quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

MESA DE TOY AKOSSU NO TAMBOR DE MINA DO MARANHÃO



O Culto às divindades africanas no Brasil é marcada por regionalismos bem com pelo amálgama dos cultos nativos ameríndios e pela tradição católica colonizadora e aculturativa. Os negros estigmatizados com inferiores e áridos de uma religiosidade imposta pelo sistema colonial, ditos não-batizados, os pagãos politeístas, que professavam fé nos elementos da natureza, eram fadados a condição de primitivos bárbaros da visão eurocêntrica. Para fugir da perseguição os escravizados, muito sabiamente, estruturaram um artifício de resistência dissimulando seu culto, sua tradição, através da associação de suas divindades a comemoração de santos católicos do calendário cristão. Assim nasce a religião afro-brasileira. Outro componente estruturante da variedade significativa de modelos de modos de ser e fazer a liturgia afro-religiosa foi o regionalismo. Pelos vários espaços do Brasil - continental a religião afro-brasileira moldou-se em espectros e peculiaridades locacionais – Tambor de Mina, Candomblé, Batuque, Xambá, Terecô, bem como, Cura, Pajelança, Umbanda.
Entre vários rituais e obrigações do Tambor de Mina destaca-se a Ritual para o “Povo da Terra”, Família de Toy Acóssi, Akossu, da Rama/Família (Akó) dos Danbirá. Trata-se de um grande “banquete ritual” em homenagem a aos Voduns desta família como Toy Akossu, Toy Azonsu, Toy Azile, Toy Lepon, Toy Poli Boji, Toy Alogue, Toy Burutoi, Arroeju, Abroju e outros. Diferentemente dos rituais yorubá, nesta festa ritual só se manisfestam os Voduns desta família.
A Família de Danbirá, e seus Voduns, pertencem ao panteon da Terra na Nação Mina do Maranhão. Trazem marcas das doenças e dores do mundo quando ao mesmo tempo oferecem a cura, a transformação. Usam comumente tecidos estampados, guizos. Não usam, azê(capuz de palha da costa) e xaxará (centro ritual de Omulu/Obaluaie). Nos toque do tambor de mina as mulheres usam saias padronizadas de acordo com a cor do vodun/orixá festejado, completado por blusa de renda sempre branca acinturada pela saias (para dentro das saias) o que dos camisus de outras nações ficam por cima das saias rodadas. Não é comum o uso de ojá ou mesmo panos de cabeça, na verdade valoriza-se cabeleira natural, enfeitada com belas fivelas ou pequenas tranças muito discretas, que de acordo com a forma de arrumação diferenciam o sexo e hierarquia no culto. Os homens, sempre de calça branca com bata na cor do Vodun/Orixa do dia conforme a indumentária feminina.


Manifestados os Voduns da família/Clã (Ako) Sakpatá ou Akossu,por isso Akossakpatá, depois de um transe muito sutil, em silêncio, passam a toalha de rechilie ou renda, usam bengala e um lenço vermelho no ombro esquerdo, típico da família. Dançam de forma peculiar com muita senioridade, dança djeje. Cade ressaltar que nas casas de Tambor de Mina nagô estes voduns são hospedes e cultuados de forma muito peculiar.
O banquete ritual anual costuma seguir um calendário cristão, só o calendário. De acordo com o sincretismo – São Sebastião / Vodun Azonce (Azunsn); São Lázaro /Vodun Akossu (o mais velho e doente); Vodun Azile / São Roque. Estes três Voduns comandam toda a família. O banquete é oferecido sobre uma esteira (azan) coberta por grande toalha branca onde as vodunsis pertencentes a “rama”, família, sentam-se ao redor. Trajam roupas rituais e usam seus hunjeves. O ritual ao toque dos batás é iniciado cantando-se uma sequência especial invocando estas divindades e cantando histórias míticas a elas relacionadas, no final rezas em língua ritual mina são entoadas. À proporção que se manifestam são deitados e cobertos por lençóis brancos já que nesse ritual trazem sua essência primordial, sua natureza elementar que não pode ser revelada. Com as divindades presentes são servidos pratos de comida para crianças de um lado e cachorros do outro. Estas comidas são preparadas com a carne dos animais propiciatórios (imolados cerimônias privadas de revitalização do axé). Terminado o “almoço” as crianças são levantadas e os cachorros são retirados é dado um grande banho de pipoca nos presentes onde todo restante dessa obrigação é recolhido e levado ao pegí para ser despachado posteriormente.
Este ritual é suspenso e findado a noite com grande toque de tambor para família. Pode se perceber que a variedade de formas e cultos se multiplica no país. Apesar das diferenças encontramos similitudes. O banquete dos cachorros é um momento de comunhão e humildade. A inocência das crianças pequenas levam a pureza e o inicio do ciclo vital ao ritual, já os cachorros representam a cura das doenças, pois a saliva de suas “lambidas” tem poder asséptico e cicatrizante além de protegerem a asa dos seus donos das doenças que são atraídas para os mesmos.
Professo Neto de Azile. Babalorixá do Tambor de Mina do Maranhão, Geógrafo, Pesquisador de cultura afro-brasileira)
Quem é de axé diz que é! Sou da Mina com Orgulho!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

CALEM A BOCA NORDESTINOS


Calem a boca, nordestinos!



Por José Barbosa Junior





A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas,

o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles

religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira

violenta, sádica e contraditória.



Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada

dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço

parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia,

Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus

candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o

Serra… outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a

candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do

baixo-evangelicismo brasileiro.



Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na

internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas

declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso,

alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente.

Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.



Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros”

também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado

final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou

presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos”

Houaiss e Aurélio) do nosso país.



E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados

em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!



Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!



Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?



Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura

brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos

José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de

Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e

a maravilhosa Rachel de Queiroz?



Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur

Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará

nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em

seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem

tudo?



Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os

talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão,

de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o

deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!



E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de

atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e

Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do

paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.



Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será

eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e

2.



Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos

oferecer, povo analfabeto e sem cultura…



Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora

simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das

lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos

Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar

nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…



E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas

melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…



Ah! Nordestinos…



Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que

nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á

força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país?

Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um

ponto na sofrida e linda história do seu povo?



Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo

civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a

lhes ensinar.



Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam

aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo

carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender

também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco,

Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e

voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!



Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda

poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não

apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla!

Vocês adorariam!!!



Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato

Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da

melhor qualidade!



Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo

civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho

infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não

trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é

o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam

ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças,

etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo,

mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de

estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou

cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha

estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão

encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil

criticar quem precisa!



Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!



Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder

a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo

abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta

beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a

sol.



Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras

ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na

construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques,

religiões e gentes.



Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a

importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na

literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em

que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do

escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”



Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe,

queridos irmãos nordestinos!



Fonte: http://www.crerepensar.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=204&Itemid=26

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Sacerdote e a responsabilidade social dos Terreiros

O poder do líder na construção do respeito ao próximo
Por: Comissão de combate à Intolerância Religiosa, em 01/02/2011 às 14:49

Em um país como o Brasil, cuja população é formada a partir da miscigenação de três etnias – índio, negro e europeu -, não era para se discutir a intolerância religiosa, pois ela nem deveria fazer parte de nossa realidade social. A formação da cultura brasileira congregou esses povos com seus costumes, línguas, tradições e religiões. Querer separá-las e determinar qual seguir, seja em aspectos sociais, linguísticos ou religiosos, é, no mínimo, irracional, se não uma agressão à pátria, ao nosso sentimento nacional de brasilidade. Uma agressão para a nossa história enquanto povo.

Os intolerantes poderiam utilizar as teorias de suas religiões no dia a dia, já que, na maioria das vezes, falam tanto de amor ao próximo, respeito e perdão. Com certeza, Deus, seja qual for sua forma ou nome que recebe, de acordo com cada cultura ou religião, direciona os filhos a promoverem a paz e não a segregação. É lamentável que religiosos que praticam a intolerância estejam se distanciando dos caminhos pacíficos que Deus nos oferece. Mais lamentável ainda são líderes religiosos que participam disso, pois são eles ícones de comportamento e, por isso, devem orientar seus fiéis a se comportarem como humanos educados, conscientes do direito de liberdade de culto, garantido por lei. Esses sacerdotes devem buscar o esclarecimento e a informação para que consigam conscientizar de que já estamos em pleno século XXI e que o esclarecimento é essencial para lidar bem com todos em um lugar como o Brasil, tão diversificado. Se todos os líderes religiosos tivessem essa preocupação, seus fieis pregariam o amor e, em nome de Deus, se respeitariam mutuamente, independente de qualquer coisa.

Se todos os líderes de cada religião pregassem o bem que está nas palavras, na prática, teríamos um quadro diferente do que se tem hoje em relação à intolerância religiosa.

Usar a força da liderança de um sacerdócio é ter o poder de mudar o mundo, para o bem ou para o mal; é manifestar o amor, o respeito, a solidariedade; seria professar o desejo de seu Deus. Esses são sentimentos que estão em todas as religiões e que, certamente, são ingredientes para a construção de uma convivência mais harmoniosa e muito mais fácil.

Que todos os líderes religiosos utilizem suas forças para o bem do mundo.

Escrito por mãe Ignez D'Iansã, ialorixá do Ilê Axé D'Ogun-Já, coordenadora de Projetos do Ciafro, assessora da Superintendência da Igualdade Racial do Município de Nilópolis e membro da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa

Editado por Ricardo Rubim

As palavras de Mãe Ignez do reafirmam que os espaços religiosos também são ideológicos, formadores de opnião e férteis a construção uma dialética pedagógica. A hieraquia afro religioso e a educação de Axé deve transceder o fazer ritual de contato com o sagrado. Além do equilíbrio com o trancendente deve primar pela proposção de políticas relacionais esmaecedoras de preconceito e avalizadoras de respeito a diversidade.
Voduno Neto de Azile - Coordenador Instituicional do FERMA

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Meio Ambiente e a tradição afro religiosa: Preservar para Continuar crendo...


A questão ambiental salienta a necessidade de discussão em todos os níveis e dimensões da vida humana. O equilíbrio entre o meio natural e a sociedade é um ponto convergente entre todos os países e nações.
Consiste o meio ambiente em todo espaço apreensível por nossos sentidos. O senso comum formula a idéia que meio ambiente seria um espaço remanescente, alheio a ação antrópica, entretanto é marca indissolúvel da organização do espaço da sociedade. Nessa perspectiva, alguns questionamentos emergem: qual a situação litúrgico-ritualista afro-brasileira contemporânea quanto ao uso do espaço? A essência das religiões de matriz africana é a natureza. Nela se processa a busca do sagrado, do axé. Da manipulação dos elementos naturais extrai-se a força vital para manutenção da tradição. No contexto ecológico atual, é cada vez mais difícil este processo, já que o meio natural se degenera pela imposição da sociedade moderna com sua organização espacial. Perpetuar a tradição pressupõe uso dos elementos do meio natural que contém o axé. Numa visão simplista: água, ar, mata, terra, etc. Manipulando estes elementos há um transporte ao “lócus ancestral” na busca de respostas às questões socioeconômicas, políticas e, principalmente espirituais da modernidade.

Deparamos hoje à nossa volta com a segunda natureza: desmatamento, poluição das águas, perda e envenenamento do solo, expansão urbana, enfim a marca humana sobre a superfície. O espaço vem sendo reelaborado em função do progresso que dista abruptamente a ancestralidade afro-ascendente, impondo adaptações perigosas que levam a dessacralização dos espaços e perda de grande parte da fundamentação ritualística. Através da religião muitos seguidores ressignificam o estilo de vida que possui. A adequação à contemporaneidade é um dos fatores primordiais para que uma religião continue “viva”, sem se prender apenas aos aspectos históricos de outrora ou a ritos tradicionais, sem conexão com o mundo presente.
Certamente, a missão atual da religião não será apenas a de manter ritos e tradições seculares e pregar métodos de cura e doutrinas atemporais sem orientar a conduta dos seguidores sobre questões do cotidiano, como as mudanças climáticas. O destino das religiões que não adequarem os ensinamentos que possuem às necessidades do mundo presente, sem apego a rótulos ou a tradições antigas, deixarão de ser necessárias a humanidade. Esse é o paradigma da religião viva, que “salva no aqui e agora”.

Ao povo do santo cabe a função de solidificar a idéia que todos fazem parte desse ambiente, esta é a fonte do axé e é mister preservá-lo. Os terreiros e demais espaços rituais precisam rever sua posição quanto suas edificações e organizações espaciais, bem como primar pelo manejo sustentável dessa natureza.
Ao entregar oferendas não se deve poluir. Velas votivas devem ocupar lugares que não ofereçam riscos de focos de incêndio. Utensílios não biodegradáveis não devem ser esquecidos (pratos, potes, alguidares) para não contribuir com a destruição da fonte do axé, da energia vital para crença, ou seja, o meio ambiente.
Assistimos hoje a explosão de inúmeras casas novas, espaços rituais, que tratam o espaço natural como algo secundário e até mesmo irrelevante em função dos ditames arquitetônicos das construções urbanas. Isso tem que ser repensado, pois um ditado da tradição afro-descendente diz: “ko si ewe, kosi orisa” – sem folha não há orixá.

Vodunsi Neto de Azile