças - Exu no Brasil", "O Poder do Machado de Xangô", "Imbarabô", "Até Oxalá Vai à Guerra", "Casa das Minas - Os voduns reais de São Luís" e "Na Rota dos Orixás". A proposta é que seja exibido um vídeo por dia, no intervalo do almoço.

A Feira de Economia Solidária e Agricultura Familiar será realizada no Centro de Ciências Humanas (CCH/UFMA). O espaço dedicado às comunidades de terreiro ficará no hall do CCH e no Auditório José Ribamar Chaves Caldeira
Fonte: Jornal O Imparcial, caderno Urbano de 17/07/2012


terça-feira, 19 de junho de 2012

Povos de Terreiro aprovam propostas à plenária final da Cúpula dos Povos

Em Encontro Mundial, praticantes de religiões de matrizes africanas, da umbanda e povos indígenas discutem relação com a natureza e cobram respeito aos seus cultos Por Maria Eduarda Carvalho [16.06.2012 12h17] A Cúpula dos Povos na Rio +20 vai além do debate a respeito do limite dos recursos naturais e das mudanças climáticas. Ao longo dos próximos dias, mais de 30 espaços autogestionados discutem as diferentes relações do homem com o ambiente. Nesta sexta, 15, foi a vez dos praticantes de religiões de matrizes africanas, da Umbanda e dos povos originários darem início às suas atividades na Cúpula, no Encontro Mundial dos Povos de Terreiro na Rio+20. Eles discutiram problemas, constrangimentos, demandas e propostas relacionadas às práticas das religiões da natureza em áreas protegidas. O resultado das discussões e conversas gerou a Carta do Rio, um dos documentos oficiais que serão apresentados na plenária final da Cúpula dos Povos. Confira a carta na íntegra abaixo: ENCONTRO MUNDIAL DOS POVOS DE TERREIRO NA RIO+20 CARTA DO RIO As práticas religiosas na natureza têm origem milenar, ocorrendo em inúmeras vertentes culturais, entre as quais estão as religiões dos povos de terreiro, como os de matriz africana e os povos originários. Essas práticas estão voltadas para a reverência às forças da natureza, como as matas, rios, cachoeiras, praias e montanhas, além de estradas, encruzilhadas e trevos. Reconhecendo na natureza suas divindades, esses povos desenvolvem um profundo respeito e comprometimento em relação à sua proteção, concebida como espaço sagrado. Os Povos Originários sofrem com o não reconhecimento da cultura indígena pela sociedade. Para os índios, a relação do homem com a natureza, como afirma Carlos Tukano, representante dos Povos Originários no SEAC, é de preservação, porque os índios sempre tiveram pelos Deuses das florestas, da água e do ar e de todos os elementos, respeito e reverência: “Nossa história, entretanto, é como um copo quebrado que estamos tentando reconstruir para passar aos nossos filhos e netos. Entre as nossas iniciativas, temos a Aldeia Maracanã, o Centro Cultural Indígena no antigo Museu do Índio, onde praticamos a nossa religiosidade”. Ocorrem, entretanto, com alta frequência, situações de constrangimento e violência quando os religiosos buscam parques e outras áreas de proteção da natureza, tais como intimidação por parte de diversos atores sociais, impedimento, perseguição, violência física e verbal, falta de segurança e expulsão de áreas naturais públicas. Nos últimos anos, houve uma relativa perda de costume de ir aos espaços naturais públicos para cultuar os orixás, voduns, inquices e encantados, porque a ameaça de violência por parte do Estado e de antagonistas da prática religiosa afro-brasileira levou a isso. Alguns têm utilizado áreas privadas. Todavia, há consenso de que isso não é solução, pois a liberdade religiosa é um direito e não se deve pagar para poder exercê-la. A esses problemas, identificados também nas oficinas do Núcleo Elos da Diversidade /Programa Ambiente em Ação da Superintendência de Educação Ambiental da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, em parceria com a UERJ e os povos de terreiro, entre 2011 e 2012, somam-se outras formas de violência no campo simbólico, como a desqualificação dessas religiões nos meios de comunicação social, proibição ou desqualificação dessas práticas culturais nas escolas e outros espaços, como consta no primeiro boletim de divulgação do Núcleo Elos. Mais de 400 religiosos que participaram dos encontros no Estado do Rio de Janeiro falaram da necessidade de atuar internamente às religiões, em busca de maior união entre os cultos, e reconhecimento de direitos e deveres do cidadão em relação à cultura e uso dos espaços públicos, bem como o enfrentamento do preconceito,intolerância e constrangimento que os religiosos sofrem em suas práticas. Os participantes denunciaram a repressão geral do Estado e a repressão de evangélicos. Os debates sobre os constrangimentos vivenciados destacaram ainda dois aspectos: as reclamações e acusações de vizinhos aos terreiros e os preconceitos que sofrem crianças e jovens que se assumem praticantes da religião. Isso produz discriminação em escolas e de costumes, e problemas na socialização em fase decisiva para a constituição das identidades e grupos de pertencimento por parte de qualquer pessoa. Foi destacado o impedimento que sofrem de acesso a áreas de cachoeiras, rios e praias que são apropriadas de modo particular, infringindo as leis. A ênfase dos debates girou em torno do direito público a espaços naturais, mas denunciaram que os espaços seguros e limpos estão em áreas privadas cujo acesso é pago. Isso é visto como uma alternativa que não resolve o problema, tanto por ferir direitos constitucionais quanto por privatizar uma prática que deve ser livre para os adeptos dos cultos afro, independente de condição econômica para realizá-la. Outro ponto mencionado foi a constatação de que a população atribui tudo o que acontece de destruição e sujeira nesses espaços e na rua aos cultos afro, o que é uma clara manifestação de preconceito, apesar de reconhecerem que há parcela dos praticantes que estão mal orientados em relação a cuidados no uso de espaços públicos e à conservação da natureza.Os religiosos discutiram as causas dessa situação, reconhecendo que o preconceito ocorre por desconhecimento dos fundamentos e valores mais profundos das religiões de matriz africana, e uma associação indevida com o “demônio” de outras religiões. Além disso, reconheceram que uma parcela de responsabilidade da imagem negativa em torno dessas práticas religiosas decorre de usos inadequados de materiais e desconhecimento de práticas de conservação do ambiente, além da negligência e omissão por parte do poder público, que não institui políticas públicas de coletas regulares de resíduo em áreas de uso tradicional. Esses constrangimentos frequentes tornaram-se “naturais” com base em preconceitos e desigualdades sociais. Na visão dos participantes, a naturalização da desigualdade e do preconceito deve ser enfrentada e superada por meio da mobilização dos religiosos, adoção de práticas sustentáveis e criação de políticas públicas que assegurem a igualdade religiosa e o respeito à diversidade cultural. Encaminhamentos É fundamental que o Poder Público atenda as demandas da sociedade civil e dos povos de terreiro, garantindo o direito do cidadão à realização do culto ao sagrado na natureza, à proteção contra violência física e agressão verbal e ao acesso a espaços naturais limpos, sinalizados e acessíveis. É fundamental que as políticas públicas de educação, cultura e comunicação social contemplem as culturas indígenas e as culturas de matriz africana e umbanda, garantindo o acesso desses grupos sociais aos meios de comunicação social, sua presença e seus conteúdos nas instituições de ensino, fóruns de decisão e controle social. Que haja ética no reconhecimento da religiosidade dessas culturas. O enfrentamento deve ser feito pela reversão desse quadro, aumentando a mobilização e articulação do povo de terreiro por meio da comunicação, o intercâmbio e ações educativas. Outro aspecto é a necessidade de cada pessoa superar o medo e se assumir como religioso e defender seus direitos constitucionais, denunciando a intolerância e participando do processo político e educativo de superação das desigualdades sociais, preconceitos e intolerância. Essa constatação só fortalece a necessidade de se constituir Espaços Sagrados de uso público e reforçar a luta para que as práticas religiosas sejam respeitadas também em outros espaços e vias públicas, como praias, ruas, praças e cemitérios. É recomendada a criação de redes e formas de comunicação interna, a realização de oficinas ensinando usos de materiais ecologicamente adequados e a produção de materiais didáticos para o povo de terreiro. É necessária a união das religiões para que consigam dialogar em condições de igualdade não só com o poder público, mas também com os outros setores da sociedade, para garantir que o projeto se consolide enquanto política pública e se fazer respeitar por aqueles que manifestam intolerância. Há a necessidade de que cada praticante exerça os seus direitos sem medo, busque apoio legal na garantia de acesso a espaços naturais e da livre manifestação religiosa, e que as companhias de limpeza urbana apoiem o uso de encruzilhadas e de áreas naturais. A mobilização dos povos de terreiro deve estar vinculada também à construção das políticas públicas para a cultura, educação e meio ambiente. É necessário ampliar o acesso a cartilhas e materiais educativos existentes (Decálogo das Oferendas, Elos de Axé, Oku Abó) e produzir novos materiais; estimular o acesso a mudas e o cultivo de ervas nas casas religiosas, objetivando a preservação do conhecimento da tradição sobre o uso das folhas nos rituais, como também o respeito às práticas da coleta em áreas protegidas; fomentar a função dos consagrados como sacerdotes/sacerdotisas das folhas nas comunidades de terreiros. Há necessidade de se conhecer os direitos e deveres do cidadão em relação à educação, cultura, religião e meio ambiente, divulgando-os e fazendo encontros para explicá-los e capacitar os religiosos a utilizar os canais e instrumentos legais de participação do cidadão na defesa de seus direitos. Muitos enfatizaram que a criação de um espaço religioso não é nenhum presente e sim um direito, alertando, porém, que isso não pode significar a restrição a poucas áreas. A luta é por tais espaços e também por acesso a outras áreas públicas (encruzilhadas, cemitérios, etc.). Sugeriu-se ainda que esse trabalho no Rio de Janeiro fosse expandido nacionalmente, uma vez que o quadro de repressão e intolerância no estado é similar em todo o país e isso deve ser enfrentado e superado. Rio de Janeiro, 15 de junho de 2012.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Seminário ‘Na Rota da Superação do Racismo’ em São Luís

Seminário ‘Na Rota da Superação do Racismo’ em São Luís
O evento ocorre nesta quarta e quinta, das 16 às 21h, no Teatro João do Vale (Praia Grande) SÃO LUÍS – O seminário Na Rota de Superação do Racismo, promovido pelo grupo Okun de Cultura Afro-brasileira em parceria com as Secretarias de Estado da Igualdade Racial (Seir) e da Cultura (Secma), será realizado nesta quarta (23) e quinta-feira (24), das 16h às 21h, no Teatro João do Vale (Praia Grande). A abertura será marcada pelo Painel “Avanços da Política de Promoção da Igualdade Racial”. Os interessados podem se inscrever durante o seminário. Nos dois dias, temas como a Política da Igualdade Racial e a Lei nº 12. 288 serão discutidos com o objetivo de promover a reflexão e o debate sobre as estratégias de combate ao racismo e às discriminações correlatas como, por exemplo, a intolerância religiosa e o racismo institucional. A programação destaca, no período da tarde, painéis e apresentação de vídeos. À noite, acontecerão as atividades culturais na “Hora da Arte e da Cultura”, com apresentação de espetáculos de teatro e dança, intervenções artísticas e shows. O painel de abertura terá participação de Maria da Guia Viana, integrante da equipe da Secretária de Estado da Educação e membro do Conselho Estadual da Política de Igualdade Étnico-Racial do Maranhão (Ceirma); Valdecy Vale, orientadora pedagógica do Grupo Officina Affro; e de representante da Seir. Em seguida, haverá exibição do vídeo “Aspectos da Cultura Quilombola do Maranhão”. À noite, a partir das 19h, acontecerá intervenção artística e cantata de tambor de crioula. O segundo painel do evento, “Igualdade Racial é pra Valer: O Estatuto da Igualdade Racial”, será realizado na quinta-feira (24), das 16h às 18h. Serão discutidos os temas “A luta contra o racismo”, pelo representante do Movimento Negro Unificado do Maranhão, Adomair O. Ogunbiyi; “Racismo Institucional”, pelo secretário adjunto de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Amorim; “Intolerância Religiosa”, pelo coordenador do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma), Neto de Azile; e “Implantação do Estatuto”, pela gestora de Ações Afirmativas da Seir, Jacinta Maria. Na programação cultural da noite haverá apresentação do espetáculo “Casa das Tulhas” e show com o grupo Afro Samba, homenageando o compositor Baden Powell. Nos dois dias do evento haverá ainda exposição fotográfica. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3218-9958. Serviço O quê: Seminário Na Rota de Superação do Racismo Quando: Nesta quarta (23) e quinta-feira (24), das 16h às 21h Onde: Teatro João do Vale (Rua da Estrela, Praia Grande) Outras informações: 3218-9958 Programação QUARTA-FEIRA, DIA 23 16h – Painel: Avanços da Política de Promoção da Igualdade Racial 18h30 – Vídeo: Aspectos da Cultural Quilombola do Maranhão 19h – A Hora da Arte e da Cultura (intervenção artística com Conta e Cantata de Tambor de Crioula) QUINTA-FEIRA, DIA 24 16h às 18h – Painel: Igualdade Racial é pra Valer o Estatuto é Lei Temáticas: A luta contra o racismo – Adomair O. Ogunbiyi; Racismo Institucional – Marcelo Amorim; Intolerância Religiosa – Neto de Azile; Implantação do Estatuto – Jacinta Maria, da Seir 19h às 21h – A Hora da Arte e da Cultura (espetáculo “Casa das Tulhas” e show com Afro Samba, uma homenagem a Baden Powell) O evento ocorre nesta quarta e quinta, das 16 às 21h, no Teatro João do Vale (Praia Grande) SÃO LUÍS – O seminário Na Rota de Superação do Racismo, promovido pelo grupo Okun de Cultura Afro-brasileira em parceria com as Secretarias de Estado da Igualdade Racial (Seir) e da Cultura (Secma), será realizado nesta quarta (23) e quinta-feira (24), das 16h às 21h, no Teatro João do Vale (Praia Grande). A abertura será marcada pelo Painel “Avanços da Política de Promoção da Igualdade Racial”. Os interessados podem se inscrever durante o seminário. Nos dois dias, temas como a Política da Igualdade Racial e a Lei nº 12. 288 serão discutidos com o objetivo de promover a reflexão e o debate sobre as estratégias de combate ao racismo e às discriminações correlatas como, por exemplo, a intolerância religiosa e o racismo institucional. A programação destaca, no período da tarde, painéis e apresentação de vídeos. À noite, acontecerão as atividades culturais na “Hora da Arte e da Cultura”, com apresentação de espetáculos de teatro e dança, intervenções artísticas e shows. O painel de abertura terá participação de Maria da Guia Viana, integrante da equipe da Secretária de Estado da Educação e membro do Conselho Estadual da Política de Igualdade Étnico-Racial do Maranhão (Ceirma); Valdecy Vale, orientadora pedagógica do Grupo Officina Affro; e de representante da Seir. Em seguida, haverá exibição do vídeo “Aspectos da Cultura Quilombola do Maranhão”. À noite, a partir das 19h, acontecerá intervenção artística e cantata de tambor de crioula. O segundo painel do evento, “Igualdade Racial é pra Valer: O Estatuto da Igualdade Racial”, será realizado na quinta-feira (24), das 16h às 18h. Serão discutidos os temas “A luta contra o racismo”, pelo representante do Movimento Negro Unificado do Maranhão, Adomair O. Ogunbiyi; “Racismo Institucional”, pelo secretário adjunto de Direitos Humanos e Cidadania, Marcelo Amorim; “Intolerância Religiosa”, pelo coordenador do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão (Ferma), Neto de Azile; e “Implantação do Estatuto”, pela gestora de Ações Afirmativas da Seir, Jacinta Maria. Na programação cultural da noite haverá apresentação do espetáculo “Casa das Tulhas” e show com o grupo Afro Samba, homenageando o compositor Baden Powell. Nos dois dias do evento haverá ainda exposição fotográfica. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3218-9958. Serviço O quê: Seminário Na Rota de Superação do Racismo Quando: Nesta quarta (23) e quinta-feira (24), das 16h às 21h Onde: Teatro João do Vale (Rua da Estrela, Praia Grande) Outras informações: 3218-9958 Programação QUARTA-FEIRA, DIA 23 16h – Painel: Avanços da Política de Promoção da Igualdade Racial 18h30 – Vídeo: Aspectos da Cultural Quilombola do Maranhão 19h – A Hora da Arte e da Cultura (intervenção artística com Conta e Cantata de Tambor de Crioula) QUINTA-FEIRA, DIA 24 16h às 18h – Painel: Igualdade Racial é pra Valer o Estatuto é Lei Temáticas: A luta contra o racismo – Adomair O. Ogunbiyi; Racismo Institucional – Marcelo Amorim; Intolerância Religiosa – Neto de Azile; Implantação do Estatuto – Jacinta Maria, da Seir 19h às 21h – A Hora da Arte e da Cultura (espetáculo “Casa das Tulhas” e show com Afro Samba, uma homenagem a Baden Powell)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

SER NEGRO NO BRASIL

Um artigo que é uma verdadeira aula escrito pela médica Fátima Oliveira e presidenta da Regional Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Bioética. Autora de: Engenharia genética: o sétimo dia da criação (Moderna, 1995); Bioética: uma face da cidadania (Moderna, 1997); Oficinas mulher negra e saúde (Mazza, 1998); Transgênicos: o direito de saber e a liberdade de escolher (Mazza, 2000); O "estado da arte" da reprodução humana assistida em 2002 e Clonagem e manipulação genética humana: mitos, realidade, perspectivas e delírios (CNDM/MJ, 2002); e Saúde da população negra, Brasil 2001 (OMS/Opas, 2002). Um escrito para apreender novas concepções e possibilidades: Ser negro no Brasil: alcances e limites O Brasil é um país mestiço, biológica e culturalmente. A mestiçagem biológica é, inegavelmente, o resultado das trocas genéticas entre diferentes grupos populacionais catalogados como raciais, que na vida social se revelam também nos hábitos e nos costumes (componentes culturais). No contexto da mestiçagem, ser negro possui vários significados, que resulta da escolha da identidade racial que tem a ancestralidade africana como origem (afro-descendente). Ou seja, ser negro, é, essencialmente, um posicionamento político, onde se assume a identidade racial negra. Identidade racial/étnica é o sentimento de pertencimento a um grupo racial ou étnico, decorrente de construção social, cultural e política. Ou seja, tem a ver com a história de vida (socialização/educação) e a consciência adquirida diante das prescrições sociais raciais ou étnicas, racistas ou não, de uma dada cultura.(...) Para fins de estudos demográficos, no Brasil, a atual classificação racial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é a que é tomada como oficial desde 1991. Tal classificação tem como diretriz, essencialmente, o fato de a coleta de dados se basear na autodeclaração. Ou seja, a pessoa escolhe, de um rol de cinco itens (branco, preto, pardo, amarelo e indígena) em qual deles se aloca. Como toda classificação racial é arbitrária e aceita não sem reservas, a do IBGE não foge à regra, pois possui limitações desde 1940, quando coletou pela primeira vez o "quesito cor"*. Sabendo-se que raça não é uma categoria biológica, todas as classificações raciais, inevitavelmente, padecerão de limitações. Todavia, os dados coletados pelo IBGE, ao reunir informações em âmbito nacional, são extremamente úteis, pois apresentam grande unidade, o que permite o estabelecimento de um padrão confiável de comparação. De acordo com a convenção do IBGE, portanto, negro é quem se auto-declara preto ou pardo. Embora a ancestralidade determine a condição biológica com a qual nascemos, há toda uma produção social, cultural e política da identidade racial/étnica no Brasil. Vale mencionar ainda as polêmicas sobre o conceito de raça e de etnia, que, grosso modo, raça deveria ser um conceito biológico, enquanto etnia deveria ser um conceito cultural. Não sendo raça uma categoria biológica, etnia também se revela como um conceito que não é estritamente cultural, pois a delimitação de grupos étnicos parte de uma suposta alocação deles no conjunto dos grupos populacionais raciais sem abstrair a unidade do local de origem, e, para delimitar etnia, considera-se a concomitância de características somáticas (aparência física), lingüísticas e culturais. Enfim, o conceito de raça é uma convenção arbitrária e pode ser enquadrada como uma categoria descritiva da antropologia, uma vez que é baseada nas características aparentes das pessoas. Portanto, o uso dos termos raça ou etnia está circunscrito à destinação política que se pretende dar a eles. Estudos da genética molecular, sob o concurso da genômica, são categóricos: a espécie humana é uma só e a diversidade de fenótipos, bem como o fato de que cada genótipo é único, são normas da natureza. Tendo o DNA como material hereditário e o gene como unidade de análise, não é possível definir quem é geneticamente negro, branco ou amarelo. O genótipo sempre propõe diferentes possibilidades de fenótipos. O que herdamos são genes e não caracteres! Se para as ciências biológicas raça não existe e é consensual nas ciências sociais que o conceito de raça está superado, por que a insistência, em particular do movimento negro, em usá-lo como um paradigma da luta contra a opressão de base racial/étnica, ou seja, do racismo? Por questões políticas, já que o racismo existe e é uma prática política que tem por base não apenas a existência das raças, mas que as "não-brancas" são inferiores. Assumir a identidade racial negra em um país como o Brasil é um processo extremamente difícil e doloroso, considerando-se que os modelos "bons", "positivos" e de "sucesso" de identidades negras não são muitos e poucos divulgados e o respeito à diferença em meio à diversidade de identidades raciais/étnicas inexiste.

quarta-feira, 21 de março de 2012

EVANGÉLICOS E RURALISTAS E A LEI DA COPA E O CÓDIGO FLORESTAL

Um antigo flerte entre as duas bancadas mais representativas do Congresso está prestes a virar casamento. Evangélicos e ruralistas estão perto, muito perto de lançar uma frente conjunta para votar dois dos projetos mais sensíveis aos interesse do governo – e também dos setores que representam: a Lei Geral da Copa e o novo Código Florestal.

Deputado federal João Campos, da Frente Parlamentar Evangélica, se reunirá ainda hoje com Moreira Mendes da bancada ruralista. Foto: Luiz Alves/Agência Câmara

Juntas, as duas bancadas podem reunir 170 votos, o que representa 33% do parlamento. A fidelidade à bancada, quando o assunto é pauta, é maior até mesmo do que ao partido. O que pode significar um esfacelamento ainda maior da base do governo.

“O governo terá de se preocupar”, afirma o e João Campos (PSDB-GO), expoente do grupo evangélico que costura com o colega Moreira Mendes (PSD-RO), representante do agronegócio.

Em entrevista a CartaCapital, Campos explica que uma conversa preliminar foi firmada na sexta-feira 16 e que Moreira Mendes foi receptivo. Um novo encontro estava marcado para quarta-feira 21. A votação dos projetos que podem mudar as regras da Copa e do plantio no Brasil tem provocado um levante de congressistas contra as propostas apoiadas pelo governo. A bancada evangélica abomina a ideia de se liberar a venda de bebida alcoólica nos estádios durante os jogos. Um acordo firmado com a Fifa, em que se compromete a permitir a venda de álcool, deixa o governo de mãos atadas nessa votação – já que um dos patrocinadores do Mundial é justamente uma marca de cerveja. Mesmo assim, no último texto aprovado e que deve ser votado nesta tarde, a decisão sobre a liberação passava para a mão dos estados.

Já os ruralistas se opõem a itens do novo Código Florestal aprovado no Senado e ambicionam retornar para a primeira versão aprovada na Câmara na primeira derrota da presidenta Dilma Rousseff na Casa, em 2011. Para o governo, no entanto, o projeto sancionado pelos senadores é o texto mais próximo de um consenso entre ruralistas e ambientalistas.

A Conferência sobre o meio ambiente Rio+20, que será sediada pelo país neste ano, aumenta a pressão para aprovar um código que agrade os defensores da natureza. Dilma ameaça, inclusive, vetar a versão final.

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Como não é uma pauta da frente evangélica, Campos ainda vai analisar o texto antes de decidir seu apoio. “Por uma conveniência, estamos fazendo esse diálogo. Se não chegarmos a um consenso, não tem problema, cada um passa a orientação de seu partido”, afirma.

Na terça-feira, líderes aprovaram um texto que repassava aos estados a responsabilidade sobre liberação de bebidas nos estádios. O intuito do governo era evitar uma derrota, justamente por casa da oposição dos parlamentares religiosos. Eles não se mostram satisfeitos com os sinais emitidos pelo governo a proibição da venda de bebida. Pela última versão do texto, está suspenso o artigo que libera a bebida, mas o techo do Estatuto do Torcedor que proíbe o comércio de ácool não foi incluído. Ou seja: o projeto não libera, mas não restringe. Os deputados da bancada religiosa tentam limar essa ambiguidade – e, caso não consigam, o projeto não terá a aprovação dos evangélicos.

Até lá, eles já dão sinais de que a parceria com os ruralistas tem futuro e faziam coro aos colegas que pediam uma nova data para a votação do Código – o que contraria o governo. “Vamos colaborar com essa discussão”, promete Campos.

sábado, 10 de março de 2012


RACISMO NA ESCOLA: ESTADO DO PARÁ(SÃO LUIS MA), LIBERDADE..

Diretora do colégio "Estado do Pará", bairro da Liberdade, São Luis Ma. É acusada de racismo, por aluna, que foi proibida de entrar na escola, por estar com trancinhas afro, no seu penteado! A diretora Socorro, Não permitiu que a citada aluna adentrasse o colégio, e ainda afirmou, que a mesma retornasse, somente quando tivesse" Aparência de Gente", e com aquele cabelo, ela jamais seria aluna da escola! fatos dessa natureza, do distempeiro dessa sra. São bem comuns, ela se julga, dona da escola, manda e dismanda passando por cima de suas atribuições! uma verdadeira "Coronel de saias" Hoje, os moradores e alunos fizeram uma passeata, e convocaram toda a imprensa, e Diretora Socorro, saiu escoltada por policias militares, e até a policia federal esteve no local, tamanha e repercussão desse ato criminoso. Fica aqui, meu repúdio e indiguinação, afinal pessoas assim, não deveriam ter estampadas em seu contra-cheque, a nomeação de diretora de uma escola, haja visto, ser formadora de opinião e responsável pela formação ideológica, cristã, educacionale comportamental, de crianças, jovens e adultos. Esperamos que ela responda por tal ato, e pague pelo preconceito maldoso, com um bairro, que tem em sua grande maioria negros, ou como ela queria chamar, "gente de cor". Somos iguais, uma única raça, Humana!
FONTE: Jr Bono Vox Difusorafm

Desde meu tempo que estudei lá no colegial ela sempre teve esse comportamento. Basta.
Vamos dar sonoridade a isto. (Neto de Azile)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Crenças religiosas não podem interferir na psicologia, segundo conselho

Publicação: 05/03/2012 12:48 Atualização: 05/03/2012 13:33

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Humberto Verona e a presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, Carla Biancha Angelucci se pronunciaram a respeito do projeto de lei de autoria do deputado do PSDB-GO, João Campos.

A proposta do deputado da bancada evangélica, pretende vetar dispositivos aprovados em 1999 pela CFP, como por exemplo, anular o parágrafo único da resolução do conselho que diz: “os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”.

O intuito do parlamentar é permitir a participação dos psicólogos na chamada 'cura gay'.





Confira o pronunciamento do conselho em texto publicado na Folha de S. Paulo:




"O Conselho Federal de Psicologia (CFP), assim como os conselhos regionais, é uma autarquia de direito público, com os objetivos de orientar, fiscalizar e disciplinar a profissão de psicólogo, zelar pela fiel observância dos princípios éticos e contribuir para a prestação de serviços à população.

Cumprindo as suas atribuições, o CFP, por meio da resolução 01/99, regulamenta a atuação dos psicólogos com relação à questão da orientação sexual.

Considerando que as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão (compreensão similar à da Organização Mundial da Saúde, da Associação Americana de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina), a resolução proíbe que o psicólogo proponha seu tratamento e cura.

Entretanto, em nenhum momento fica proibido o atendimento psicológico à homossexuais, como afirmado pelo deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, que propõe um projeto que pretende sustar dois artigos da citada resolução.

Isso fere a autonomia do CFP como órgão que fiscaliza e orienta o exercício da psicologia e contraria as conquistas no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, consolidados nacional e internacionalmente.

A iniciativa do CFP foi pioneira e, na época, o Brasil passou a ser o único país no mundo com uma resolução desta natureza. Por isso, o conselho recebeu dois prêmios de direitos humanos.

Vale ressaltar que, a partir da resolução brasileira, a Associação Americana de Psicologia formou um grupo específico para elaborar documentos de referência para norte-americanos e canadenses, reafirmando posteriormente a inexistência de evidências a respeito da possibilidade de se alterar orientações sexuais por meio de psicoterapia.

A discussão sobre a patologização da homossexualidade é comumente atravessada por questões religiosas, já que certas práticas sexuais são vistas também como imorais e contrárias a determinadas crenças.

Entretanto, há que se reafirmar a laicidade da psicologia, bem como de nosso Estado. Isso significa que crenças religiosas -que dizem respeito à esfera privada das pessoas- não podem interferir no exercício profissional dos psicólogos, nem na política brasileira.

Nesse sentido, ao associar o atendimento à pretensa cura de algo que não é doença, entende-se que o psicólogo contribui para o fomento de preconceitos e para a exclusão de uma parcela significativa de nossa população.

Considerando que a experiência homossexual pode causar algum sofrimento psíquico, o psicólogo deve reconhecer que ele é decorrente, sobretudo, do preconceito e da discriminação com aqueles cujas práticas sexuais diferem da norma estabelecida socioculturalmente.

O atendimento psicológico, portanto, deve, em vez de propor a "cura", explorar possibilidades que permitam ao usuário acessar a realidade da sua orientação sexual, a fim de refletir sobre os efeitos de sua condição e de suas escolhas, para que possa viver sua sexualidade de maneira satisfatória e digna."

Via Folha de S. Paulo

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

VERGONHA NACIONAL


Porto Alegre (RS), 16 de julho de 2011

Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)

Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio. Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para “fazer uma social”. Para rever os conhecido. Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos. Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala.
Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.
Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola.
Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que comparecer no dia 13/07/11, na 8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores.
A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!... Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil.
Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país''.
Fica cristalina a visão de que, neste país:
NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES
NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM
Alguns exemplos atuais:
· Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês. Homenageado pela “Academia Brasileira de Letras"...
· Tiririca: R$ 36.000,00 por mês. Membro da “Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...

TRADUZINDO: SÓ O SALÁRIO DO PALHAÇO, PAGA 30 PROFESSORES. PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE:CONTRATE O TIRIRICA PARA DAR AULAS PARA SEU FILHO.
Um funcionário da empresa Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um “ACT” ou um professor iniciante, levando em consideração que, para trabalhar na empresa você precisa ter só o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado?
Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00… Moral da história: Os professores ganham pouco, porque “só servem para nos ensinar coisas inúteis” como: ler, escrever, pensar,formar cidadãos produtivos, etc., etc., etc....
SUGESTÃO: mudar a grade curricular das escolas, que passariam a ter as seguintes matérias:
Educação Física: Futebol;
Música: Sertaneja, Pagode, Axé;
História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira; Biografia dos Heróis do Big Brother; Evolução do Pensamento das "Celebridades"
História da Arte: De Carla Perez a Faustão;
Matemática: Multiplicação fraudulenta do dinheiro de campanha;
Cálculo: Percentual de Comissões e Propinas;
Português e Literatura: ?... Para quê ?...
Biologia, Física e Química: Excluídas por excesso de complexidade.
Está bom assim? ... eu quero mais!...

ESSE É O NOSSO BRASIL ...
Vejam o absurdo dos salários no Rio de Janeiro (o que não é diferente do resto do Brasil)
BOPE - R$ 2.260,00....................... para ........ Arriscar a vida;
Bombeiro - R$ 960,00.....................para ........ Salvar vidas;
Professor - R$ 728,00.....................para ........ Preparar para a vida;
Médico - R$ 1.260,00......................para ........ Manter a vida;
E o Deputado Federal?.....R$ 26.700,00 (fora as mordomias, gratificações, viagens internacionais, etc., etc., etc., para FERRAR com a vida de todo mundo, encher o bolso de dinheiro e ainda gratificar os seus “bajuladores” apaniguados naquela manobrinha conhecida do “por fora vazenildo”!).

IMPORTANTE:
Faça parte dessa “corrente patriótica” um instrumento de conscientização e de sensibilização dos nossos representantes eleitos para as Câmaras Municipais, Assembleias Estaduais e Congresso Nacional e, principalmente, para despertar desse “sono egoísta” as autoridades que governam este nosso maravilhoso país, pois eles estão inertes, confortavelmente sentados em suas “fofas” poltronas, de seus luxuosos gabinetes climatizados, nem aí para esse povo brasileiro. Acorda Brasília, acorda Brasil !...

domingo, 15 de janeiro de 2012

MP de Alagoas poderá ter promotoria de repressão à intolerância religiosa

O procurador substituto do Ministério Público Estadual, Sérgio Jucá, anunciou na última terça-feira (10.01), que é intenção do órgão criar a Promotoria de Repressão ao Preconceito Racial e à Intolerância Religiosa, dentro do projeto de modernização do MP. Segundo ele, Alagoas passará a ser o segundo Estado com esse serviço, já que atualmente apenas a Bahia mantém uma promotoria com esse objetivo.

O anúncio aconteceu no auditório do Ministério Público, durante audiência do procurador Sérgio Jucá com lideranças dos religiosos de matriz africana,que junto com o coordenador da Comissão das Minorias e Direitos Humanos da OAB-AL, advogado Alberto Jorge Ferreira, e representantes de entidades da sociedade civil que apóiam o movimento contra a intolerância religiosa entregaram a Sérgio Jucá uma representação criminal contra a Prefeitura de Maceió, por ter estabelecido espaço e tempo para os adeptos da religião afro fazerem as oferendas à Iemanjá no último dia 8 de dezembro, na orla de Maceió.

Sérgio Jucá disse que o MP vai estudar a representação criminal e analisar que procedimentos são cabíveis no caso. Ele ressaltou que é dever do Ministério público zelar pela aplicação reta da Lei. “E a Lei não autoriza qualquer ato de cerceamento da liberdade religiosa”, enfatizou, acrescentando que pretende ouvir os religiosos no momento de instituição da promotoria de repressão ao preconceito racial e à intolerância religiosa.

Os religiosos comemoram a notícia de criação da promotoria. “Esse momento é muito importante e estaremos aguardando com grande expectativa a criação da promotoria”, declarou Dote Elias. Já a sacerdotisa e matriarca da religião afro em Alagoas, Mãe Mirian, pediu justiça e agradeceu o apoio do Ministério Público à religião afro. Entre as lideranças religiosas que participaram da audiência estavam o Pai Célio, Pai Jedilson, Mãe Jeane, Mãe Dadá, Mãe Lindalva e Paulo Silva.

A ação no MP inicia uma série de atividades de protesto contra a intolerância religiosa em Maceió. Também está sendo organizado um grande cortejo e atividades culturais, nos dias 1º e 02 de fevereiro, para lembrar o “Quebra de 1912” e denunciar as perseguições que ainda hoje sofrem as religiões de matriz africana em Alagoas.


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