I SEMINÁRIO FALA VODUNSI: “A SECULARIDADE E O TAMBOR DE MINA: Onde estamos? Onde iremos?
RELEASE
1 - IDENTIFICAÇÃO
1.1. EQUIPE TÉCNICA:
DIREÇÃO GERAL: Euzamar Mafra.
PRODUÇÃO / COORDENAÇÃO GERAL: Neto Fonseca.
Tambor de Mina é a denominação usada para designar a religião implantada pelos africanos no Maranhão. O povo brasileiro é tradicionalmente muito religioso, e a religião no Brasil é um veículo de agregação, de construção da identidade sociocultural que dá sentido de pertença e de inclusão. O Tambor de Mina exerce influência na musicalidade, dança artesanato, culinária, medicina popular, na organização social, isto é, em todas as dimensões do imaginário popular afro-descendente do Maranhão. Entretanto a sociedade pouco conhece, de forma criteriosa e desprovida de preconceito, esta manifestação de cultura, tradição e religiosidade. Muitas vezes, deturpações discriminatórias levam a fragilização da auto-estima de grande parte de seus adeptos. Isto é motivado por pura desinformação e até mesmo por leituras desvinculadas da realidade. O Tambor de Mina como as demais religiões de matriz africana é uma religião iniciática, fundamentada na oralidade. Assim muito de sua liturgia é pouco conhecida por grande parte da sociedade fora do seu contexto, o que cercai a descoberta de toda a beleza e “modus vivendi” milenares legados por ancestres “arrancados” da mãe África.
A Associação Cultural Axé das Yabas ao propor o I SEMINÁRIO FALA VODUNSI: “A SECULARIDADE E O TAMBOR DE MINA: Onde estamos? Aonde iremos? Pretende trazer para discussão a situação da religião Tambor de Mina no estado do Maranhão. Não no seu aspecto organizacional ou de seu fazer ritual que inerente aos fundamentos e segredos de cada casa e de cada sacerdote ou sacerdotisa, mas sua atuação frente a sociedade onde está inserida. O que de fato nos interessa hoje é: como nos vemos um ao outro? Que direitos temos? O que fazer em relação aos espaços naturais da ilha que estão em amplo processo de destruição pelo crescimento urbano? Como os avanços tecnológicos da sociedade moderna interferem na visão de mundo? O que fazer frente ao massacre das igrejas multimídia impõem 24 horas por dia ao povo do santo?Qual a função social das casas de culto quanto a saúde, sexualidade, situação da educação, a capacitação dos seus adeptos para promover empoderamento social? Enfim a elevação da auto-estima do povo de terreiro enquanto cidadão. Na verdade como chegamos a esse novo milênio, nessa sociedade dita moderna, é a nossa principal preocupação onde é mister refletir.
Com a chegada do mês da consciência negra nada mais oportuno do que um espaço de discussão.
Assim, desejamos que Olisassá, Oxalà, Avievodun, Mawu-Lissá iluminem nosso orí, nosso caminho nesta empreitada.
Axé.
.