quarta-feira, 21 de março de 2012

EVANGÉLICOS E RURALISTAS E A LEI DA COPA E O CÓDIGO FLORESTAL

Um antigo flerte entre as duas bancadas mais representativas do Congresso está prestes a virar casamento. Evangélicos e ruralistas estão perto, muito perto de lançar uma frente conjunta para votar dois dos projetos mais sensíveis aos interesse do governo – e também dos setores que representam: a Lei Geral da Copa e o novo Código Florestal.

Deputado federal João Campos, da Frente Parlamentar Evangélica, se reunirá ainda hoje com Moreira Mendes da bancada ruralista. Foto: Luiz Alves/Agência Câmara

Juntas, as duas bancadas podem reunir 170 votos, o que representa 33% do parlamento. A fidelidade à bancada, quando o assunto é pauta, é maior até mesmo do que ao partido. O que pode significar um esfacelamento ainda maior da base do governo.

“O governo terá de se preocupar”, afirma o e João Campos (PSDB-GO), expoente do grupo evangélico que costura com o colega Moreira Mendes (PSD-RO), representante do agronegócio.

Em entrevista a CartaCapital, Campos explica que uma conversa preliminar foi firmada na sexta-feira 16 e que Moreira Mendes foi receptivo. Um novo encontro estava marcado para quarta-feira 21. A votação dos projetos que podem mudar as regras da Copa e do plantio no Brasil tem provocado um levante de congressistas contra as propostas apoiadas pelo governo. A bancada evangélica abomina a ideia de se liberar a venda de bebida alcoólica nos estádios durante os jogos. Um acordo firmado com a Fifa, em que se compromete a permitir a venda de álcool, deixa o governo de mãos atadas nessa votação – já que um dos patrocinadores do Mundial é justamente uma marca de cerveja. Mesmo assim, no último texto aprovado e que deve ser votado nesta tarde, a decisão sobre a liberação passava para a mão dos estados.

Já os ruralistas se opõem a itens do novo Código Florestal aprovado no Senado e ambicionam retornar para a primeira versão aprovada na Câmara na primeira derrota da presidenta Dilma Rousseff na Casa, em 2011. Para o governo, no entanto, o projeto sancionado pelos senadores é o texto mais próximo de um consenso entre ruralistas e ambientalistas.

A Conferência sobre o meio ambiente Rio+20, que será sediada pelo país neste ano, aumenta a pressão para aprovar um código que agrade os defensores da natureza. Dilma ameaça, inclusive, vetar a versão final.

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Como não é uma pauta da frente evangélica, Campos ainda vai analisar o texto antes de decidir seu apoio. “Por uma conveniência, estamos fazendo esse diálogo. Se não chegarmos a um consenso, não tem problema, cada um passa a orientação de seu partido”, afirma.

Na terça-feira, líderes aprovaram um texto que repassava aos estados a responsabilidade sobre liberação de bebidas nos estádios. O intuito do governo era evitar uma derrota, justamente por casa da oposição dos parlamentares religiosos. Eles não se mostram satisfeitos com os sinais emitidos pelo governo a proibição da venda de bebida. Pela última versão do texto, está suspenso o artigo que libera a bebida, mas o techo do Estatuto do Torcedor que proíbe o comércio de ácool não foi incluído. Ou seja: o projeto não libera, mas não restringe. Os deputados da bancada religiosa tentam limar essa ambiguidade – e, caso não consigam, o projeto não terá a aprovação dos evangélicos.

Até lá, eles já dão sinais de que a parceria com os ruralistas tem futuro e faziam coro aos colegas que pediam uma nova data para a votação do Código – o que contraria o governo. “Vamos colaborar com essa discussão”, promete Campos.

sábado, 10 de março de 2012


RACISMO NA ESCOLA: ESTADO DO PARÁ(SÃO LUIS MA), LIBERDADE..

Diretora do colégio "Estado do Pará", bairro da Liberdade, São Luis Ma. É acusada de racismo, por aluna, que foi proibida de entrar na escola, por estar com trancinhas afro, no seu penteado! A diretora Socorro, Não permitiu que a citada aluna adentrasse o colégio, e ainda afirmou, que a mesma retornasse, somente quando tivesse" Aparência de Gente", e com aquele cabelo, ela jamais seria aluna da escola! fatos dessa natureza, do distempeiro dessa sra. São bem comuns, ela se julga, dona da escola, manda e dismanda passando por cima de suas atribuições! uma verdadeira "Coronel de saias" Hoje, os moradores e alunos fizeram uma passeata, e convocaram toda a imprensa, e Diretora Socorro, saiu escoltada por policias militares, e até a policia federal esteve no local, tamanha e repercussão desse ato criminoso. Fica aqui, meu repúdio e indiguinação, afinal pessoas assim, não deveriam ter estampadas em seu contra-cheque, a nomeação de diretora de uma escola, haja visto, ser formadora de opinião e responsável pela formação ideológica, cristã, educacionale comportamental, de crianças, jovens e adultos. Esperamos que ela responda por tal ato, e pague pelo preconceito maldoso, com um bairro, que tem em sua grande maioria negros, ou como ela queria chamar, "gente de cor". Somos iguais, uma única raça, Humana!
FONTE: Jr Bono Vox Difusorafm

Desde meu tempo que estudei lá no colegial ela sempre teve esse comportamento. Basta.
Vamos dar sonoridade a isto. (Neto de Azile)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Crenças religiosas não podem interferir na psicologia, segundo conselho

Publicação: 05/03/2012 12:48 Atualização: 05/03/2012 13:33

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Humberto Verona e a presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, Carla Biancha Angelucci se pronunciaram a respeito do projeto de lei de autoria do deputado do PSDB-GO, João Campos.

A proposta do deputado da bancada evangélica, pretende vetar dispositivos aprovados em 1999 pela CFP, como por exemplo, anular o parágrafo único da resolução do conselho que diz: “os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”.

O intuito do parlamentar é permitir a participação dos psicólogos na chamada 'cura gay'.





Confira o pronunciamento do conselho em texto publicado na Folha de S. Paulo:




"O Conselho Federal de Psicologia (CFP), assim como os conselhos regionais, é uma autarquia de direito público, com os objetivos de orientar, fiscalizar e disciplinar a profissão de psicólogo, zelar pela fiel observância dos princípios éticos e contribuir para a prestação de serviços à população.

Cumprindo as suas atribuições, o CFP, por meio da resolução 01/99, regulamenta a atuação dos psicólogos com relação à questão da orientação sexual.

Considerando que as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão (compreensão similar à da Organização Mundial da Saúde, da Associação Americana de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina), a resolução proíbe que o psicólogo proponha seu tratamento e cura.

Entretanto, em nenhum momento fica proibido o atendimento psicológico à homossexuais, como afirmado pelo deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, que propõe um projeto que pretende sustar dois artigos da citada resolução.

Isso fere a autonomia do CFP como órgão que fiscaliza e orienta o exercício da psicologia e contraria as conquistas no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, consolidados nacional e internacionalmente.

A iniciativa do CFP foi pioneira e, na época, o Brasil passou a ser o único país no mundo com uma resolução desta natureza. Por isso, o conselho recebeu dois prêmios de direitos humanos.

Vale ressaltar que, a partir da resolução brasileira, a Associação Americana de Psicologia formou um grupo específico para elaborar documentos de referência para norte-americanos e canadenses, reafirmando posteriormente a inexistência de evidências a respeito da possibilidade de se alterar orientações sexuais por meio de psicoterapia.

A discussão sobre a patologização da homossexualidade é comumente atravessada por questões religiosas, já que certas práticas sexuais são vistas também como imorais e contrárias a determinadas crenças.

Entretanto, há que se reafirmar a laicidade da psicologia, bem como de nosso Estado. Isso significa que crenças religiosas -que dizem respeito à esfera privada das pessoas- não podem interferir no exercício profissional dos psicólogos, nem na política brasileira.

Nesse sentido, ao associar o atendimento à pretensa cura de algo que não é doença, entende-se que o psicólogo contribui para o fomento de preconceitos e para a exclusão de uma parcela significativa de nossa população.

Considerando que a experiência homossexual pode causar algum sofrimento psíquico, o psicólogo deve reconhecer que ele é decorrente, sobretudo, do preconceito e da discriminação com aqueles cujas práticas sexuais diferem da norma estabelecida socioculturalmente.

O atendimento psicológico, portanto, deve, em vez de propor a "cura", explorar possibilidades que permitam ao usuário acessar a realidade da sua orientação sexual, a fim de refletir sobre os efeitos de sua condição e de suas escolhas, para que possa viver sua sexualidade de maneira satisfatória e digna."

Via Folha de S. Paulo